Mediunidade 2 - Apostila 60

Mediunidade 2 - Apostila 60

  

          ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                  

50ª Parte                                           

 

“A inteligência nos induz a grandes coisas, e quando educada, é uma forja divina multiplicando talentos da própria vida.  Quem conhece os benefícios do bem e não os pratica envilece a si mesmo.”

(Miramez – Livro – Médiuns – página 25)

 

LINHAS  FINAIS  -  I

Desde a apostila 10 temos comentado os variados aspectos e circunstâncias que envolvem o médium.   Falamos de seus atributos pessoais, tais como os vários corpos, os chacras e a aura; das alterações orgânicas e psíquicas que acontecem aos novatos, e de algumas influências características que se tornam comuns em sua vida.

Nos parece que todo esse conteúdo, desde a apostila 10 à 59, tenha proporcionado um razoável leque de informações altamente objetivas à formação do binômio confiança e segurança.

Agora, nos resta falar do ambiente onde o médium empresta sua colaboração.   Sim, porque, de que adiantaria tanto conhecimento se, ao final dos estudos e treinamentos, o médium viesse a recolher-se em sua casa, por assim dizer, engavetando no substrato de seu egoísmo essas forças que passou a conhecer e que tanto bem podem fazer aos semelhantes.

Não foi para isso que as revelações do mundo oculto lhe foram repassadas.   Na vida comum da sociedade acontece de, por vaidade e curiosidade, tomar-se conhecimento de muitas coisas para depois, simplesmente, relega-las ao esquecimento.   Todavia, as revelações do mundo oculto, para o devido equilíbrio de quem as possui, implica em aproveitamento judiciosamente.

Desta forma, embora respeitando-se o livro arbítrio de todos, não podemos deixar de considerar que ao conhecedor do mundo oculto, o médium especialmente, são inafastáveis seus deveres assistenciais para com o próximo.

Arthur Powell, referido na apostila 17, enfaticamente diz que é preferível dar dinamite a uma criança, para com o explosivo ela brincar, do que repassar as revelações do oculto a pessoas irresponsáveis.  Isso significa que por detrás das lições, aparentemente simples, existe uma responsabilidade implícita e intransferível.

Portanto, cabe nesse nosso estudo este comentário que faremos a seguir, sendo que seu ponto central terá como cenário o que comumente é chamado de Reunião Pública, onde a entrada é franqueada a todos.

Da mesma maneira como sempre temos feito, iremos analisar gradativamente todas as partes de que se constitui essa reunião.   Para tanto dividiremos o estudo em três segmentos:

 

1 – Conceituação

2 – Exposição Doutrinária

3 – O Local da Reunião

 


CONCEITUAÇÃO

Iniciaremos com duas perguntas que serão as diretrizes deste sub-tópico:

  1. – O que é uma reunião pública?
  2. – Mesmo não havendo trabalho de incorporação, e não participando diretamente do serviço de passe, é importante que o médium compareça à reunião pública?

A figura 60A representa o encontro fraternal denominado de reunião pública.   Nela, de forma simples, procurou-se representar as várias categorias de frequentadores.

Por isso podemos considerar que sob todos os pontos de vista a Reunião Pública é a mais importante de todas.   Naquele momento, e local, estão reunidos classes diferentes de indivíduos.  Alguns como colaboradores voluntários no serviço do bem ao próximo.   Outros, aqueles que buscam lenitivo para suas dores.

Este, pois, é o momento adequado para que o médium possa emprestar sua valiosa participação.   Afinal, ele é membro de uma equipe socorrista, cujo diretor maior é o Mentor Espiritual daquele grupo e, diante das variadas situações que irão ocorrer, situações visíveis e invisíveis, físicas e extra-físicas, ali, na reunião, é o campo mais fértil que o médium encontra para desempenhar seu voluntariado.

E de imediato um benefício ele colhe:  quase inconscientemente exercita-se no controle de sua personalidade, procurando nivelar-se aos demais freqüentadores.   A razão desse transformismo se prende ao fato de que diante da dor alheia, e frente à responsabilidade de pertencer a uma equipe assistencial, melhor visão terá da dor que lhe pertence, conseguindo, por isso, avalia-la com mais ponderação, compreendendo que ela é uma resposta justa da Lei de Causa e Efeito.

Como produto dessa constatação, sentir-se-á disposto para controlar sua agressividade, para vencer seu orgulho, para anular sua vaidade, em tudo tornando-se mais simples.

Inegavelmente os quadros e cenas que se apresentam numa Reunião Pública nivelam todos os presentes.   Essa comoção só não abala os inveterados do orgulho, que a nada cedem.

As cenas também demonstram que o médium em nada é melhor que qualquer daquelas pessoas que ali comparecem, infelicitadas.   Não foi nenhum privilégio que o colocou na posição de colaborador.   Muito pelo contrário.   Mesmo porque no Cosmo não existem privilégios.   Todos os seres cumprem funções inerentes às suas necessidades evolutivas.   Assim, pois, o médium, talvez se ocupe de tal tarefa por mera concessão do Alto, ensejando-lhe um último recurso para correção de suas tendências negativas.

Dá-se até o caso de fisicamente ele nada ter de anormal, porém, sua consciência pode estar repleta de venenos que se instilados à superfície da personalidade, causariam danos de proporções gigantescas.

Por isso dissemos acima que o exercício da benemerência mediúnica venha de ser um último recurso reparador de suas faltas.   Participar, portanto, de reunião pública, para o médium em especial, é aceitar o alerta de que a decisão tomada de pertencer a uma equipe de trabalhos espirituais, é a oportunidade máxima que lhe oferece a vida, no intento de lhe evitar desastres que de outra forma seriam inevitáveis.

Além dessa particularidade visando exclusivamente a pessoa do médium, como se vê na figura 60B, numa reunião pública todos estão ensinando um POUCO, e aprendendo MUITO.

Isso se pode compreender pelo fato de que na Natureza tudo e todos se vinculam a uma cadeia cósmica de participação.  Todos dependem de Todos.   Isso, também, equivale a dizer que todas as coisas e todos os seres existem para mutuamente se servirem, não importando em que nível evolutivo se encontre.  Serão sempre servidores, auxiliando a elevar aqueles que lhes vem à retaguarda.

Sem dúvida alguma podemos dizer que esta é a regra áurea da harmonização da vida:  Servir.

Como disse Abraham Lincoln:  Quem não vive para servir, não serve para viver.

Disso tudo concluímos que mesmo não participando da atividade do passe, a presença do médium é valiosa, pois estar associado a uma equipe espiritual é poder fazer muito além do que se possa imaginar.

Na verdade, os encarnados durante os trabalhos assistenciais, médiuns ou não, se prestam mais por seus recursos inconscientes do que conscientes.

E´ importante destacar que em razão de tudo isso, todo e qualquer Grupo Assistencial, dedicando-se com respeito à Reunião Pública, em conseqüência melhor fará todas as demais atribuições que lhe forem afeitas, pois constata-se da prática que todas as demais reuniões existem em função da chamada Reunião Pública.

Repetindo o que citamos no início desta, para a Reunião Pública convergem todos os esforços experimentais que se convertem em realidade, dentro do trinômio a muito referido:  Conhecimento, Compreensão e Doação.

E dela um outro inequívoco sinal se pode tirar:  Se a Reunião Pública não vai bem, significa que todas as outras atividades são meros encontros de amigos.  Sem objetividade alguma.  Nada se faz de progressivo, espiritualmente falando.

 


Bibliografia:

Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Questões 131, 175, 176, 324 a 333 – Livraria Allan Kardec Editora

André Luiz/Francisco C Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – capítulo 17 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco C Xavier – Mecanismos da Mediunidade – capítulos 16 e 22 –

Charles W. Leadbeater – Auxiliares Invisíveis – página 44 – Editora Pensamento

Edgard Armond – Trabalhos Práticos de Espiritismo – Editora Aliança

Edgard Armond – Passes e Radiações – Editora Aliança

Leon Denis – No Invisível – página 58 – Federação Espírita Brasileira

Apostila escrita por

LUIZ  ANTONIO  BRASIL

Outubro de 1997 – Revisão em Setembro de 2008

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