Mediunidade 2 - Apostila 59

Mediunidade 2 - Apostila 59

  

          ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                  

49ª Parte                                           

 

“O passista deve ornamentar a sua cabeça, antes de aplicar o passe, com idéias de otimismo, com palavras de fé, com o ambiente de alegria.  (...) o processo de transmissão de fluidos é muito mais valioso quando o médium é dado à prece, no prefácio dos seus trabalhos.”

(Miramez – Livro – Médiuns – página 50)

 

PASSES – OS MOVIMENTOS – II

A descrição contida na apostila 58 analisa o passe em sua forma generalizada.   Como lá dissemos, basicamente aquela é a modalidade do passe.  Outras variantes podem ocorrer, e elas se prendem a vários fatores.  Por exemplo: à liberdade de interação que possa existir entre médium e mentores;  especialidade de trabalho que o médium adotar;  cultura do médium;  interesse que o médium tenha pela atividade;  local, ou Grupo, em que a atividade seja empregada.

Tudo isso faz enorme diferença quanto à definição final da modalidade específica que o passe possa oferecer.  

Vejamos,  separadamente, cada um desses itens.

 

Liberdade de interação entre médium e Mentores

 

Significa o grau de confiança que existe de um para com os outros.   O verdadeiro médium curador deve possuir inteira confiança em seus mentores e permitir a estes liberdade de atuação.  Para chegar a tanto três requisitos são básicos:

1 – O tempo de convivência entre ambos, pois confiança não se impõe, adquire-se;

2 – A correspondência de ideais que  entre eles exista;

3 – Os conhecimentos próprios que o médium possua.

Sendo bastante longo o tempo que convivam juntos; havendo bom nível de aceitação idealística, e o médium possuindo variada disposição para a cultura, sem dúvida que entre eles haverá ampla liberdade e respeito.

 

Especialidade de trabalho que o médium possa adotar

Este fator está, intrinsecamente, ligado ao quesito acima enunciado, que chamamos de conhecimentos próprios.   Sem conhecimento o médium sempre ficará num meio termo quanto ao que fazer, causando, até por isso, dificuldade de assessoramento aos Mentores. 

Logo, o conhecimento gerará uma definição quanto à linha de trabalhos a ser adotada.   Essa definição é que propiciará o surgimento da especialidade.   Um trabalho especializado sempre será melhor aproveitado.

 

Cultura do Médium

 

Leon Denis, o grande mestre, ensina queA boa mediunidade se forma lentamente, no estudo calmo, silencioso, recolhido, longe dos prazeres mundanos e do tumulto das paixões.”  (livro: No Invisível, página 62) (Vide apostila 30).

E de O Livro dos Médiuns, capitulo XIX.  extraímos o seguinte trecho:

"Assim, quando encontramos em um médium o cérebro povoado de conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico de conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitarem as comunicações, dele de preferência nos servimos, porque com ele o fenômeno da comunicação se nos toma muito mais fácil do que com um médium de inteligência limitada e de escassos conhecimentos anteriormente adquiridos.”

Esta é uma realidade incontestável.   Se uma pessoa se sente atraída pela atividade mediúnica, indiscutivelmente deve procurar enquadrar-se às recomendações acima.   E´ fundamental possuir bom conhecimento. 

 

Interesse do Médium pela Atividade

Esse fator é decorrente do anterior.  Possuindo conhecimento o médium estará em melhores condições de ajuizar o que seja melhor às suas atividades.   Daí despertar-se-ão seus interesses pelo trabalho.  

O médium desinteressado é um entrave a si mesmo e ao Grupo onde ele se agrega.   Quando chega a esse ponto deve, por sua decisão, deixar o grupo de trabalho.   Será mais nobre reconhecer que está pouco, ou quase nada, colaborando, do que ficar se iludindo como pretenso colaborador.

 

Local ou Grupo de Atividade

Sem dúvida este fator também é de especial importância.  

Dele decorrem duas circunstâncias:

1 – O Grupo é eficientíssimo, mas o médium nem tanto;

2 – O médium é eficientíssimo, mas o grupo é composto, em sua maioria, por pessoas desinteressadas.

Em ambos os casos está visível que há incompatibilidade.   De forma alguma haverá proveito nas atividades.

É necessário que o médium identifique com clareza o que, pessoalmente, ele deseja, para comparar com o que o local ofereça.   Havendo discordância, é melhor para todos que se separem.   Havendo concordância, sem dúvida, será mais um a somar sinceros esforços em prol do bem.

 


As anotações acima são observações simples, mas que, contudo, na maior parte dos casos não são levadas a sério.   Por isso os Grupos acabam padecendo os dissabores das desarmonias.

Cada voluntário deve procurar meticulosamente qual seu real lugar de trabalho, sem constrangimentos, pois só assim haverá paz.

Existe ainda aquela situação em que a pessoa desenvolveu-se num determinado Grupo.   Em sua fase de formação tudo transcorreu bem e, por isso, ela julga que ali é o Grupo definitivo de sua vida.  Nem sempre, porém, será assim, pois cada pessoa tem uma destinação na vida.   Com ela poderá acontecer que tão logo esteja adestrada, seus compromissos pessoais a requisitem a outra atividade que aquele local não possa oferecer, por mais que dali ela goste.

Desta forma, as forças que a regem na vida a levarão a outras paragens.   Estamos falando das causas e dos efeitos que em cada encarnação são as determinantes do cenário da vida.

Detectar esses efeitos também é fundamental para que o médium mantenha-se sempre em harmonia interior.   Jamais permitindo que alguma centelha de revolta, lá do cantinho da alma, dificulte seu relacionamento com seus mentores pessoais. Ver apostila 03.

Enfim, a boa harmonia do médium em relação ao Grupo, ou local, onde empresta sua colaboração, depende de seu poder de visualização do que seja a vivência e o inter-relacionamento com o mundo espiritual.

Estas são as causas das variantes que podem ocorrer nos trabalhos de passe, e que caracterizam as diferenças entre Grupos.   Todavia, isso não significa que um ou outro seja melhor.   Na realidade, a pessoa só se sente bem onde exista afinização.   Afinização é fruto de igualdade.   Entretanto, as diferenças devem ser compreendidas e respeitadas.


 

 

Vejamos a seguir uma outra questão que às vezes causa preocupação, ou estranhezas sobre aqueles que se dedicam ao trabalho de passe.

 

O Curar e o não Curar

 

O exemplo de  atendimento  analisado  na apostila 58 é apenas uma dentre as infindáveis variantes que possam se apresentar, mas suficiente para demonstrar o que uma operação de passe pode oferecer.

Já o fato de curar, ou não, o paciente, dependerá de muitos fatores, e dentre eles podemos enumerar:

 

Pelo lado do médium – A confiança operacional, sua habilidade e respeito para com a tarefa;

 

Pelo lado de paciente – Sua fé, e sua disposição em efetuar mudanças conscienciais;

 

Pelo lado da ética cósmica – O grau de comprometimento que o paciente esteja com a Lei de Causa e Efeito.

 

Fazendo uma reflexão sobre os três fatores enunciados acima, seja analisando-os isoladamente ou em conjunto, chega-se sempre à mesma conclusão:  é extremamente séria a responsabilidade do médium passista.

Sua atuação interfere em sua própria consciência, nas consciências de outrem – o paciente – e na consciência cósmica.

Entretanto, o médium sincero e devotado ao bem não deve alimentar qualquer sentimento de culpa, julgando-se incapacitado quando frente a uma situação em que o paciente não apresenta melhoras notáveis.

O médium, nessas circunstâncias, fica na dúvida porque mesmo tendo envidado esforços sinceros e cheios de amor, o resultado não foi o esperado, pois sempre se espera a cura completa.  

Todavia, o que é a cura completa ?

A esse respeito vejam abaixo a sábia instrução do guia espiritual de Bárbara Brennan, inserida no livro Mãos de Luz, capítulo 27, páginas 366, 367 e 368, editado pela Editora Pensamento:

“Quem se cura ? – O curador precisa lembrar-se de que é para a cura da alma que ele trabalha. (...) Importa ter em mente duas coisas quando tentamos compreender com precisão o que estamos fazendo como curadores.   Uma delas é que existe um significado profundo na experiência que tem cada pessoa da própria doença, e a outra é que a morte não implica fracasso, mas, provavelmente, em cura.   Ora, muitas vezes, a cura que se espera não acontece.   Muitas vezes acontece, talvez, a identificação e o alívio do mal-estar, mas nenhum milagre.   Se acontecer, finalmente, o que em termos humanos é um fracasso, se alguém, que Deus não o permita, vier a morrer, vocês devem ver nisso um acontecimento abençoado.   A alma completou a sua tarefa, (...)   Afinal de contas, o seu ser físico não se destinava a ser eterno.   Por conseguinte, não existem fracassos na cura espiritual; existem etapas.”  (Grifos nossos)

Essas ponderadas instruções elucidam bastante a respeito de qual deve ser sempre o estado de ânimo do médium curador.   Jamais pretender o impossível, cumprindo, porém, seu dever assistencial com denodado respeito.   Compreender, acima de tudo, que seu trabalho, sob qualquer hipótese, nunca será o definitivo, mas, tão somente uma etapa das muitas que o paciente vivenciará.


 

Com as notas acima damos por finalizado os comentários sobre transferência de energias – Passe – Releiam as apostilas 54, 55, 56, 57, 58 e esta, de forma sequente para melhor compreensão de suas informações.


Bibliografia:

 

Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – questões 175 e 176 – Livraria Allan Kardec Editora

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Mecanismos da Mediunidade – capítulo 22 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Evolução em Dois Mundos – cap. 5 1ª parte e cap. 15 2ª parte –

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Missionários da Luz – capítulo 19 – Federação Espírita Brasileira

Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Pereira Franco – Painéis da Obsessão pág. 7 - Livraria Espírita Alvorada Ltda

Miramez/João Nunes Maia – Segurança Mediúnica – págs. 14, 61, 77, 110, 119, 147 – Editora Espírita Cristã Fonte Viva

Miramez/João Nunes Maia – Médiuns – págs. 16, 49, 87, 110, 141, 263 – Editora Espírita Cristã Fonte Viva

Ramatis/Hercílio Maes – A Vida Humana e o Espírito Imortal – Livraria Freitas Bastos

Ramatis/Hercílio Maes – A Sobrevivência do Espírito – Livraria Freitas Bastos

Edgard Armond – Curas Espirituais – Editora Aliança

Edgard Armond – Passes e Radiações – Editora Aliança

Edgard Armond – Trabalhos Práticos de Espiritismo – Editora Aliança

Bárbara Brennan – Mãos de Luz – Editora Pensamento

Choa Kok Sui – Cura Prânica – Editora Ground

Choa Kok Sui – Psicoterapia Prânica – Editora Ground

Hiroshi Motoyama – Teoria dos Chacras – Editora Pensamento

Wenefledo de Toledo  -  Passes e Curas Espirituais  -  Editora Pensamento.

Zulma Reyo – Alquimia Interior – Editora Ground

Apostila escrita por

LUIZ  ANTONIO  BRASIL

Outubro de 1997 – Revisão em Setembro de 2008

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