Mediunidade 2 - Apostila 56
ESTUDO DA MEDIUNIDADE
46ª Parte
“Assim como, ao submergir um lenço na água o líquido, e o ar dissolvido na água penetram pelos interstícios do tecido sólido, da mesma forma em nosso corpo físico a matéria sólida delimita os contornos da forma e constitui a armação, ao passo que os demais estados de matéria penetram entre os interstícios da sólida.”
(Annie Besant – Livro: A Vida do Homem em Três Mundos – pág. 56 – Editora Pensamento)
CORES NAS ENERGIAS - III
Dando seguimento às apostilas 54 e 55, veremos nesta algumas outras indicações a respeito do aproveitamento da mesclagem de cores nas energias aplicadas no tratamento por passes.
O Porque das Cores
Como comentamos na apostila 54, usando de dois trechos de André Luiz, vimos que as cores não são apenas para diversificar e enfeitar a paisagem. Suas vibrações atuam, também, psicologicamente nas criaturas.
Vejam os animais. Algumas espécies mudam suas cores em épocas distintas de suas vidas, atendendo aos imperativos relacionados com a autodefesa – camuflagem – ou períodos de procriação – atração entre macho e fêmea. O homem, como produto de mesma origem, não poderia passar sem se envolver com essa influência psicológica das cores. Circunstância que é perfeitamente notável no cuidado que as pessoas dispensam a si, ao se enfeitarem para produzir maior atração de umas sobre as outras. Algumas até exageram no uso das cores. Podemos dizer que o lançar mão das cores aplicando-as ao corpo é um gesto inconsciente de promover a sedução. Embora seja um gesto inconsciente, todavia ele é real e influi sobremaneira no bem estar da pessoa. Isto é, tornar-se mais belo(a), segundo os padrões da cultura a que pertence. No gênero humano, e no ramo dos civilizados, a mulher é quem mais se colore, já no ramo dos silvícolas é o homem o enfeitado.
Pois bem, essas impressões, inicialmente visuais, ativam o senso de comparação estética – bonito/feio – do cérebro, que conjuga a radiação que cada cor simultaneamente interage via olhos e chacras.
(Cor e chacras, vide apostila 54, figura 54B).
E as reações são as mais variadas.
Por exemplo, quem não fica extasiado ao se deparar com a paisagem do campo, agradavelmente verde, depois de ter passado longos períodos na cidade? É o chacra cardíaco sendo invadido pela radiação daquela cor. Por outro lado, quem não se acalma ao contemplar o céu azul e límpido? Desta vez é o espiritualizado chacra laríngeo absorvendo essa emanação, e os demais, por efeito dela, ficando mais lentos em seus movimentos.
A cor azul, conforme falamos nas citadas apostilas, tem a propriedade de acalmar a super atividade de qualquer chacra.
Mas também têm resultados inversos aos acima citados, pois diante de um cenário de cores berrantes, ou obscurecidas, o mínimo que este provoca é inquietação, quando não horror, como acontece nos filmes de suspense. Observem, ainda, que nas apresentações dos musicais heavy metal toda a movimentação da cena é feita sob os efeitos de luzes e gazes criando um ambiente de feição tenebrosa. Nesses casos é o chacra básico, inteiramente ligado à terra, super ativando-se e, por conseguinte, provocando toda a agitação comum que se vê nestes acontecimentos.
Observa-se também que em razão dessa interação psicológica das cores os templos cristãos não são pintados na cor vermelha, assim como nenhuma casa noturna de diversões é decorada na cor azul.
Portanto, positivamente, as cores são fortes fatores de ação psicológica, e suas radiações para mais intensas, ou para menos, influenciam construtiva ou destrutivamente. Por essa razão é que os chacras, sendo portas captadoras dessas radiações, têm suas funções psicológicas.
Na figura 56A vemos uma escala gráfica demonstrativa das intensidades vibratórias das cores perceptíveis ao olho humano. Olhando a figura fica mais fácil entender a diferenciação vibratória entre os matizes.
As cores de menor vibração são: vermelha, laranja e amarela. As cores de mais alta vibração são: azul, índigo e violeta. Observem que a cor verde é intermediária entre as de menor e as de alta vibração, porque ela é resultante da combinação das cores azul e amarela. Nos dois extremos da escala, já fora do alcance visual humano, estão as cores infravermelho e ultra-violeta.
Terapia do Passe
Na terapia do passe usam-se as cores de baixa vibração para vitalizar e fixar no ambiente terrestre uma pessoa que esteja distanciada dos objetivos deste. Por exemplo, quando a pessoa está depressiva, desanimada, enfraquecida. São cores de vibração excitante, próprias do elemento terra, característica da vivência animal. (Vide figura 21E da apostila 21).
Por outro lado, usa-se das cores de alta vibração para reduzir a excitação muito terra de uma pessoa. Em outras palavras, para espiritualizá-la. Por exemplo, nos casos de vícios, demência, embrutecimento. Essas cores são calmantes e de limpeza.
Cor, portanto, é ingrediente fundamental.
Intensidade de Radiação
Cabe aqui explicar, em complementação às figuras 56A, 56B e 56C, que intensidade de radiação de uma cor é a quantidade das oscilações das ondas de energia eletromagnéticas num dado período de tempo. No espectro visível de que estamos tratando, a radiação mais lenta produz a cor vermelha, já a radiação mais rápida produz a cor violeta.
Interessante observar que essa definição nos leva a deduzir que não existem energias vermelhas ou de qualquer outra cor. O que existe é energia menos veloz ou mais veloz. Esta velocidade, que se origina da qualidade das emanações energéticas de cada uma das moléculas de determinado corpo, e registradas pela retina, é que causam, na área de visão do cérebro, as impressões cromáticas.
Mediante o acima exposto concluímos que é benéfico o uso das cores na aplicação dos passes, pois sendo bem aplicadas, cada célula do corpo revitalizar-se-á ao ser atingida pela cor que lhe corresponde em vibração.
Vejamos a seguir algumas particularidades sobre atendimentos.
Atendimento de Crianças
Os passes nas crianças exigem cuidados diferenciados daqueles dispensados aos adultos. Consideremos algumas faixas etárias.
Do zero aos 7 anos – O corpo físico está desenvolvendo, ainda, seus elos vitais com o corpo Astral. O cérebro ainda está em formação. Não estão concluídas as ligações intercorrentes entre os neurônios. Essas ligações funcionam como delicadíssimos fiozinhos interligando um neurônio a muitos outros ao mesmo tempo. Esses fiozinhos recebem o nome de dendritos.
A figura a seguir 56D, mostra essa evolução fisiológica que ocorre com a criança de zero a sete anos.
O quadro 1 apresenta um grupo de neurônios, ainda isolados uns dos outros. O quadro 2 mostra os neurônios lançando os dendritos.
No quadro 3 os dendritos já estão interligando os neurônios e deixando-os prontos para o pleno funcionamento. Todavia, a completa formação dos dendritos só se dá após os sete anos de idade. Até lá o campo psíquico está inteiramente aberto, pois que seu instrumento principal no ambiente físico, o cérebro, ainda não está completo.
Além disso, o corpo Astral, como falamos acima, só está ligado parcialmente ao corpo Físico, e os chacras ainda não possuem a tela Etérica. Devido a tudo isso as crianças, nessa faixa etária, são tão vulneráveis aos sugestionamentos.
Dos 7 aos 14 anos – Firmam-se as ligações com o corpo Astral. Inicia-se, daí, a influência de natureza emocional, provocada pelo corpo Astral, que começa a “botar as manguinhas de fora”. Isto é, mostrar quem é como espírito reencarnante, isto fazendo através das tendências mais repetitivas, todavia inconstantes, daquela criança.
Isso significa dizer que ainda existe fragilidade nas ligações entre os diversos corpos. Entretanto, o cérebro já está melhor constituído, bem como, começa a se formar a tela Etérica protegendo a abertura dos chacras. Nesta altura dos acontecimentos, a criança deixa de ser tão vulnerável quanto era antes, e sua morfologia, transformada pelo controle glandular, vai sendo tomada pelas características que definem o adulto, homem ou mulher, que virá a ser.
Dos 14 aos 21 anos – Nesta fase o corpo Astral, ou o corpo dos desejos, começa a demonstrar através do corpo Físico suas tendências definitivas àquela encarnação. Mas até que tudo isso se firme, tem-se o período de conflitos psicológicos da chamada fase da adolescência, e que exige dos pais cuidados especiais.
Esse período nada mais é que a difícil fixação final dos corpos Astral e Mental à presente vida. O derradeiro momento de aceitação daquele espírito por aquela vida humana em que está. Vão se extinguindo, definitivamente, as reminiscências inconscientes de vidas passadas, questões dos conflitos com o aceitar, ou não, as condições vivenciais do agora.
Quanto aos chacras, todos já estarão com suas telas Etéricas bem formadas. Isto, bem entendido, se aquele Ser, nas fases anteriores, teve um desenvolvimento a que chamamos de normal, qual seja, protegida e orientada por pais sensatos e amorosos. Em contrário, desde o início da formação das telas Etéricas estas apresentarão rupturas e o adolescente demonstrará comportamento inquieto, irritadiço, exigente, insolente e tantos outros comportamentos emocionais alterados. Às vezes, um flagelo para a família.
Procedimentos para o Passe em Crianças
1 – As mesmas atitudes preparatórias e iniciais para os adultos, citadas nos itens 1, 2 e 3 da apostila 55.
2 – A limpeza geral, da cabeça aos pés, deve ser feita com movimentos suaves, pois o campo áurico da criança é muito delicado.
3 – A limpeza localizada, caso de aplicação de passe em algum órgão ou em algum chacra, deve ser feita apenas com energia Branca-cristalina. Por pouco tempo. Essa energia, no caso de crianças, é suficiente para limpar e revitalizar o sistema.
4 – Está concluído o atendimento. Todas as fases das operações descritas devem ser feitas sem pressa e sem automatismos.
Procedimentos para o Passe em Idosos
Como no caso das crianças, o idoso também necessita de cuidados diferen-ciados. Seus órgãos estão muito desgas-tados e os chacras não mais respondem com a mesma defesa do adulto mais jovem.
1 – Idêntica preparação inicial de quando se atende a adultos.
2 – Limpeza geral da cabeça aos pés. Movimentos suaves.
3 – Limpeza localizada, ou passe dirigido a um órgão em especial, ou a algum chacra, deve ser feita apenas com energia Branca cristalina.
4 – Evitar a energia azul escuro, principalmente sobre os chacras gástrico e cardíaco, pois esta cor inibe a atividade do chacra.
5 – A energia branca cristalina é suficiente para limpar e vitalizar.
6 – Em casos especiais, onde esteja bem identificada a deficiência de que sofre a pessoa, pode-se fazer uso das cores específicas para cada caso. Isto é, as cores correspondentes ao chacra mais próximo. Mas sempre por pouco tempo.
7 – A parte principal do atendimento ao idoso está concluída.
As orientações acima se referem à generalidade dos atendimentos. Naturalmente a sensibilidade do médium, diante do paciente, determinará as variantes a serem adotadas. Sempre, todavia, dentro dos princípios do bom senso e respeito.
Na próxima apostila abordaremos métodos.
Bibliografia:
André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Os Mensageiros – págs. 210, 211 e 213 (Larvas) Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Missionários da Luz – págs. 29, 37, 40 (Larvas) 221 e 249 –
André Luiz/Francisco Cândido Xavier – No Mundo Maior – página 113 (14 anos) – Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Obreiros da Vida Eterna – Pág. 158 cores e 188 Limpeza – págs. 63, 89, 133, 161 e
166 desintegração – Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Libertação – págs. 197, 198 e 199 Equipe de médiuns – Federação Espírita Brasileira
Lancellin/João Nunes Maia – Iniciação-Viagem Astral – página 427 e outras – Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Annie Besant – A Vida do Homem em Três Mundos – Editora Pensamento
Annie Besant – O Poder do Pensamento – Editora Pensamento
Bárbara Brennan – Mãos de Luz – Editora Pensamento
Zulma Reyo – Alquimia Interior – Editora Ground
Choa Kok Sui – Cura Prânica – Editora Ground
Choa Kok Sui – Psicoterapia Prânica – Editora Ground
Hiroshi Motoyama – Teoria dos Chacras – Editora Pensamento
Arthur C. Guyton – Fisiologia Humana – Capítulo 8 – Editora Panamericana
Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Agosto de 1997 – Revisão em Maio de 2008