Mediunidade 2 - Apostila 50

Mediunidade 2 - Apostila 50

  

          ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                  

40ª Parte

  

“As faculdades medianímicas podem ser idênticas em pessoas diversas, entretanto, cada pessoa tem a sua maneira particular de empregá-la.  Um modelo (...) é o mesmo para grande assembléia de pintores, todavia, cada artista fixa-la-á na tela a seu modo.”

(André Luiz – Livro: Nos Domínios da Mediunidade – página 109)

 

CLARIVIDÊNCIA  -  II

Continuando de  onde  interrompemos  na apostila 49, veremos agora a

 

Visão Mental – É o clarividente que enxerga através do corpo Mental.   Na apostila 15 fizemos sucinta análise sobre a visão via corpo Mental.  Nesta, o que podemos acrescentar não é muita coisa mais, visto que o corpo Mental ainda não é bem conhecido.  Além disso, poucas descrições existem a respeito dado à circunstância de que se situa num plano pouco acessível aos viventes do plano Físico e, portanto, de pouco alcance às pesquisas dos estudiosos.

 

Pode-se, porém, pelo que dele já se investigou, saber que sua conformação atômica e celular, embora em outro padrão vibratório, segue o mesmo aspecto do corpo Astral.  Isto é, não tem órgãos especializados, devido à movimentação incessante de seus átomos.

 

Em razão disso a visão mental vê o objeto em seu todo, como se o observador estivesse, a um só tempo, dentro e fora do objeto.

 

A figura 50A, de maneira muito imperfeita, procura dar uma idéia do que seja esse tipo de visão. 

 

 

 

O observador estará na posição 1 da figura, mas sua visão é tão completa que é como se estivesse, ao mesmo tempo, na posição 1  e na 2.  Veria todos os lados e o interior do objeto, simultaneamente.

 

Mais uma vez lembramos o aviso dado na apostila 49, sobre a dificuldade da linguagem humana para expressar fatos de outras dimensões.

 

A descrição indica que há a possibilidade dessa visualização desde que o interessado assim o deseje, fazendo, para isso, convergir sua atenção.   Outra possibilidade singular da clarividência Mental é que seu grau de visão pode ser regulado para ver com nitidez a menor partícula física ou astral.  Com este recurso o mundo microscópico torna-se visível sem a necessidade do uso de aparelhos especiais.

 


 

Neste estudo, além das informações acima, há que considerar outros fatos incidentes sobre a fenomenologia da clarividência.  Para estudá-los dividiremos por tópicos, facilitando a compreensão.

 

Clarividência Patológica

– Acontece com as pessoas ditas histéricas, as esquizofrênicas, as que fazem uso dos entorpecentes, os alcoólatras ou as altamente nervosas.

 

Embora essas pessoas tenham visões, geralmente são visões medonhas e assustadiças, revelando que a faculdade  clarividente  que  possuem é, na verdade, sintoma de doença.   O surgimento da clarividência em tais casos é a evidência de que o corpo físico está fraco e sem controle, e a tal ponto que não mais constitui obstáculo à visão etérica ou astral.

 

No estudo dos chacras, apostilas 21 à 25, falamos dessas circunstâncias.  O nervosismo exagerado, o uso de drogas alucinógenas e do álcool leva à deterioração da tela etérica, protetora dos chacras.  Rompendo a tela etérica a pessoa começa a ter visões de coisas disformes e horrendas, pois está em sintonia com os padrões de vibração mais baixos do plano Astral, e se torna vítima de entidades vampirizadoras.

 

Em razão disso quase que se poderia dizer que a diferença entre um clarividente equilibrado e um patológico, é a constituição da tela etérica dos chacras.  No primeiro ela é elástica.  Contrai e distende a malha sob a vontade consciente ou inconsciente do clarividente.  No patológico a malha está rompida e enrijecida, impossibilitada de obedecer à vontade do Eu.   Mas pode ser reparada, conforme foi visto naquele estudo.

 

Clarividência Viajora

– É um estado misto de projeção da consciência e clarividência.  Na projeção, o corpo físico fica em repouso e a consciência se dedica inteiramente a ações com o corpo Astral, e ou Mental.  E só depois que retorna ao corpo Físico é que relata o acontecido.

 

Como se vê na figura 50B, na clarividência viajora a consciência do médium fica como que dividida. 

 

 

 

Parte continua acionando o corpo Físico, e parte aciona o corpo Astral, ou Mental, que se desloca de encontro ao objetivo que lhe atrai.   Allan Kardec deu o nome de estado sonambúlico para tal modalidade de clarividência.  Ainda na figura, chegando ao local desejado relata pelo corpo Físico, naquele mesmo momento, o que está vendo com o corpo Astral.   Resumindo:  Vê com o corpo Astral, ou Mental, que viajou até o local desejado, e relata com o corpo Físico.  É como se uma pessoa, à distância, pelo telefone, fizesse um relato.

 

Clarividência Real

– Na falta de outro termo estamos usando a palavra Real para diferençar o tipo de clarividência que descreveremos a seguir.

 

Figura 50C. 

 

Na clarividência real a consciência do médium, como se fosse uma antena especial, vide na figura representação da antena, detecta radiações eterizadas.  Nessa sintonia o médium identifica esses sinais, os traduz, e transfere ao Físico as impressões registradas.   Nesse tipo de clarividência a consciência e o corpo Astral não se ausentam do corpo Físico.  O médium continua mantendo seu estado de consciência física.  Acordado.  Mesmo inteiramente desperto tem as visões.

 

Clarividência no Tempo

– Como existem diferentes estados vibratórios formando diferentes planos de existência, dependendo da capacidade clarividente do médium ele poderá ter visões além do plano Físico, do Astral e de outros além.  Relacionados não só ao momento presente, como também ao passado e ao futuro.

 

Na figura 50D mostramos os três aspectos temporal de uma clarividência.

 

 

  Isto é, concomitante a cada plano mais elevado que o médium puder atingir, também estará dilatando sua capacidade de ver no tempo.  O Físico será visto em acontecimentos do momento presente, ou de um passado recente, ou futuro bem próximo.  Observem o cone do tempo representado na figura.   O Astral, além do presente, poderá ser visto num passado, ou futuro, mais distantes do momento atual.  E assim sucessivamente.

 

Isso é verdadeiro porque quanto “mais alto se sobe” na escala dos planos além do Físico, mais se aproxima do eterno, onde todo o tempo se torna unicamente presente.   Ou seja, tudo é visto como se estivesse acontecendo naquele momento.

 

Cabe aqui uma explicação:  Naturalmente que nossa mente, encarnados, não consegue assimilar com integridade o que seja Eternidade, pois que, submetidos ao sistema de uma terceira dimensão onde o tempo é linear, imaginamos que em todos os planos, inclusive naquele em que se situa o Ser Supremo, também seja assim.  Porém, a lógica nos induz a imaginar que:  sendo o Ser Supremo, a um só tempo, Onipresente, Oniscientes e Onipotente, isto só viria de acontecer num Tempo unicamente presente, isto é, Eternidade.

 

Seguindo, com relação à faculdade de “ver” o passado, estaríamos entrando no campo da mediunidade chamada de psicometria.  Faculdade esta que permite ver o passado a partir das impressões gravadas etericamente em um objeto.  Além disso, a faculdade de ver o passado de uma pessoa, como acontece, por exemplo, no trabalho de desobsessão, pode se dar de duas maneiras.

 

1 – Leitura direta do clarividente sobre os registros contidos no porão da consciência da pessoa atendida.  (Vide apostila 37).

2 – A transmissão desses mesmos registros feita pelos mentores ao clarividente.

 

Essa transmissão pode ser da mente do mentor à  mente do clarividente, ou usarem, os mentores, de aparelhos que catalisam a cena do inconsciente da pessoa, possibilitando visão ao clarividente.   Neste caso, o clarividente, embora não vendo o aparelho, estaria, porém, vendo a cena numa tela televisiva.   André Luiz, no livro Nos Domínios da Mediunidade, página 67, chama a esse aparelho de “Condensador ectoplásmico.

 

Como a clarividência pode se apresentar

 

Principiantes

Sombras difusas – nuvens coloridas – visões fragmentárias que acontecem nos momentos que antecedem o sono.  Neste caso, o cérebro vai acalmando as vibrações e ondas mentais próprias de outras dimensões, provocam imagens relâmpagos.  Esse estado é chamado de hipnagógico.  Em estado de vigília o cérebro humano produz as ondas Beta, que é o nível consciente para a vida Física. Atividades, atenções. Ao iniciarem-se as primeiras vibrações que antecedem o estado de sono as ondas cerebrais vão ao chamado nível Alfa. Uma tranquilização gostosa que vai tomando conta da pessoa.  É neste ponto que começam a relampaguear as imagens pouco definidas.

 

Quadros ou Painéis

– Os quadros podem se apresentar com a cena em tamanho reduzido se comparado ao tamanho natural, entretanto, com perfeita nitidez nos detalhes.  Nestes casos, a clarividência se produz por efeito de projeção mental que os mentores lançam sobre o médium.

 

Clarividência Viajora

– Com toda a nitidez como se estivesse pessoalmente no local descrito.

 

Clarividência Real

– A nitidez depende da qualidade perceptiva do médium.  Principalmente quanto ao controle de suas emoções.

 

Conclusão e Curiosidades

Embora nas duas apostilas que tratamos da questão clarividência não tenha sido explicitamente falado, sabe-se, entretanto, que nenhum médium produz de si mesmo qualquer fenômeno.  Todo e qualquer fenômeno mediúnico é resultado da associação médium-mentores.

 

Em razão disso, aperfeiçoando-se ao controle de suas emoções, o médium aprenderá também a selecionar o nível visual a ser atingido por sua percepção extrafísica.  Também, nos confrontos da clarividência, quando se compara as informações de dois clarividentes para uma mesma questão, há as aparentes discrepâncias.   Exemplo: um informa que viu certo objeto na cor azul.  Outro diz que viu o mesmo objeto, porém na cor cinza.   Nenhum dos dois está equivocado.  A diferença no registro da clarividência para o mesmo fato se dá porque o cérebro de cada médium conduzirá os sinais recebidos na conformidade de sua capacidade tradutora.

 

Quanto a isso, no livro O Conceito Rosacruz do Cosmo, de autoria de Max Heindel, cita o autor um excelente exemplo, que tomamos a liberdade em reproduzir abaixo:

 

Suponhamos que um jornal envie vinte repórteres a uma cidade para que façam reportagens descritivas da mesma. Os repórteres são, ou devem ser, observadores treinados. Sua missão é ver tudo, e devem ser capazes de fazer tão boas reportagens sobre o assunto, como é justo e cabível esperar. Todavia, o mais provável é que dos vinte repórteres, nem dois apresentem descrições exatamente iguais da cidade. O mais provável é que sejam totalmente diferentes. Embora algumas delas possam conter em comum as características mais relevantes da cidade, outras podem ser singulares na qualidade e na quantidade da descrição.

Seria argumento contra a existência da cidade o fato das reportagens serem diferentes? Certamente que não! Diferem porque cada um viu a cidade segundo o seu próprio ponto de vista. Pode-se, portanto, dizer sem receio que tais diferenças, ao invés de confundirem e prejudicarem tornariam mais fácil, melhor, a compreensão da cidade do que se lêssemos uma só e desprezássemos as outras. Cada reportagem ampliaria e complementaria, por sua vez, as outras.”

 

Podemos complementar essa informação usando da figura 50E.

 

 

O foco de luz branca ao passar por um prima sobre refração.  Ao sair na outra face do prisma apresenta cores distintas.  O prima não criou essas cores, elas estavam sintetizadas no foco de luz branca.  Ele apenas as separou. 

 

Assim  também são os órgãos sensórios do médium, incluindo-se nisso as glândulas, chacras, sistema nervoso, etc.  Daí, a “refração” que um sinal sofrerá em um médium poderá ser inteiramente diferente em outro, sem que, contudo, estejam vendo cenas diferentes.  Essa mesma possibilidade de diferenciação também ocorre na descrição dos tipos de roupa, fisionomias e ambientes que vêm.  

 

Há, também a acrescentar que as cores nos mundos extra-físicos não têm a mesma cromática que no nosso mundo.  Exemplo  quando a entidade manifestante fala da cor azul, e o clarividente descreve como cor cinza, significa que a cor cinza para nós é a azul no mundo astral.  Enfim, há uma infinidade de referências aparentemente discrepantes que  não devem intimidar o clarividente, inibindo-o pelo  temor de estar cometendo enganos.

 

Finalmente, para encerrar essas notas, queremos dizer que tudo o que se falou sobre clarividência serve, igualmente, para descrever o fenômeno de clariaudiência.

  

Ouvir sons do plano Astral ou Mental.

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Bibliografia

Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – questões 102 – 107 – 167 a 171 – Livraria Allan Kardec Editora

Albert de Rochas – Exteriorização da Sensibilidade – Editora Cultural Espírita Ltda

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Mecanismos da Mediunidade – página 135 e capítulo 20 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – capítulo 7 e 12 – Federação Espírita Brasileira

Bárbara A. Brennan – Mãos de Luz – Editora Pensamento

Bob Toben e Fred A. Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Pensamento

Charles W. Leadbeater – A Clarividência – Editora Pensamento

Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - volume III páginas 311 a 317 – Editora Pensamento

Hermínio Correa de Miranda – Diversidade dos Carismas – Editora Arte e Cultura Livraria Ltda

Hiroshi Motoyama – Teoria dos Chakras – Editora Pensamento

Leon Denis – No Invisível – página 161 e seguintes – Federação Espírita Brasileira

Waldo Vieira – Projeciologia – Capítulos 29, 43, 44 e 45 – Edição do Autor

Yvonne A. Pereira – Memórias de um suicida – página 89 - Federação Espírita Brasileira

Site da Fraternidade Rosacruz, livro:  O Conceito Rosacruz do Cosmo - https://fraternidaderosacruz.com.br/product/conceito-rosacruz-do-cosmos-4a-ed/


Apostila escrita por

LUIZ  ANTONIO  BRASIL

Abril 1997 – Revisão em Maio de 2007

 

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