Mediunidade 2 - Apostila 49

Mediunidade 2 - Apostila 49

  

          ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                  

39ª Parte

  

“O médium vidente deve saber quando deve falar, (...)  Vidência e clarividência são forças que a disciplina (...) transmuta em fonte de paz, mas que sem orientação condigna faz esquecer a esperança.”

(Miramez – Livro: Médiuns – página 53)

Seguindo a linha de informações a respeito das fenomenologias do espírito, uma outra faculdade muito chama a atenção.  A de ver cenas e personagens do mundo invisível.  É a faculdade da

 

CLARIVIDÊNCIA

 

A existência não se restringe apenas ao universo físico, habitado, na Terra, pelos seres humanos, ou assemelhados.  Como já é comum e aceito pelos adeptos dos diversos ramos que estudam o espiritualismo, sabe-se que vários são os universos.  E não só os espiritualistas assim crêem, mas alguns ramos das ciências mais liberais começam a dar apoio à tese de que os universos são muitos, ocupando dimensões variadas.  Todos eles, porém, coexistem interpenetrados, sem se misturarem, dado que as respectivas formações atômicas de que se compõem estão em níveis vibratórios diferentes.  Assim como as ondas de rádio que não se misturam, embora sejam muitas propagando pela atmosfera da Terra.  (Vide apostila 32).

 

Embora interpenetrados uns pelos outros, a separatividade entre eles é tão marcante que um universo não percebe a existência do outro.  Ou seja, habitantes de um universo não percebem os habitantes e as coisas todas de outro universo.

 

Isso é o que acontece, por exemplo, entre o plano Físico e o plano Astral da Terra.  Temos hoje plena convicção da existência do plano Astral, como se sabe de sua interpenetração no plano Físico.  Entretanto, não é visto e nem sentido pela grande maioria dos encarnados.

 

Se a grande maioria dos humanos não têm acesso ás sensações que lhes revelem a existência de outra dimensão, todavia, dentre estes existem alguns possuidores de uma faculdade que lhes permite enxergar os planos espirituais.   A essas pessoas dá-se o nome de clarividentes.  Isto é, enxergam além das fronteiras do Físico.

 

A figura 49A  oferece a representação singela do fato. 

 

 

 

Nela temos um encarnado visualizando, ao mesmo tempo, não só o ambiente físico como também alguma cena do Astral.

 

As pessoas dotadas dessa faculdade, segundo os pesquisadores, têm na associação funcional das glândulas pituitária e epífise recursos que permitem traduzir os sinais adimensionais à Terra, em sinais decifráveis pela percepção humana. 

Isto é, funcionam tais glândulas como uma espécie de tradutoras para as vibrações etéricas.  Elas foram vistas nas apostilas 26 à 28.

 

Todavia, com a informação acima uma pergunta salta à vista:  Sendo que é a associação pituitária/epífise que proporciona a clarividência, por que todas as pessoas não têm essa faculdade, embora todas possuam essas duas glândulas ?

 

A história, como resposta, é longa, mas podemos resumi-la bem, informando que o Ser, como um todo, ainda é uma criatura incompleta.  O esforço despendido ao longo  dos milênios conferiu, além de outros, o corpo Físico, que possui as feições delicadas de hoje nos quais os espíritos encarnam. 

Mas mesmo representando um excelente veículo de manifestação, devemos compreender que é algo inacabado, como também não tem a mesma uniformidade funcional para todos os viventes na Terra.

 

Dada a diferenciada multiplicidade evolutiva dos espíritos viventes no planeta, cada corpo Físico tem esta, ou aquela, faculdade melhor desenvolvida em uma pessoa e menos apta em outra. 

Além do que, a funcionalidade geral do corpo humano, como é sabido, depende da conformação e funcionalidade do corpo Astral. 

Este, por sua vez, a cada encarnação, fica na dependência cármica do indivíduo, pois que esta determina tais ou quais recursos serão possíveis ao reencarnante.

 

Em decorrência de tudo isso, embora fisicamente todas as pessoas possuam as glândulas pituitária e epífise, no que se refere à visão inter-mundos, a associação de ambas nem sempre está proporcionando essa faculdade.

 

Além dessa circunstância cármica individual, impeditiva do funcionamento da visão extra-física das citadas glândulas, também a nível coletivo a tradição dos povos orientais ensina que em tempos longínquos, quando a faculdade de clarividência era comum a todos, descambou a população para o mal uso desse recurso.  

Em razão disso o Governo Oculto do Planeta determinou mutações genéticas que levaram à perda da citada faculdade.

 

Providência essa visando impedir a exacerbação, ainda maior, dos desregramentos sociais vigentes.  Todavia, este mesmo Governo, antevendo as inevitáveis mutações evolutivas, paralelamente à terminação de extinção, elaborou rumos ao restabelecimento coletivo do uso dessa faculdade, que será num tempo em que a humanidade venha a se organizar concomitante à ética cósmica, do amor e respeito ao próximo.  (A Doutrina Secreta, volume III páginas 311 a 317) (Vide apostila 27)

 

Contudo, a clarividência é uma faculdade, como todas as outras, passível de ser desenvolvida.  Naturalmente exige do pretendente uma grande força de vontade, tal qual nos casos,  como  por exemplo, da meditação ou da projeção da consciência.

 

A possibilidade de desenvolver a clarividência é inerente ao fato de que é o espírito o construtor do seu corpo Astral, e partindo deste dá forma ao corpo Físico.  Assim sendo, fazendo uso da vontade, poderá alterar a funcionalidade e conformação molecular de partes do mesmo corpo Astral que, por inter-relação, fará ocorrer alteração no funcionamento do órgão físico correspondente.

 

Não estamos falando nenhum absurdo, pois é assim que acontecem as doenças e as respectivas curas.  Pelo ato da vontade. 

Pelo ato de uma bem má vontade comprometemos o equilíbrio psíquico, e daí, como diz a psicologia, somatiza-se as doenças.  

Isto é, transfere-se uma deterioração da área psíquica para a área física.  

A cura vem de ser o processo inverso ao anterior.  Usando forças contrárias restabelece-se o bem estar. 

Poderíamos chamá-la de dessomatizar.

 

Essas forças contrárias são a resignação e o amor. 

 

Obviamente esforços que serão maiores que o anterior, todavia, sem eles, não se obtém sucesso.  Essa força de vontade renovadora a que estamos nos referindo, já é perfeitamente reconhecida como real pelas ciências que estudam a alma.   Portanto, ações que o espírito tem condições de adotar.   Por isso falamos ser a faculdade da clarividência passível  de  ser desenvolvida naqueles que não a possuem.

 

Complementando todo esse esclarecimento, é preciso lembrar que no fenômeno da clarividência tem especial importância a ação conjunta dos chacras frontal e coronário, como ficou visto nas apostilas 21 à 25.  Segundo a descrição dos autores André Luiz, Charles W. Leadbeater e Hiroshi Motoyama, e a figura 49B está a ilustrar, a raiz dos citados chacras convergem para as glândulas pituitária e epífise, respectivamente.

 

 

Talvez, supõe-se ser daí a razão de se chamar de terceiro olho à clarividência.   Kardec deu o nome de Dupla-Vista. 

 

O funcionamento é o seguinte, ainda acompanhando a figura 49B: 

as vibrações etéricas, astrais ou mentais, são registradas pelos chacras, da seguinte forma

- Chacra coronário que as leva diretamente à epífise

- Chacra frontal que as encaminha à pituitária. 

-  Da pituitária (seta verde) seguem à epífise e ali juntam-se às canalizadas pelo coronário. 

- A epífise decodifica-as e as interioriza no cérebro físico.  (seta rosa)

Esse trabalho de decodificação feito pela epífise foi estudado na apostila 30.

 

MODALIDADES DA CLARIVIDÊNCIA

 

A clarividência pode se apresentar de três modalidades, a saber:

1 – visão etérica;

2 – visão astral;

3 – visão mental.

 

Antes de falarmos das três modalidades é conve-niente recordar a com-posição dos seres encar-nados para entender o funcionamento da clarivi-dência.  (Vide apostilas 11, 12, 14 à 17)

 

Conforme a figura 49C ilustra, o espírito, encar-nado na Terra, utiliza vários corpos.  

 

 

 

Dentre estes, os mais próximos do ambiente físico são:

1 – corpo Mental e 2, corpo Astral. 

E naturalmente o indispensável corpo Físico 3, com seu Duplo-Etérico. 

Estes são os componentes que nos interessam para o estudo deste tema.  Vejamos, agora, as modalidades de clarividência.

 

Visão Etérica

Sendo o Duplo-Etérico parte integrante do corpo Físico, significa que o olho humano tem uma parte etérica. 

A figura 49D mostra essa constituição onde, em linha alaranjada, representa-se o contorno etérico do olho. 

 

 

É através dessa parte etérica do olho que o clarividente, classificado como de visão etérica, consegue visualizar vibrações de luz que estejam fora do espectro normal que todas as pessoas enxergam.  Para tal clarividente os objetos estarão quase que transparentes, vendo uns através dos outros.

 

Essa visão permitirá diagnosticar doenças, pois poderá ver órgãos dentro do corpo humano.  Poderá, ainda, ver algumas entidades espirituais, desde que estas estejam na faixa de vibração mais baixo do plano Astral, como acontece aos Elementais e, ou, entidades muito inferiores. 

Os espíritos da natureza que usualmente são chamados de Elementais, (vide apostilas 16 à 18 da série A Criatura), embora pertençam ao plano Astral, tem, entretanto, uma grande quantidade deles que convivem na parte etérica do plano Físico. 

 

Outro detalhe é que no caso da visão etérica a percepção não se dá via chacras e glândulas, mas pela impressão causada à retina etérica, e subseqüentemente seguindo via nervo ótico até o centro da visão no cérebro.

 

Visão Astral -

Como o próprio nome indica, é o clarividente que enxerga através do corpo Astral.  Ficou visto no boletim 14 que o corpo Astral não possui órgãos especializados tal como acontece com o corpo Físico.  Por exemplo, o olho para enxergar.  No corpo Astral, e só para recordar, todas as células, em constante movimento, exercem, igualmente, a função sensória.   Daí, para ver um objeto situado atrás de si o indivíduo não precisa virar a cabeça.  Basta dirigir sua atenção para aquele objeto e, imediatamente, o estará vendo.

 

Além disso, como toscamente a figura 49E representa, o clarividente de visão astral vê o objeto em todas as suas faces, simultaneamente, como se este fosse um objeto plano. 

 

Na figura, que é a mesma  da apostila 14, o quadro 1 representa a visão humana de três faces, e o quadro 2 a visão astral, vendo-se todos os lados como se o objeto estivesse desdobrado e achatado.  

 

Mais uma vez queremos alertar para a dificuldade de encontrar palavras que descrevam com realismo os fatos no plano Astral.  Por isso, não conseguimos imaginar como possa lá ser tudo visto de forma diferente à que temos na terceira dimensão.   O que podemos acrescentar ao que está citado acima, é que para ver todo o objeto em suas múltiplas faces, não é necessário rodeá-lo, ou girá-lo.  Basta dirigir a atenção para o mesmo. 

 

Também poderá ver as partículas que compõem o objeto, e que estão no interior do mesmo.  Para tanto é suficiente orientar seu enfoque visual à profundidade desejada.   Outra possibilidade da visão astral é a de poder ver a aura das plantas, dos animais e das pessoas.   Neste caso, pelas cores que a aura apresentar, poderá identificar os sentimentos e pensamentos que predominem naquele momento. 

 

Como informamos acima, só por esse comentário já é possível considerar válida e acertada a determinação do Governo Oculto do Planeta que fez desaparecer, por alguns milênios, a faculdade clarividente como recurso generalizado dos encarnados.  Quanto mau uso, hoje, nesta era conturbada e  movida a egoísmos, daríamos à ela.

 

Todavia, devemos considerar o lado utilitário da faculdade de visão Astral.  Em muito ela auxilia no trabalho de cura, pois além de ver os órgãos, através das cores que a aura apresentar, deduzirá dos problemas psíquicos que esteja a infelicitar a pessoa examinada.  

 

Porém, não esqueçamos, tal clarividente estará em confronto visual com todo o plano Astral e, dependendo da faixa vibratória de sintonia que naquele momento possa estar ligado, verá cenas e criaturas de aspecto desagradáveis.

 


Continuaremos na próxima apostila

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Bibliografia

Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – questões 102 – 107 – 167 a 171 – Livraria Allan Kardec Editora

Albert de Rochas – Exteriorização da Sensibilidade – Editora Cultural Espírita Ltda

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Mecanismos da Mediunidade – página 135 e capítulo 20 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – capítulo 7 e 12 – Federação Espírita Brasileira

Bárbara A. Brennan – Mãos de Luz – Editora Pensamento

Bob Toben e Fred A. Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Pensamento

Charles W. Leadbeater – A Clarividência – Editora Pensamento

Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - volume III páginas 311 a 317 – Editora Pensamento

Hermínio Correa de Miranda – Diversidade dos Carismas – Editora Arte e Cultura Livraria Ltda

Hiroshi Motoyama – Teoria dos Chakras – Editora Pensamento

Leon Denis – No Invisível – página 161 e seguintes – Federação Espírita Brasileira

Waldo Vieira – Projeciologia – Capítulos 29, 43, 44 e 45 – Edição do Autor

Yvonne A. Pereira – Memórias de um suicida – página 89 - Federação Espírita Brasileira

Site da Fraternidade Rosacruz, tema:  O Conceito Rosacruz do Cosmo - http://www.fraternidaderosacruz.com.br/livrosonline/CRCosmos/crc0.html

 


Apostila escrita por

LUIZ  ANTONIO  BRASIL

Abril 1997 – Revisão em Abril de 2007

 

 

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