Mediunidade 2 - Apostila 44
ESTUDO DA MEDIUNIDADE
34ª Parte
“A vigilância é sempre a eterna âncora da alma, apoiada no fundo do mar tempestuoso da mente, a nos garantir a tranqüilidade, disciplinando uma profusão de pensamentos diários, de maneira a serem úteis no seu campo de ação.”
(Miramez – Livro: Horizontes da Mente – página 93)
ATIVIDADES IX
INFLUÊNCIAS GERAIS
Nas apostilas 41 à 43 discorremos sobre as várias modalidades de influências que acometem os médiuns. Nesta, veremos algumas mudanças funcionais no organismo em decorrência daquelas influências. Em apostilas precedentes, por exemplo na 31 e 35, ligeiros comentários foram feitos a respeito. Assim teremos a seguir o que podemos chamar de
Mudança Funcional do Organismo
Desde criança, à medida em que o corpo vai se formando e desenvolvendo, a pessoa vai se acostumando com a maneira de funcionamento de seu organismo. Quando, porém, ocorrem os primeiros sinais de uma mediunidade manifesta, aquele funcionamento, ao qual estava acostumada, se modifica. Diante desse fato, o corpo físico, segundo lhe parece, já não é o mesmo.
Todavia, a situação não é bem esta. O corpo físico continua sendo o mesmo. Alteraram, sim, as respostas que agora ele dá diante do inusitado das transformações vibracionais por que passa. Isto é, a funcionalidade.
Como ficou visto nas apostilas 21 à 25, estudo dos Chacras, e 26 à 28, estudo das Glândulas, a funcionalidade do corpo está intimamente ligada à funcionalidade do sistema endócrino, das glândulas, e estas, por sua vez, do sistema formado pelos chacras. Sendo que, todo esse aparato fica na dependência da mente que o conduz.
Ora, enquanto a mente do indivíduo está a serviço apenas do conjunto fisio-psíquico dele mesmo, tudo transcorre de si para si apenas, causando nele a sensação de uma normalidade exclusiva a si somente. Daí, quando ocorrem os primeiros sinais que diferenciam a funcionalidade orgânica de antes com a de agora, ele passa a imaginar que seu corpo não é o mesmo.
Mas, a bem da verdade, a desejada couraça protetora existe apenas subjetivamente, ou seja, na imaginação dele, e mesmo essa subjetividade perdura apenas até uma determinada idade física. Quando ele passa a tomar parte ativa e decisória na convivência social, quando deixa o aconchego protecionista do lar de seus pais, aquela suposta proteção desaparece. E isso pode ocorrer, de pessoa para pessoa, dentro das mais variadas idades físicas. Uns mais cedo, até na infância ainda, outras bem na senilidade.
Além do que, essa ocorrência da mudança funcional do organismo em relação à percepção psíquica está diretamente ligada à evolução. Portanto, é inevitável, pois as criaturas, de modo geral, estão destinadas a evoluir, e o estão fazendo, mesmo que não percebam.
Neste ponto é que se esbarra com a tal mudança funcional a que nos referimos, pois evoluir significa a ampliação dos poderes do SER como um todo. Isto é: seus sentimentos e suas percepções.
Além disso, por decorrência natural, e direta, sua mente também se agiganta. Esse agigantamento da mente traz duas conseqüências que, figurativamente, representamos na figura 44A, na folha 2.
Primeiro: amplia-se a influência mental do indivíduo sobre o mundo que lhe é adjacente, ou, seu ambiente pessoal.
Segundo: amplia-se sua vulnerabilidade mental perante as influências desse mesmo mundo adjacente.
Para, pois, compreender o estado de mudança funcional do organismo basta dizer que o médium é uma pessoa vivendo a circunstância descrita pela figura 44A. Mentalmente já não é a mesma pessoa de antes. Se, com o despertamento da faculdade mediúnica, ou melhor dizendo, de seus poderes psíquicos, aumenta sua influência sobre o meio em que vive, também, de forma mais acentuada passa a se ressentir das influências que este mesmo meio agora lhe causa. Com isso, alteram-se-lhe as respostas orgânicas, pois todo o organismo está ligado à mente.
O quê está acontecendo?, ele se pergunta. Ainda não inteiramente perceptível, há, porém, um todo de energia fervilhando em torno de si, e que, seus sensores, dantes adormecidos, não registravam.
Confunde-se nesse turbilhão incógnito, ainda, para ele. Sente-se como a figura 44B ilustra. Um rodamoinho pivotante em sua pessoa.
É o acréscimo da percepção da energia. Devido a tal acréscimo, as conseqüências mais comuns se revelam como: taquicardia, ou, coração pulsando mais rápido; ansiedades injustificadas; enjôos.
Embora sejam situações desagradáveis, não há como mudá-las de imediato. O treino e adestramento mediúnico é que conferirão ao praticante o controle organo-mental sobre essa nova modalidade funcional. Só assim desaparecem os sintomas referidos.
Quanto tempo isso pode demorar? Não há tempo padrão. Depende, variavelmente, de pessoa a pessoa, pois como ficou expresso acima, esse despertamento está diretamente relacionado à evolução do indivíduo, e evolução implica nas causas que deram motivo à encarnação que ele se encontra. Trocando de palavras: depende do que veio fazer nesta encarnação, e de sua disposição por atender seus encargos reencarnatórios.
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Uma outra informação que ajudará a compreender essas “coisinhas” que aparecem na vida do médium, e que deixam os novatos um tanto desconfiados.
O corpo humano é inteiramente comandado pelo cérebro. O cérebro, como função orgânica, é o elemento de ligação entre a mente e as partes componentes do corpo físico. Este comando exercido pelo cérebro é subdividido em consciente e inconsciente.
Também devemos lembrar que todas as terminações nervosas, sejam do sistema central, do autônomo – simpático – ou do periférico, têm convergência no cérebro. Também no cérebro está a glândula epífise, ou pineal, fazendo ponte entre os registros sensórios codificados por ele e a dimensão extrafísica do Ser, como tanto já temos comentado. Por esta razão, em qualquer situação que houver a lhe tocar um acréscimo de energia, essa pessoa terá reação orgânica diferenciada da que vinha sentindo até então.
- Por quê?, perguntará o novato desconfiado.
Como é sobejamente conhecido da ciência médica, principalmente no ramo da neurologia, tocando-se em pontos específicos do cérebro de qualquer pessoa, esta demonstrará que está sentindo algo estranho em um órgão ou músculo, correspondentemente àquele ponto tocado.
Vejamos um exemplo pela figura 44C em que uma agulha toca o ponto “X” no cérebro em questão.
A pessoa dirá que está sentindo dor na perna, pois é naquela região do cérebro que estão os registros sensoriais correspondentes à perna.
É desta forma, embora que não lhe sendo introduzida uma agulha no cérebro, que o médium se sente em etapas circunstanciadas de sua vida.
- Explique melhor – pede o novato.
Acompanhem a figura 44D.
Nela represen-tamos determi-nada forma de energia sendo captada por uma pessoa, através de um de seus cha-cras. Como todos eles têm correspondência com o coronário, e este com a epífise, os sinais daquela forma de energia chegam até àquela glândula. Recebendo esses impulsos, a epífise procede à tradução e os interioriza no organismo, via sistema nervoso.
Neste nosso exemplo a energia captada está relacionada com a região “X” do cérebro, e é para lá que a epífise despacha o sinal traduzido. Em conseqüência a pessoa vai acusar uma reação na perna, que poderá ser uma simples coceira, uma dor mais forte, ou até paralisia.
E assim, a exemplo do que ficou visto nas figuras acima, todos os órgãos e músculos poderão ter seu funcionamento alterado.
- Tá legal, mas que energias são essas? Volta a perguntar nosso desconfiado amigo.
Essas energias podem ser: energias emitidas por outras pessoas, por entidades desencarnadas, e até as dela mesma. As energias oriundas de outras pessoas ou de entidades desencarnadas, são aquelas que provocam as conhecidas situações de simpatia, de antipatia e as de obsessão, e que serão mais bem estudadas em apostilas exclusivas.
Já as energias desenvolvidas pela própria pessoa têm uma origem especial. Para descrevê-las observa-se o seguinte: como ficou dito acima, todas as criaturas estão destinadas à evolução. Essa evolução é produto direto da mente. À proporção que a criatura se desenvolve todo seu Ser apresenta potenciais maiores de energia. É como se novas usinas de força à ela se juntassem.
Desta forma, e pela própria constituição natural, ela traz em si as reserva para esse despertar. Essa reserva está situada na extremidade inferior da coluna vertebral, e é chamada pelos orientais de energia Kundalini. Nas criaturas primitivas ela se acha em estado de repouso. Nas medianamente desenvolvidas está desperta e ascendendo pela coluna vertebral, vai até ao nível do chacra gástrico. Nas pessoas mais desenvolvidas sobe até o nível dos chacras cardíaco e laríngeo. E, por último, naquelas praticantes de meditação, atinge o topo da cabeça, alcançando o chacra coronário. Por ele, em forma de bastão luminoso, lança-se ao exterior.
(Veja figura 04D, pertencente à apostila 04 da série O Inevitável Despertar).
Porém a ascensão da Kundalini, de início, provoca reações incômodas no organismo, pois são forças mais potentes com as quais a pessoa ainda não está acostumada.
E o ciclo dessas reações segue o seguinte roteiro: A figura 44E mostra uma secção do córtex sensório.
Legenda da figura 44E – Pontos sensíveis:
1 – dedos dos pés --- 2 – tornozelos --- 3 – joelho --- 4 – quadril --- 5 – tronco --- 6 ombro --- 7 – braço --- 8 – dedos das mãos --- 9 – pescoço --- 10 – rosto --- 11 – lábios --- 12 – língua --- 13 – laringe --- 14 – intra abdominal.
Chacras
A = coronário
B = frontal
C = laríngeo
D = cardíaco
E = gástrico
F = esplênico
G = básico
Cada pequenina parte dessa região delimita um ponto de sensibilidade de áreas específicas do corpo.
Nela ainda vemos:
- A Kundalini sobe;
- atinge os chacras e os ativa;
- cada chacra, por sua vez, envia sinal ao coronário;
- o coronário envia à epífise os sinais recebidos;
- a epífise seleciona o sinal recebido e o direciona ao ponto do córtex sensório correspondente a cada nível que a Kundalini vai atingindo;
- Cada ponto do córtex sensório atingido sensibiliza uma parte específica do corpo.
Será nesta parte em especial que a pessoa acusará alteração de funcionamento. Na ascensão máxima, como dissemos acima, a Kundalini atinge a cabeça e sai pelo chacra coronário.
Como vêm, uma circunstância inteiramente inevitável, pois não há como impedir que uma pessoa se torne sensível às mais diferentes formas de energia. Principalmente às suas próprias.
Aprende-se a conviver com elas, e a fluidez deixa de incomodar, mas impossível evitá-las. A couraça não existe.
Bibliografia:
André Luiz/Francisco Cândido Xavier – No Mundo Maior – capítulos 3 e 4 – Federação Espírita Brasileira
Itzhak Bentov -- À espreita do Pêndulo Cósmico - Editora Cultrix/Pensamento
Hirosh Motoyama – Teoria dos Chakras – Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater – Os Chakras – Editora Pensamento
Roberto Assagioli - Psicossíntese – Editora Cultrix
Arthur C. Guyton – Fisiologia Humana – capítulo 11, página 148 – Editora Interamericana
Zulma Reyo – Alquimia Interior – Editora Ground
Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Dezembro de 1996 – Revisão em Janeiro de 2007