Além da Meditação - Apostila 2

Além da Meditação - Apostila 2

 Vir-a-Ser

 

Há um fator na sociedade humana da Terra que merece certa reflexão.

 

Partiremos com nosso raciocínio reflexível tomando um ponto muito referido na apostila 01: Inteligência.

 

Nós, quanto seres humanos muito nos gabamos considerando-nos inteligentes.  Todavia, pomos em dúvida esta assertiva.

 

Será, mesmo, que somos Inteligentes ?

 

Parece-nos que alguns pontos reforçam a dúvida que estamos levantando.

 

Vejamos.

 

Observando a humanidade temos a impressão que estamos nesta vida apenas para: brincarmos na etapa da infância; sermos irreverentes na idade da adolescência; disputarmos posições acadêmicas em tentativas de obter ingresso nas universidades; seguindo por novas disputas quanto à admissão ao primeiro emprego; trabalharmos afincadamente para formar uma possível base patrimonial que, subentende-se, dará tranquilidade na velhice; encantar-se com o primeiro amor; desencantar-se e passar à sucessividade de relacionamentos amorosos; curvar-se ao cansaço do corpo quando já idoso e render-se à finalização da jornada acomodado num ataúde. (Figura 02A)

 

Consideremos:  Estar aqui na Terra, como espíritos  animando  um  corpo  físico,  é  só  para  isso?  Para o que acima ficou  mencionado?  Será?

 

Ora, temos para nós que não.  Se é assim que a sociedade vem direcionando sua existência na Terra, por certo que esta modalidade existencial não está determinada no Grande Plano da Criação.

 

Algum agente externo, e originariamente posterior à eclosão do Grande Plano, deu azo a esta forma massificante em que toda nossa humanidade se acha submetida.

 

Que agente externo será esse ?

 

Já temos definido que Deus, o Supremo Ser, não cometeria esse equívoco – e nenhum outro equívoco – ao promulgar o seu Faça-se, determinando a exteriorização de Seu pensar.

 

Logo, para encontrar o agente exterior teremos de procura-lo noutro enfoque.

 

Da série A Criatura vimos os volumosos cuidados com que foi cercada a execução dos planos de criação de nosso sistema planetário.

 

 

Seres de altíssima competência criativa e executiva trouxeram à matéria este campo de vida para abrigar consciências nascentes que, um dia, evos após, estariam andando eretos e envergando um cérebro que lhes facultasse pensar.  Pensar e inteligenciar-se.

 

 

Inteligenciar-se:  Aqui o verbo está colocado na primeira pessoa do singular, significando que o processo de evoluir, inteligentemente, depende da vontade exclusiva dela, a pessoa.  Nenhuma pessoa torna outra inteligente se esta não se der ao trabalho de exercitar sua mente. (Estivemos vendo isso na apostila 15 da série Mediunidade)

 

Prosseguindo, os seres que evos ao futuro estariam andando eretos e com cérebro pensante, estes seres somos nós.

 

Entretanto, com o passar pachorrento das eras, este mesmo ser investiu-se de portentosas doses de orgulho – “Somos a imagem e semelhança de Deus” – julgando-se capaz de, sozinho, conduzir sua existência.

 

Muitos pares de igual pensar foram se formando.  Pensar que, como rastilho de pólvora, em pouco tempo incendiou todos os povos.   E os sentimentos de igualdade e fraternidade ficaram sepultados nos primórdios do passado.

 

Desfraldada estava a bandeira dos desafios, da competitividade:  “Quem pudesse mais que subjugasse aos fracos.”

 

Assim que, de equívoco em equívoco, chegou-se ao estado sócio-catastrófico-alienador em que se encontra a população da Terra.

 

 

Neste ponto, - figura 02D - já vislumbramos o agente provocador dessa desdita:  o Orgulho.

 

Orgulho:  Sentimento de superioridade, que faz a pessoa olhar as outras com desprezo.

 

Nascia, então, a corrente do egoísmo: “tudo para mim, nada para os outros” – impulsionando o crescimento do orgulho.

 

Claro, houve outras influências exteriores demovendo o homem de seu caminho predeterminado.

 

Claro, também, muitas foram as sucessivas fontes que aportaram na Terra para reconduzir este mesmo homem ao seu verdadeira caminho.

 

As outras influências além do exacerbado egoísmo, que demoveram o homem de seu verdadeiro caminho, provieram da transmigração de espíritos oriundos de planetas que passavam por reformas em suas sociedades.

 

Estes espíritos originavam-se de sistemas planetários que penetravam em zonas siderais onde o imperativo é a harmonia entre as criaturas.  Como os espíritos transmigrados estavam em discordância com os princípios inovadores, foram banidos de seus sistemas e exilados na Terra.

 

 

A Terra, por esse tempo, estava finalizando as acomodações telúricas e iniciando o albergamento de Mônadas (espíritos) em primeiras descidas à matéria densa.  Como seres primários investiam-se de corpos apenas dotados de instintos: defesa da vida, alimentação e procriação.  Contudo, corpos possuidores de cérebros com potencial de aprimoramento.

 

A par disso havia também, como parte do plano de formação do sistema solar, o melhoramento genético com o fito de dotar o homem terrestre de mais versátil instrumental corpóreo.

 

Bem, como sabemos nada é por acaso, e nem a natureza dá saltos.  O esquema evolutivo seguido pela natureza é de que ela própria nutra-se de si mesma, e desta nutrição promover as alterações sempre em escala ascendente de aperfeiçoamento.

 

Inseridos neste princípio se encontravam os espíritos provenientes de outros planetas e que foram exilados na Terra, bem como inteligências corpóreas que, com suas naves, neste planeta estiveram. (Figura 02E)

 

Os espíritos transmigrados, uma vez na psicosfera de nosso planeta, passaram a encarnar nos mesmos corpos existentes à época.  Isto é, corpos primitivos.  Contudo, o potencial mental que haviam desenvolvido em seus planetas de origem ficavam retidos no cérebro acanhado daqueles corpos. Cérebros que não oportunavam versatilidade de ações motoras e intelectivas. Isso os fazia se sentirem enclausurados, amargurados pelo desejo de fazerem mais do que o instrumento corpóreo permitia.  Amargura indefinida, para eles.

 

Em seus âmagos sentiam inaudita saudade de uma pátria sideral onde eram mais capazes e faziam uso de corpos embelezados.  Era, como o amargor, uma saudade indefinida, traduzida numa dor de profunda solidão.  Uma difusa lembrança de um “paraíso” do qual foram expulsos.

 

De qualquer forma a vida prosseguia seu roteiro e eles, os exilados, agora em corpos terrestres humanos, mesclavam-se aos nativos.

 

Procriavam.  O número populacional crescia.  Os mais aptos assumiam posições de mando e, por decorrência disso tudo, a genética também contemplou melhorias.

 

 

O gênero humano foi adquirindo formas mais harmoniosas e de funcionalidade mais expressiva.  Para isso também contribuíram as inteligências corporificadas – civilizações extraterrestre – que aqui estiveram.  Era o fator inteligência que começava a despontar.

 

O espírito vivente na Terra inteligenciava-se.  Inteligenciava-se e, por descuido, o fantasma do orgulho, aquele mesmo que trouxera ao exílio grande contingente de degredados, começava a assombrar os viventes da Terra.

 

Mas, descrevendo esse transcurso como o fizemos, pode causar a impressão de que por todo aquele tempo o planeta estava acéfalo.  Como um barco à deriva.  Sem seu comandante.  Mas não estava.  Nunca esteve, seja por só uma fração de segundo.

 

Vejamos:  Abrigar os exilados, espíritos desalinhados com a Ordem Cósmica da Criação, foi um ato de solidariedade para com eles, os caídos.  Oportunava-se uma “ressocialização”, pois, implícito no Grande Plano, está que nenhum de “Seus filhos se perca para sempre”.  Assim, o que estamos chamando de ressocialização, e o certo será dizer reespiritualização, é a concessão que se dá ao caído como forma de renovada oportunidade para sua autocorreção.

 

Esta autocorreção se faz em planetas primitivos onde, o caído, como ser possuídor de avançado desenvolvimento mental – a inteligência – miscigenando-se aos nativos daquele orbe, ajude a ergue-los mental e geneticamente.

 

Portanto, abrigar os exilados, diferentemente do que possam pensar que foi uma decisão pouco pensada e injusta para com os terráqueos, já que como nativos não conheciam do orgulho, enquanto que os transmigrados estavam profundamente contaminados, foi um ato de solidariedade como, também, instrumentalizar, através deles, o aprimoramento dos seres nativos da Terra.

 

Mas não só nisso se cingiram os cuidados e providências dos nossos dirigentes siderais.   À medida que a população ia se tornando numerosa, e dentre estas se destacavam mandatários despóticos, que exacerbavam orgulho e dominação, emissários celestiais encarnavam nessas sociedades, trazendo mensagens para correção dos hábitos.

 

Contudo, o orgulho é uma erva daninha que se adapta ao solo social mais facilmente que a virtude do bem.   E assim, todos os emissários celestiais iam sendo exterminados.  Não obstante, suas mensagens fincavam raízes e sempre haviam ouvidos atentos que, escutando-as, as compreendiam e as multiplicavam.  

 

O último destes emissários celestiais foi o nosso conhecido Jesus, filho de Maria e José, encarnado na Terra há dois mil anos atrás.

 

 

Sua autêntica mensagem prossegue vívida em muitos corações, embora que abjetas distorções, à ela, tenham sido anexadas.   Mais um ardil do orgulho.

 

E neste ponto de nosso comentário podemos voltar à questão central desta apostila:  Somos, mesmo, inteligentes ?

 

Não, não somos !

 

Pensar, pensamos, mas inteligentes não somos.  Pensar é um atributo natural – automático – no ser humano.  Nenhum esforço se faz para pensar.  Como inesgotável fonte dágua que não pára de jorrar, assim é nosso pensar.  Já inteligência, é o ato de pensar e fazer o BEM.

 

No entanto nós pensamos MAL, planejando e fazendo o MAU !

 

Logo, não somos inteligentes.  Se fôssemos inteligentes nunca nos sentiríamos orgulhosos porque o túmulo é a cabal prova de que, como humanos, nada somos.   Todos federemos como pasto aos vermes.

 

Se fôssemos inteligentes não aceitaríamos as guerras.   Não permitiríamos que populações inteiras continuassem sendo campo de experiências políticas exterminadoras, alimentadas pela indústria de guerra como acontece no continente africano.

 

Se fôssemos inteligentes não concordaríamos com a libertinagem do tráfico de drogas que animaliza incontável contingente, principalmente de jovens.

 

Se fôssemos inteligentes não permitiríamos ser robotizados pelo sistema mercantil que domina o mundo.

 

Não, não somos inteligentes.

 

 

Mas, no próximo ciclo que se avizinha, então, sentiremos que estamos no Vir-a-Ser.  Na infinita espiral evolutiva. E isso será possível porque os agentes exteriores que ainda infestam a sociedade da Terra, e mesmo alguns, ou muitos de nós, os nativos, que só temos tido ouvidos para o Orgulho, seremos banidos daqui e exilados em orbes primitivos, igualmente aconteceu nos primórdios deste planeta.

 

Percebam, portanto, que estamos no limiar de um novo ciclo da espiral do Vir-a-Ser.

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Apostila Escrita por

Luiz Antonio Brasil

Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil

02 de Fevereiro de 2011

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