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    Reconstrução - Apostila 21

    Reconstrução - Apostila 21

     

       

    O  ÓDIO  E  O  AMOR  -  I

    As apostilas precedentes mostraram as implicações com que o indivíduo se depara quando, em sua jornada evolutiva, se desvia da rota certa, enveredando-se por caminhos escabrosos.  Depois desses fatos comentados, numa complementação, veremos a seguir as duas forças de maior implicação na vida de todos os seres.   As que destroem e as que edificam.  O ódio e o amor.

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    Todas as religiões, bem como todas as filosofias, exaustivamente, apregoam o Amor como a fórmula única de harmonização do Ser e, por conseqüência, a harmonização da sociedade.   Sim, pois que a sociedade é a somatória de todos os seres.  Como células de um corpo, os indivíduos se agrupam em raças pátrias que, comparativamente, seriam os vários órgãos.   E esse aglomerado de raças pátrias, ou órgãos, forma o corpo societário da humanidade no planeta.   Portanto, cada uma das células estando em harmonia com o conjunto, obviamente toda a sociedade estará em Paz.

    Todavia, não é bem isso o que vemos a cada dia.   A humanidade se engalfinha numa disputa pela primazia para com tudo que deseja como se, o que se deseja e de alguma forma se adquire, fosse nos pertencer eternamente.

    A percepção do Impermanente, quanto a tudo que se transcorre neste mundo, ainda não faz parte do cotidiano das pessoas.   Dessa forma, cada vez mais arraigados na disputa por poder, sem que o percebam, estão a destilar ódios.   Ódios que se somam, acumulando, vida após vida, carmas causadores de resgates dolorosos.

    Entretanto, não iremos prosseguir com a digressão filosófica do tema, pois o intuito dessas apostilas é traçar uma demonstração dos acontecimentos que envolvem um despertar consciencial, bem como as implicações relacionadas aos reajustes cármicos e, para isso, nada melhor  que  um exemplo real.

    Vamos ao exemplo.  Uma pessoa  vivenciando distúrbios emocionais se dirige a um local onde oferecem assistência espiritual, em busca de solução para o que vem vivendo.

    Apresenta-se aos assistentes e informa que tem passado por inquietações indomáveis.  Além disso, alimenta-se mal e dorme poucas horas.  Quando o sono vem, depois de pouco dormir, acorda aos sobressaltos.  Comumente vive envolta por indescritível tristeza, quando não revolta.

    Sem dúvida alguma é um quadro complexo  a exigir do pessoal da assistência o emprego de acurada análise antes de iniciar as aplicações de energia – passe – pois será do resultado desse exame preliminar que melhor saberão empregar os recursos que lhes estejam ao alcance.

    Através da sensibilidade de suas mãos, figura 21A, o médium terapeuta, percorrendo os limites da aura do paciente, comprova que aquela psicosfera está em efervescente turbulência.

    Ao toque, essas energias mostram que há um ingurgitamento revolvendo toda a cápsula áurica.  Como tramas fortemente trançadas.

    Uma espécie de torniquete que ao passar do tempo vai sufocando a pessoa.  Apertando-a.

    A figura 21B mostra a representação de duas situações áuricas.  Uma harmonizada e a outra conturbada. 

    Na aura conturbada vemos a trama – linhas – que se distribuem desordenadamente, significando que o fluxo de energia provoca entrechoques que se traduzem na forma de distúrbios emocionais, ou até mesmo, psicossomáticos, como já analisado.

    É essa composição áurica que obstrui, no paciente, qualquer ânimo para com a vida, mergulhando-o, por vezes no profundo fosso da depressão.

    Esse torniquete áurico é o sintoma mais simples que de início se apresenta à sensibilidade do médium/terapeuta, todavia, não fica nisso.  Um triste histórico se esconde por debaixo daquelas linhas embaraçadas e tortuosas.

    Prosseguindo na análise, passando esta da fase dos toques para a da leitura mental do paciente, vêm as figurações expelidas dos recônditos de sua alma.  Estas informam as razões daquela desdita.   É nesse ponto que o médium/terapeuta depara com a causa, ou causas, que culminam com os distúrbios que o indivíduo apresenta.

    Invariavelmente, as origens é sempre a inveja, a cobiça, a ambição, o orgulho, e desregramentos sociais.  

    Apesar das variáveis terem nomes diferentes, contudo, no âmago do indivíduo imperou, em alguma época de vidas passadas, ou mesmo da presente, um só sentimento:  Ódio.  

    Foi com ele que a pessoa, juíza de si mesma, conturbou sua vida.  Ele foi a geratriz de débitos horrorosos que só com a dor futura será capaz de resgatar.

    Mas não só os adultos apresentam distúrbios conforme mencionados.   Crianças, ainda em tenra infância, apresentando o princípio do sufocamento áurico.   O quê estaria originando esse infortúnio?

    Conversando com os pais estes, também invariavelmente, apresentavam as mesmas queixas: “Meu filho não dorme direito; parou de comer; está definhando; chora violentamente e às vezes usa de palavras agressivas, comuns aos adultos.”

    Implica, portanto, em qualquer atendimento a crianças, o diálogo com os pais.  Será destes que se obterá um início de percepção da origem das causas que, quase sempre terá como fundamento o Lar em Desarmonia.

    Desarmonias que perdurando longo tempo compromete a estrutura emocional da criança, levando-a à beira de um colapso.  Na verdade, à beira do início de um processo de demência, pois o quadro doméstico caracterizado por insatisfações, vícios e violências, irá, paulatinamente, desestruturando psiquicamente aquele pequeno ser.

    Para demonstrar o quanto esses quadros de desarmonia são gravemente prejudiciais às crianças, basta lembrar que o pequenino só vai ter seu cérebro bem constituído após atingir a idade de 7 anos.  Antes disso, o cérebro ainda é um órgão em formação, e os impactos da violência física, ou psíquica, que vivencia ao presenciar as discussões dos pais, descarregam sobre ela a potente carga da energia do ódio que aqueles destilam um contra o outro.

    Esse é o quadro que na maior parte dos casos caracteriza os desarranjos emocionais nas crianças precoces.  Quadros provenientes do conviver com pais desajustados, imaturos, irresponsáveis. 

    Voltando à aura, dissemos que uma psicosfera confusa era apenas o sintoma mais simples que se apresenta à sensibilidade do medium/terapeuta, e que no caso de crianças estas corriam o risco de se verem num princípio de estado de demência, dada à fragilidade físico/emocional que ainda se encontram.  Explicamos por que.

    Junto a todo ambiente de discórdia estão entidades sequiosas pela desordem, e elas imantam-se aos pequeninos já que estes são os mais vulneráveis.  Somando-se aos desatinos dos pais, essas entidades corrompem a formação celular do sistema neuro-cerebral da criança causando-lhe irreparáveis danos, quando a violência doméstica se repete por longo tempo.  Dessa fase em diante, a criança se torna um ser alienado ao mundo da razão.  Terá dificuldades de desenvolvimento físico e intelectual que se revelarão durante o período escolar, e, desajuste social quando estiver na idade adulta.

    Para justificar esses quadros alguém poderá dizer:  “- É o carma.”  Não discutiremos isso, pois o julgamento pertence à Eternidade. 

    A nós cabe, unicamente, demonstrar a evitabilidade dos fatos negativos se o indivíduo utilizar-se de um comportamento consentâneo com a máxima apregoada pelo Mestre nazareno:  “que vos ameis uns aos outros (...)”

    Estes são os fatos/exemplos que a experiência tem demonstrado quanto à destruição do indivíduo pela força de seu próprio sentimento destilado em ódio.  Isso significa que o indivíduo com sua própria mão empurra a si mesmo para o abismo da dor.

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    Para que as anotações desta apostila fiquem mais esclarecedoras, numa demonstração de que a colheita dos infortúnios teve por semente o ódio, utilizaremos do livro Ação e Reação.  Seu autor é o renomado orientador espiritual André Luiz.  O  psicógrafo de tão importante ensaio foi o abnegado, o não menos querido e saudoso Francisco Cândido Xavier.   A edição pertence à Federação Espírita Brasileira.   O capítulo é o 19 que, não fosse nos alongar muito, reproduziríamos na íntegra, tal a importância do mesmo.  Vamos a alguns trechos:

    Quedas causadas pelos vícios“Aqueles que (...) perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela ingestão sistemática de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos (...) tanto quanto os inveterados cultores da gula, (...) imploram o regresso à carne em corpos desde a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas sistemáticas (...)”  [página 257]

    Quedas pelo mal uso da inteligência “Inteligências notáveis, com sucessivas quedas morais, através da leviandade com que se utilizaram do esporte e da dança, espalhando desespero e infortúnio nos corações afetuosos e sensíveis, pedem formas orgânicas ameaçadas de paralisia e reumatismo (...) que lhes obstem os movimentos demasiado livres.” [página 257]

    Quedas pelo uso da calúnia – “Companheiros que (...) se deixaram envenenar pelos olhos e pelos ouvidos, comprometendo-se em vasta rede de criminalidade, através da calúnia e da maledicência, imploram veículos fisiológicos castigados por deficiências auditivas e visuais (...)”  [página 258]

    Quedas pelo abuso intelectual e artístico – “Intelectuais e artistas que despedem sagrados recursos do espírito na perversão dos sentimentos humanos, por intermédio da criação de imagens menos dignas, rogam aparelhos cerebrais com inibições graves e dolorosas (...)” [página 258]

    Quedas pelo culto da estética – “Homens e mulheres que abusaram de dotes físicos, manobrando a beleza (...) para disseminar a loucura e o sofrimento (...) solicitam corpos vulneráveis às dermatoses aflitivas, quais o eczema e a tumoração cutânea, ou portadores de alterações da tireóide que os constranjam a reiteradas lutas educativas.” [página 258]

    Quedas pelo mal uso da palavra – “Grandes faladores que escarnecendo da divina missão do verbo, conturbando multidões ou enlouquecendo almas desprevenidas, suplicam doenças das cordas vocais (...)”  [página 258]

    Quedas pelo aviltamento do sexo – “E milhares de pessoas que transformaram o santuário do sexo numa forja de perturbação da vida alheia,  arruinando lares e infelicitando consciências, imploram equipamentos físicos atormentados por lesões importantes no campo genésico, experimentando, desde a puberdade, inquietantes desequilíbrios ovarianos e testiculares. (...)”  [página 258]

    Conclui o autor – “A cegueira, a  mudez,  a idiotia, a surdez, a paralisia, o câncer, a lepra, a epilepsia, o diabete, o pênfigo, a loucura e todo o conjunto das moléstias dificilmente curáveis significam sanções instituídas pela Misericórdia Divina (...) atendendo-nos aos próprios rogos, para que não venhamos a perder as bênçãos eternas do espírito a troco de lamentáveis ilusões humanas.” [página 258]

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    Sem nenhum comentário adicional, apenas reafirmamos que o indivíduo é o juiz e artífice de si mesmo.

     

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    Bibliografia:

    Apostilas 18 à 20 e a 56 -  Série Mediunidade

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Ação e Reação – capítulo 19 – Federação Espírita Brasileira

    Ângelo Inácio/Robson Pinheiro – Legião – Casa dos Espíritos Editora

    Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulos 8 e 11 – Livraria Allan Kardec Editora

    Edith Fiore – Possessão Espiritual – Editora Pensamento

    Miramez/João Nunez Maia – Horizontes da Mente – Editora  Espírita Cristã Fonte Viva.

    Yvonne A. Pereira – Memórias de Um Suicida – Federação Espírita Brasileira

     

    Apostila escrita por

    LUIZ ANTONIO BRASIL

    Março de 1998

    Revisão em Novembro de 2008

    Distribuição gratuita citando a fonte

     

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