Mediunidade 2 - Apostila 62
ESTUDO DA MEDIUNIDADE
52ª Parte
“As mensagens que se lê em uma reunião espírita são escutadas e sentidas de diversas formas pelos irmãos que a ela assistem. E´ qual um sol emitindo raios, com tarefas diferentes.”
(Miramez – Livro – Médiuns – página 44)
LINHAS FINAIS - III
EXPOSIÇÃO DOUTRINÁRIA - II
Na apostila anterior apresentamos algumas sugestões a respeito da forma como devem ser conduzidas as exposições doutrinárias ou palestras. Nossas sugestões têm o fito de lembrar que essa tarefa tem o cunho de levar informações ao público leigo, por isso, devem ser feitas com muita singeleza e clareza.
Entretanto, depois de apresentarmos aquelas linhas mestras de uma exposição, alguém poderá perguntar: - A função de expositor tem alguma relação com mediunidade?
Respondemos: A oratória tam-bém está intima-mente ligada à mediunidade. Conforme a figura 62A mostra, desde o início da preparação do tema, que deve ser feita dias antes da data da apresentação, os Espíritos que participam daquela atividade, naquele grupo, já estarão envolvendo o médium apresentador. Inspirando-lhe.
Comentando sobre essa fase preparatória de qualquer estudo ou tema, Charles W. Leadbeater, em seu livro Auxiliares Invisíveis, à página 88, editado pela Editora Pensamento, informa que ditos inspiradores guiam “(...) para a verdade aqueles que ardentemente a procuram. Quando um indivíduo está dedicando o seu constante pensamento a qualquer problema espiritual ou metafísico, é muitas vezes possível colocar-lhe a solução no espírito sem que ele tenha consciência que ela é devida a uma agência externa.” [agência externa – influência externa] (Observação nossa)
Assim preparado, e no momento da apresentação, sutilmente, como uma leve brisa, esses mesmos orientadores invisíveis, fazem passar pela mente do médium, à proporção que a apresentação se desenvolve, a estrutura do tema.
Nesse ato juntam-se as duas mentes, a do inspirador e a do médium. E os recursos próprios que este possua podem ali ser aproveitados. (Rever apostilas 37 à 40, estudo do Animismo).
Docilmente submetido à inspiração do orientador espiritual o médium orador vai vestindo o tema com as palavras que lhe chegam, tanto quanto com as suas próprias.
Vejamos a seguir com Yvonne A. Pereira, experimentadíssima médium, o que ela nos conta a respeito. Os trechos a seguir foram extraídos de seu livro Devassando o Invisível, item 2 do capítulo VIII, editado pela Federação Espírita Brasileira:
“Os médiuns espíritas (...) que se entregam à oratória, (...) não recebem as intuições no momento em que discursam (...) O que frequentemente acontece é que, já possuidor do necessário cabedal, (...) na véspera desse trabalho, ou poucas horas antes, o médium será arrebatado em espírito por seu Guia espiritual, durante o sono (...).”
Observem do relato de Yvonne como o processo preparatório pode ser estruturado, exatamente como disse Leadbeater acima. O guia espiritual durante o desdobramento daquele médium “(...) fornece-lhe as instruções para o discurso; falo discursar em sua presença, imprimindo na mente de seu pupilo o característico de sua própria oratória (...)”.
Uma vez voltando do sono, segundo Yvonne, o médium vai estar confiante, sem lembrar, porém, do que lhe aconteceu durante o repouso. E aí vem o mais importante e produtivo do processo, pois embora de nada se lembrando, “(...) no momento da oratória, esta será <repetida> exatamente como foi delineada e autorizada no espaço, com eficiência (...) sem que o médium vacile (...)”.
Os detalhes descritos pela competente médium, Yvonne A. Pereira, não deixam dúvidas quanto à eficiência do processo de preparo e da existência do intercâmbio mediúnico também para a exposição doutrinária.
Saber, e reconhecer que no ato da oratória ocorre esta associação, é facilitar as coisas de tal forma para que a tarefa se desenvolva disciplinada e proveitosa.
Abrindo um parêntese, mas sem nos alçarmos à posição de entendidos, e aludindo ao trecho acima onde Yvonne diz: “Os médiuns espíritas (...) que se entregam à oratória,” podemos dizer que não só com estes se dá essa interação. Como diz Waldo Vieira na introdução de seu livro Projeciologia, - nenhum livro é escrito por uma só pessoa,- também o ato de apresentar uma palestra, e todas as demais atividades da vida, se vêm sob essa conjunção de mentes que ao ideal se dedicam. Tudo na vida é questão de sintonia.
Voltando ao tema, podemos dizer que nessa particularidade dos trabalhos preparatórios e inspirativos, temos, também, algumas informações prestadas por Leon Denis, encontradas em seu livro No Invisível, página 58, editado pela Federação Espírita Brasileira:
“Nessa ordem de manifestações, os invisíveis atuam sobre o intelecto do sensitivo e lhes projetam na esfera mental suas idéias. Às vezes os pensamentos se confundem; os dois espíritos [o desencarnado e o encarnado] revestem uma forma, uma expressão, em que se acham reproduzidos o estilo e a linguagem habitual do médium.”
E falando de preparação, não podemos deixar de fazer referência a duas outras circunstâncias cujo transcurso contribui para o bom desempenho nos trabalhos de exposição doutrinária.
TRABALHADOR FICHADO
Todos os integrantes da equipe de um Grupo Assistencial, bem como os iniciantes que se mostram sinceramente interessados em ali se filiar, estão devidamente registrados em fichas para tais fins. Essas fichas fazem parte do acervo de controle existente junto aos diretores espirituais.
Nelas estão anotados os dados pessoais do colaborador, bem como seu desempenho e aproveitamento junto aos trabalhos do Grupo. Ilustrando esse acontecimento, a figura 62C mostra que, embora “das alturas”, mas enxergando de pertinho, os diretores acompanham os pupilos encarnados. (Ver apostila 17).
Bibliografia para o trecho acima:
André Luiz/Francisco C. Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – págs. 153 e 163 – Federação Espírita Brasileira
Hermínio Correa de Miranda – Diálogo com as Sombras – pág. 97 – Federação Espírita Brasileira.
CURSOS NO ESPAÇO
Além das informações que muitos Mentores a isso se referem, também nossa experiência pessoal vem de confirmar o acesso de encarnados à freqüência dos cursos existentes nos diversos planos espirituais.
Do acompanhamento que os mentores fazem sobre os Grupos vêm as designações para recrutamento de candidatos aos cursos de especialização em escolas situadas nas colônias Espirituais.
A figura 62D mostra que os encarnados escolhidos, e convidados, em suas horas de sono para lá se dirigem, onde se instruem na teoria e exercitam na prática, com vistas a determinado tipo de trabalho assistencial para o qual melhor se sintam atraídos.
É de se observar que além dos estudos e experimentos que se faz aqui no plano físico, a frequência aos cursos ministrados nos centros de treinamento na Espiritualidade é outra forma de ampliar o conhecimento e o desenvolvimento psíquico da criatura, tanto quanto, também, dela ir se integrando nas metas e tarefas que correspondam ao dever de cada um perante as leis universais.
A freqüência a esses cursos fica condicionada ao interesse que o candidato demonstre, bem como ao seu regime disciplinar perante a vida. Isto é, sincera dedicação à realidade espiritual; mente serena ao se dirigir ao repouso; horários certos de repouso noturno.
Sem atender a esses requisitos o candidato não poderá ser aproveitado, visto que o funcionamento de tais cursos possui horários rígidos e regulares, e não estão à disposição de quando ele quiser ir. A inconsequência disciplinar revela que o candidato não tem suficiente equilíbrio emocional para um convívio tão salutar.
Bibliografia para o trecho acima:
André Luiz/Francisco C. Xavier – Os Mensageiros – capítulo 3 – Federação Espírita Brasileira.
André Luiz/Francisco C. Xavier – Missionários da Luz – págs. 81 e 94 - Federação Espírita Brasileira.
Todas as informações repassadas acima mostram que junto ao médium de boa vontade sempre estarão mentores induzindo-o ao bom desempenho de suas tarefas, sejam elas quais forem. Todavia, adverte-se, não é o caso do médium expositor abandonar-se, preguiçoso, aguardando a inspiração no momento exato da apresentação.
Deve cuidar de cumprir a parte que lhe compete, sempre lendo temas de assuntos variados, estudar organizadamente e exercitar a meditação para dilatar-lhe a percepção intuitiva.
Esses cuidados preparatórios desenvolvem recursos que, sem o perceber, serão de grande valia naquelas ocasiões em que o expositor é colhido de surpresa. A figura 62B mostra essa circunstância.
Mesmo sendo inesperadamente solicitado a prestar um comentário mais longo, sentir-se-á envolto por um halo mental a inspirar-lhe não só segurança, como também, versatilidade de exposição.
Assim é a mediunidade na vida de quem se dispõe a atividades em Grupos Espiritualista de múltiplas atividades, principalmente no que se refere aos estudos sérios e profundos.
Conforme roteiro que sugerimos na apostila 61, a oratória deve ser previamente bem preparada, claramente transmitida ao público e, se possível, até com o uso de recursos áudio-visuais, tais como desenhos, fotografias, slides, etc.
Todo cuidado sempre será pouco. Lembrem-se de que se trata de transmitir, à maioria dos presentes, um conhecimento novo para eles.
Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Novembro de 1997 – Revisão em Setembro de 2008