Mediunidade 2 - Apostila 53

Mediunidade 2 - Apostila 53

  

          ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                  

43ª Parte                                           

 

Apegado aos conflitos da competição humana (...) o homem desvia-se da finalidade essencial da existência terrena, que se resume  na aplicação do tempo para a aquisição dos recursos eternos, propiciadores da beleza, da paz, da perfeição.”

(Joana de Ângelis – Livro: O Homem Integral – página 19 – Psicografia de Divaldo Pereira Franco)

 

MEDITAÇÃO – II 


A apostila 52 traçou considerações a respeito da prática da meditação.   Instruiu sobre os benefícios, quanto também das responsabilidades.   Acreditamos que tenha ficado bem claro quanto à seriedade com que se deve abordar a questão.   Mas também, na mesma apostila, demos início às orientações sobre preparativos ao procedimento meditativo.

Antes de dar continuidade queremos salientar alguns pontos:

1 – Romper o vicioso costume de apressado e confusamente, repetir orações decoradas, entremeando-as com enorme lista de pedidos;

2 – Nossos superiores espirituais, por antecipação, sabem do que precisamos e do que podemos receber.   Logo, petitórios são dispensáveis;

3 – Além disso, o receber não é o esperar.   E´ o construir, com as próprias mãos.  Transformar os desejos em realizações.

Pois bem, depois destes apontamentos, podemos apresentar o exercício referido no item 8º de nossas sugestões contidas na apostila anterior para, logo a seguir, falar da meditação propriamente dita, sendo esta o ato de, com atenção, juntar todas as forças aplicando-as na resolução de algum objetivo.   E o principal deles, é a harmonia interior.  Portanto, que estes objetivos sejam sempre nobres.


 

 

Exercício Preparatório – a) – Sentar-se o mais comodamente possível.  Uma posição mal escolhida em pouco tempo causa desconforto, obrigando a interromper a meditação.  Outra posição, por exemplo deitado, ocasiona sono, portanto é desaconselhável.

  1. b) – Verificar se os músculos estão ou não tensos. Para isso, passe o corpo em revista, desde os pés até os músculos da face. Pés, pernas, abdômen, tórax, mãos, braços, ombros e rosto, deixando-os bem relaxados.   Lembrem-se, o exercício é para controle das emoções.  Emoções mais fortes enrijecem os músculos.
  1. c) – Com a preparação acima já estamos dando ocupação à mente. Ocupação controlada. Para continuar o controle transfere-se a atenção que se mantinha sobre os músculos para o sistema respiratório.
  1. d) – É a parte mais importante do exercício, pois, como ficou dito, controlando a respiração controla-se as emoções. As pessoas estão acostumadas a respirar por efeito de automatismo, o que é muito natural no cotidiano da vida, entretanto, no caso específico da meditação, deve ser o inverso. Ocupar a mente controlando a respiração.
  1. e) – Para ocupar a mente, contar os ciclos da respiração durante uns cinco minutos. Mentalmente executar o seguinte ato de contagem:

(contando) Um – (inspira – puxa o ar)

(contando) Um – (expira – solta o ar)

(contando) Dois – (inspira – puxa o ar)

(contando) Dois – (expira – solta o ar)

e assim sucessivamente.  Sempre de forma suave, quase ao natural, como se não estivesse prestando atenção à respiração.   Sem forçar.

  1. f) – Sempre que se confundir na contagem, porque algum pensamento estranho se introduziu na mente, interrompa a sequência e recomece do número “Um”.
  1. g) – ao final de cinco minutos bem aproveitados, sem interrupções, a respiração vai estar calma, as emoções estarão serenas e a mente terá diminuído a intensidade de oscilações, fator este, preponderante para os efeitos desejados e a serem obtidos.

É o momento de se ligar ao mundo extra-físico.

 


A – Visualizar, abstratamente, algum motivo que lhe tenha significado.

Por exemplo, a figura símbolo indicada acima.  Todavia, deve ser uma visualização serena, sem forçar a mente.  Sugerimos a figura acima, entretanto, pode ser outra que melhor lhe fale ao inconsciente.  Até mesmo a figura de um Mestre.  Uma imagem, ícone, de algum Ser, que lhe inspire atração.  Esta escolha deve ser, inteiramente, pessoal.  E o que está descrito a seguir serve de guia para sua mentalização naquilo que você escolher como ponto focal.

 

B – Ao notar que a visualização está se tornando nítida, firme, contínua, observar que também ela irá se ampliando, e suas cores se tornando mais vívidas.  Essa vivacidade significa que sua mente, representada pelo símbolo que visualiza, está dissipando todas as energias negativas que por ventura estejam lhe envolvendo.

 

C – Mas a figura visualizada não cessa de crescer.  Agora, com o continuar de sua serenidade, ela está tão grande que você cabe, inteiro, dentro dela.  Então, visualize-se dela se aproximando.  Caminhando mesmo, dentro da imagem, e se dirigindo à árvore.  Tudo, muito ao natural.  Tão ao natural que quase você não distingue a imaginação da realidade que o cerca neste momento.

 

D – Não se deixe assustar e com isso quebrar a harmonia da visualização. 

Deixe-se ficar dentro dela, da imagem visuali-zada, e sinta a quietude que ela lhe concede. Acomode-se. Veja na figura 53C o que ela sugere. Sente-se sob a frondosa árvore.  Encoste e sinta o tronco a suas costas.  Sinta, também, o com-tato com o chão. O “calor” inspirativo daquele Sol e a sombra amena da árvore.  Sinta que só você está ali.  Parecendo que o restante do universo desapareceu.  Este profundo silêncio exterior vai lhe permitir ouvir sua voz interior.   Não reprima a espontaneidade do que ela lhe falar.   Pode, de início, lhe parecer dizeres desconexos.  Sem fundamentos.  Até mesmo, coisas bobas na sua conceituação.  Deixe.  Não preste muita atenção a isso.  Apenas sinta.  São seus sentidos ocultos se despertando.  Olhos, ouvidos, e sentidos do tato, formas extras que você nem sabia possuí-los.  Eles lhes trazem percepções novas.  Percepções que vêm das outras dimensões de você mesmo.

 

E – Neste momento você está, inteiramente, “dentro” de si mesmo.  O que acontece é que suas energias conscienciais, de alto nível, o envolvem no todo.  Ali é você, e só você !

 

F – Não expresse nenhum pensa-mento previamente preparado.  Deixe fluir, livre-mente, a expres-são que do “alto” verte sobre você.  Talvez venha a ser uma expres-são de comovido agradecimento a Deus, ou um cântico espon-tâneo. Tudo, qua-se certo, envolto numa alegria inigualável.

 

G – Não se deixe preocupar em definir o que estiver acontecendo.  Não interfira no fluxo que lhe envolve.

 

H – Após um período que considerar como suficiente, comece a se retirar de “onde se encontra”, visualmente.   Levante-se.  Você estava sentado sob a árvore.  Vagarosamente, caminhe distanciando-se dela.  Aos poucos, vá deixando a imagem visualizada ir se restringindo.   Vagarosamente.  E você, voltando a tomar consciência plena de si mesmo, no espaço físico.

 

I – Deste ponto em diante só o tempo poderá dizer o que lhe vai acontecer, seja após esta ou em sessões futuras de meditação.  De você exige-se, como tanto se falou inicialmente, apenas o respeito por empregar com reverência seu novo potencial de vida.   É você, e só você !

 


Também informamos que nas primeiras sessões de meditação, o praticante terá de comandar seus pensamentos.  Dirigi-los.  Após certo número delas, sem que perceba, sua mente irá firmando certa autonomia, e como se fosse só um espectador, imagens e sensações irão se desenvolvendo.

Em linhas gerais esse é o exercício que podemos chamar de preparatório.  Como bem informamos na apostila 52, não existe um método que sirva para todos e que, invariavelmente, possa ser usado por todos os tempos.   Não se trata de repetir orações como é popularizado nas religiões exotéricas.  Cada pessoa, no propagar de seu desenvolvimento, irá adaptando-se às circunstâncias espirituais que a envolvam.  E estas são particularíssimas, tanto quanto as impressões digitais das mãos.

Um outro dado adicional deve ser acrescentado nessas nossas orientações.  A experiência tem nos mostrado no seu alongar do tempo, que o ato meditativo não se restringe só àquele momento de recolhimento.  Digamos, àquele momento especial de recolhimento.

Tenho constatado em mim próprio que o mesmo envolvimento energético obtido naquele “momento especial” também acontece quando estou recolhido, de forma sincera e vivamente interessado, numa leitura construtiva.  Igualmente acontece quando do empenho do ato de escrever inspirativamente.  Essas atividades que produzem o alheamento do mundo exclusivamente matéria, também ocasionam esse recolhimento na dimensão do espírito.   A leitura se torna facilmente compreensível, pois deixa de ser simples caracteres grafados no papel e se transforma em imagens.   O mesmo se transcorre na escrita inspirativa.   As idéias surgem na forma de imagens.

Desta forma, embora as nossas sugestões sejam muito simples, sem nenhum rebuscado, daqueles tão ao gosto dos “esotéricos”, me permitam dizer assim, de uma coisa estamos certos, os resultados serão benéficos.

Podemos enumerá-los:  primeiro, a sensação de bem estar interior.  Paz interior.  -  Segundo, sentir o corpo bem mais disposto, vitalizado.  -  Terceiro, maior coragem para viver este mundo.


 

Todavia, permitam-me uma última advertência sobre meditação e seus objetivos.   Mais à cima destaquei: “que esses objetivos sejam sempre nobres”.  A razão do destaque é simples:  no acumular de forças do ato meditativo move-se, mesmo sem saber, no mundo Astral, uma enorme falange de  espíritos Elementais.   Aqueles seres principiantes no pensamento contínuo, (vide a série A Criatura, apostilas 16, 17 e 18), que atraídos por uma poderosa fonte emissora de pensamento à ela se agregam e passam a agir mediante seu comando.   Saibam que os objetivos desenvolvidos numa meditação se tornam comandos para tais Elementais agregados ao praticante.

Muito se fala em força do pensamento e não são poucas as literaturas que tratam do tema, bem como filmes que se popularizam e até novelas na televisão.  Nesses veículos de divulgação se expõe o que se pode fazer com a força do pensamento. 

Embora nessas publicações não façam referência específica ao que cito no parágrafo anterior, as convergências de energias demonstradas nos meios de divulgação referidos, nada mais são do que o que comento acima.

Nas tais literaturas e filmes pseudo-científicos se fala tão só da energia quântica, o que vem de parecer algo inofensivo.  Contudo, o cosmos é um todo indivisível cuja mutabilidade nele existente é proveniente das ações das mentes de todos os Seres, dos mais variados graus evolutivos.  Dentre os quais nós nos encontramos.   Sendo assim,  mesmo nos atos corriqueiros de cada dia interferimos com o todo cósmico.  Considerando-se, porém, o ato meditativo, essa interferência mental se torna exponencial, comparando com as dos atos corriqueiros.

Interage-se, sim, com as massas quânticas, mas também com os Seres em suas mais variadas escalas evolutivas.  Por isso, se os objetivos não forem saudáveis, o praticante estará induzindo, principalmente os Elementais à ele agregados, à prática de atos nocivos.   Em outras palavras, estará corrompendo aquelas iniciais consciências.

Como conseqüência ao praticante que fez mal uso desse ferramental, ocorrerá duplo dano: 

1 – cria o mal carma e dele receberá por séculos futuros os frutos podres do que plantou; 

2 – Terá que, por seu esforço pessoal, reconstruir aquelas mentes elementais que ele corrompeu, recebendo-as, nos ciclos vindouros, como filhos a reeducar.  Ou, em substituição a isso, desdobrar-se por vidas após vidas encarnadas nas quais cumprirá tarefas repetitivas de conduzir almas em corrigenda.  Estejam estas como filhos consangüíneos ou círculos grupais de interesses.

E que distância no tempo terá de prosseguir até que se esgotem, por completo,  os  compromissos contraídos?   Até que isso venha de acontecer, seu mundo será sempre pequeno, confinado, esperando pelos portais que o levarão de volta àquele ponto que ficou longínquo, no passado, onde se perdeu, pois será dali que retomará a marcha de sua evolução.   A  Eternidade não tem pressa.

De tudo isso só uma é a conclusão:  exclusivamente só fazer bom uso do potencial descoberto na meditação.

 


Na próxima apostila analisaremos outro recurso da área energética que, utilitariamente, tanto se aplica na meditação quando nos trabalhos assistenciais.   São as cores nas energias.

Está, também, em nossos planos editar apostilas voltadas só ao tema Meditação, para que, assunto de tão magna importância, seja detalhadamente comentado.  Aguardem.


Bibliografia:

André Luiz-Francisco Cândido Xavier – Evolução em Dois mundos – capítulo 13 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz-Francisco Cândido Xavier – Mecanismos da Mediunidade – capítulos 11, 15 e 16 - Federação Espírita Brasileira

Annie Besant – O Poder do Pensamento – Editora Pensamento

Bárbara Brennan – Mãos de Luz – Editora Pensamento

Choa Kok Sui – Cura Prânica e Psicoterapia Prânica – Editora Ground

Hiroshi Motoyama – Teoria dos Chacras – Editora Pensamento

Joana de Angelis-Divaldo Pereira Franco – O Homem Integral – Livraria Espírita Alvorada Editora

Miramez-João Nunes Maia – Horizontes da Mente – Editora Espírita Cristã Fonte Viva

Zulma Reyo – Alquimia Interior – Editora Ground


Apostila escrita por

LUIZ  ANTONIO  BRASIL

Junho de 1997 – Revisão em Agosto de 2007

  


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