Mediunidade 2 - Apostila 46

Mediunidade 2 - Apostila 46

  

          ESTUDO DA MEDIUNIDADE

                                                                  

36ª Parte

  

“O corpo físico é um patrimônio de muita importância, cujo sentido ultrapassa até mesmo o raciocínio comum. (...)  A alma fica de posse [total] do corpo físico, (...) quase sempre depois dos 21 anos.  É um tempo precioso, que não deve ser desdenhado pela displicência, nem esquecido pela preguiça.”

[A palavra “total”, entre colchetes, é de nossa observação]

(Miramez – Livro: Horizontes da Mente, páginas 127 e 128)

 

O MÉDIUM E O DESGASTE FÍSICO

 

Como nas duas últimas apostilas analisamos alguns fatores de influências que recaem sobre os médiuns, em razão de suas interações nos trabalhos assistenciais, cremos que será de muita utilidade nesta comentar sobre o desgaste físico.

 

Durante o trabalho mediúnico, principalmente o de cura, como ficou visto na apostila 45, no processo de ativação das energias, o médium estará consumindo grande quantidade de todas aquelas que fazem parte das que lhe são necessárias ao funcionamento geral de seu organismo.  Essa indicação se refere a todo médium que participa de trabalhos regulares.

 

Esclareçamos.  Todo médium, direta ou indiretamente, pode ser classificado como médium de cura.  Mesmo aquele que não participa especificamente do trabalho de passes magnéticos, e que integra somente uma equipe de desobsessão, este, também é médium de cura.  É que durante o transcorrer da assistência desobsessiva ele estará transferindo energias para recompor a entidade comunicante que está em tratamento.

 

Além disso, mesmo numa simples conversa com uma pessoa em estado de descompensação energética, para esta ele estará enviando forças novas.  E até de forma inconsciente.

 

Ora, todas essas circunstâncias provocam desgaste físico-emocional no médium.  Nos casos corriqueiros ele logo se refaz, mas na continuidade do dispêndio energético, para que não venha a cair nos estados estafantes, cuidados extras precisam ser tomados.

 

Analisemos a questão com mais detalhes para entender todo esse processo regenerador das forças físicas e psíquicas.

 

O corpo humano não é um amontoado de músculos e ossos, possuindo reservas ilimitadas de força.  Além desses componentes, e para gerar o bom funcionamento geral, ele possui maravilhosas usinas.  Umas produtoras e outras catalisadoras de energias que, na medida da produção e da captação, suprem as necessidades do organismo.

 

Por exemplo, na figura 46B, contida na folha 2, vemos algumas dessas usinas.    

1 - A medula óssea produz os glóbulos vermelhos do sangue 

2 – A corrente sanguínea passando pelo baço  

3 – sofre uma filtragem, onde são eliminados os glóbulos vermelhos imprestáveis 

4 -.Ainda na figura vemos a representação dos gânglios linfáticos 

5 – que produzem os linfócitos, 

6 - outro elemento circulatório, além do sangue, fundamental para o equilibrado funcionamento do corpo.

 

Mas além dessas substâncias o organismo humano necessita de outros ingredientes que se somarão àqueles, para lhe dar mobilidade e vigor.  Dentre estes temos a eletricidade corporal que circulando através do sistema nervoso percorre todo o organismo;  e a energia denominada por Allan Kardec de Fluido Cósmico Universal, também conhecida como prana.  Este último, o prana, nas suas diversas gradações atende não só o corpo físico, mas também os outros corpos utilizados, simultaneamente, pela Consciência.

 

A figura 46C demonstra essa energização, quando, vindo de todas as direções do cosmo, essa radiação prânica atinge o indivíduo.

 

Este sistema de revigoramento do corpo físico que se utiliza do manancial cósmico, tem como via de circulação o conjunto formado pelos Chacras, duplo-Etérico e a Aura, aliados à rede de finíssimos canais que a distribuem.   Essa rede de canais é conhecida por dois nomes, quais sejam: Nadis e Meridianos.

 

Apenas como informação complementar, os Nadis, ou Meridianos, são as vias tocadas nos processos de tratamentos terapêuticos por acupuntura.

 

Pois bem, todos esses recursos estão ligados a um só comando: a mente.  Todavia, para que haja um funcionamento harmonioso entre todos os diferentes sistemas três procedimentos são indispensáveis.

 

1º - Manter a mente sob cuidadosa vigilância.  Esse estado de atenção se obtém através da prática da meditação e do estudo disciplinado.  Meditação porque seu exercício produz uma livre interligação da consciência física com os níveis mais profundos de si mesmo.  Em outras palavras, interliga de forma perceptível o corpo físico aos demais corpos de que se compõe a criatura.  O estudo porque dá o conhecimento e, com este, a pessoa se sente tranqüila diante das reações que vierem de ocorrer.  Em suma, a pessoa passa a ter excelente nível de controle sobre si, racionalizando todo o caudal de energias cósmicas que a atinge, e das quais necessita.

 

2º - Alimentação sólida, representada por alimentos saudáveis e variados.  A este processo chamaremos de alimentação química, em vista da enorme variedade de vitaminas, proteínas, sais minerais e óligo-elementos de que se compõem os nutrientes da alimentação humana. 

Justamente aí, na química alimentar, quando insuficiente, reside uma boa parte das causas formadoras das deficiências orgânicas sentidas pelos médiuns.

 

Na figura 46D representamos o que se pode chamar de sensação de fome. 

A sensação de fome é o alerta que o corpo dá, avisando que falta energia química para seu funcionamento.  Uma vez soado o alarme a pessoa procura satisfazer essa necessidade, mesmo porque ela é bem incômoda.  Se a alimentação não foi adequada à química que o corpo reclama, apenas temporariamente a pessoa se sentirá satisfeita.  Logo a seguir novo alerta é despachado.  O fornecimento continuando insuficiente, segundo as necessidades daquele organismo, poderão se formar algumas deficiências nas atividades de alguns órgãos.

 

De início essas deficiências serão sentidas como: cansaço excessivo, sonolência, câimbras, irritação e variação na pressão arterial.  Depois tende a piorar o equilíbrio geral do organismo, surgindo, daí, o que se chama doença.

 

Portanto, a reposição das energias químicas se faz pelo uso de alimentos adequados.  Isso deve ser feito usando, a cada dia, uma variedade de alimentos para que se possa atender as necessidades básicas, principalmente no que se refere aos minerais, como por exemplo, o potássio e o magnésio.

 

3º - Repouso e higiene. A figura 46E exemplifica a indispensável soltura do corpo Astral que deve ocorrer diariamente em horários regulares de sono. 

 

 

 

O corpo Físico necessita de repouso e de banhos, tanto quanto dos alimentos químicos e energéticos.  Para justificar, lembramos que são nos momentos de repouso, em sono profundo, que melhor se haure as energias cósmicas, pois os corpos sutis estarão livres do plano físico e a mente estará desobrigada, naqueles momentos, de atender as preocupações humanas.  Assim liberado, o indivíduo fará melhor contato com as fontes etéricas de energia que reconstituirão sua resistência para o período seguinte de vigília.  Por isso, sempre que o corpo disser: “estou cansado”, pare um pouco.  Quinze minutos que seja, e repouse inteiramente deitado e solto, sem permitir que pensamentos o prendam à vida física.

 

Por outro lado, quanto ao conforto do corpo, o banho diário é indispensável.  Ele manterá os poros desobstruídos das gorduras e bactérias mortas, e a pele poderá respirar livremente.  Aproveita-se, também, para no momento do banho mentalmente magnetizar a água que cai do chuveiro para que ela, ao contato do corpo, arraste deste as energias acumuladas, carreando-as para a terra.

 

Finalizando, deixamos aqui um lembrete.  Se por ventura o médium se sentir em estado de congestão energética, e dele não conseguir sair sozinho, deve recorrer a médiuns amigos que possam ajudá-lo num tratamento mais intenso.

 


Comentando outro ângulo da mesma questão, desgaste físico do médium, um outro registro precisa ser feito.  Corre no meio espiritualista a opinião de que o trabalho mediúnico não provoca desgaste orgânico.  Como nosso estudo acima se referiu, exatamente, ao contrário daquela opinião, para demonstrar a assertiva de nossa análise faremos a seguir algumas indicações.

 

André Luiz, espírito, no seu livro Nos Domínios da Mediunidade, psicografado por Francisco Cândido Xavier, à página 164 diz que o médium de cura não deve se preocupar com a exaustão da energia.  Em outras palavras: não deve se preocupar com o desgaste de energia, pois que as fontes do plano espiritual suprirão as necessidades.  Mas, nos capítulos 40 e 41 de seu outro livro Os Mensageiros relata as providências de recomposição de forças que a equipe socorrista foi efetuar no ambiente do campo.

 

Lá, na página 209, assim está registrado: 

“Na oficina [Local de trabalho assistencial] encontramos revigoramento imprescindível ao trabalho.  Recebemos reforços de energia, alimentamo-nos convenientemente para prosseguir no esforço, mas convenhamos que, para muitos de nós, a noite representou uma série de atividades longas e exaustivas.  Necessitamos de algum descanso.”

 

Neste trecho fica claro que há um desgaste durante os trabalhos assistenciais, e que devido a isso, até a equipe espiritual necessita “de algum descanso”.

 

Outro trecho, este à página 323 de seu livro Missionários da Luz, André é ainda mais expressivo, quando diz: 

“Antes de tudo, é necessário equilibrar o campo das emoções.  Não é possível fornecer forças construtivas a alguém, ainda mesmo na condição de instrumento útil, se fazemos sistemático desperdício das irradiações vitais.  Um sistema nervoso esgotado, oprimido, é um canal que não responde pelas interrupções havidas (...)  Por outro lado, é preciso examinar também as necessidades fisiológicas, a par dos requisitos de ordem psíquica.  A fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares  [alimentos]  é indispensável, por parte do próprio interessado em atender as tarefas do bem.”   

E prossegue relacionando pontos a serem observados.

 

Além de todas as citações acima que não deixam margem a dúvidas, vamos encontrar no O Livro dos Médiuns, questões 221.2 – 221.3 – 221.4, indicações a respeito.

 

E o iminente pesquisador e experiente médium, dr. Waldo Vieira, no capítulo 370 de seu livro Projeciologia, faz claras orientações sobre higiene, repouso e alimentação, como fatores equilibrantes do médium.

 

Em face, portanto, do que vimos, bem como do que temos observado nas experiências pessoais, concluímos que de fato o médium, no exercício de sua atividade mediúnica, sofre desgastes.  Porém, esclareçamos:  esse desgaste não é um desastre.  Muito pelo contrário.  Como ficou visto nas apostilas 04 e 05, desta série, é perfeitamente controlável.  Além disso, evitando a fé cega, como instruiu Kardec, e se comportando conforme os métodos descritos nesta, conviverá em absoluta harmonia com os dois mundos.

 

Conclusão, o exercício da parceria mediúnica deve ser conduzido sob atenção e cuidadoso controle.  Quando de qualquer variação emocional ou de funcionamento orgânico, deve, imediatamente, proceder a uma análise em busca da causa do distúrbio.


Bibliografia:

Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – questões 221.2 – 221.3 – 221.4 – Livraria Allan Kardec Editora

Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. 17 item 11 – Livraria Allan Kardec Editora

André Luiz/Francisco C. Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – capítulo 17 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco C. Xavier – Mecanismos da Mediunidade – capítulo XXII – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco C. Xavier – Os Mensageiros – capítulos 40 e 41 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco C. Xavier – Missionários da Luz – página 323 – Federação Espírita Brasileira

Bárbara Brennan – Mãos de Luz – Editora Pensamento

Hiroshi Motoyama – Teoria dos Chacras – Editora Pensamento

Miramez/João Nunes Maia – Segurança Mediúnica – Editora Espírita Cristã Fonte Viva

Waldo Vieira – Projeciologia – capítulo 370 – Edição do autor

Zulma Reyo – Alquimia  Interior – Editora Gound


Apostila escrita por

LUIZ  ANTONIO  BRASIL

Fevereiro de 1997 – Revisão em Março de 2007

 

 


 

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