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Soul

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Um músico que perdeu sua paixão pela música é transportado para fora de seu corpo e deve encontrar o caminho de volta com a ajuda de uma alma de uma criança que ainda está aprendendo sobre si, para aprender o que é necessário para retomar sua vida.

 


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Quem é você no filme Soul?

O que precisamos para que a vida tenha sentido?

Qual a pista que o filme Soul nos dá?

Estas são as perguntas que vamos começar a responder agora! Nos acompanhe nessa jornada… 

em é você no filme Soul?

Antes de tudo, aí vai aquele tradicional ALERTA DE SPOILER, caso você ainda não tenha assistido ao filme.

 

Agora, se você já assistiu Soul sabe que é uma animação da Pixar (Disney), ganhadora do Oscar de Melhor Animação 2021.

 

Além da qualidade da animação, que dá vida às personagens, e às experiências que vivem, acreditamos que sua premiação esteja mais relacionada ao que a trama provoca em nós espectadores.

 

Quem assiste Soul é "beliscado" por aqueles questionamentos mais clássicos da humanidade: por que estou vivo? Para que serve a minha existência?

No filme, Joe Gardner é um professor de música do ensino médio, que não se sente realizado e sonha em ser um pianista de Jazz.

 

Joe vive uma sequência de tentativas fracassadas de entrar para uma banda de Jazz e, quando finalmente consegue a oportunidade da sua vida, sofre um acidente banal e fica entre a vida e a morte, literalmente.

 

Durante o coma, a alma de Joe vai parar no além-vida, em um centro de preparação das almas antes de nascerem em um bebê.

 

Mas não era lá que Joe queria estar, tudo que ele desejava era voltar para seu corpo e aproveitar sua oportunidade de tocar Jazz.

 

Para conseguir voltar, Joe assumiu a tarefa de mentor de uma alma que precisava encontrar seu propósito de vida. Essa alma era “22”, ela estava há séculos driblando mentores para não ir à terra, já que nunca encontrou seu propósito e já não acreditava que isso existia.

Vejam o que temos nesta trama: uma alma (Joe) que tem “certeza” do seu propósito, o jazz, e, por outro lado, uma alma (22) que nunca encontrou seu propósito.

 

Se você encontrar alguma semelhança com a vida real, não é mera coincidência.

 

Muitos de nós não sabem a que vieram e tantos outros acham que sabem, mas na verdade vivem obcecados por melhores resultados no trabalho ou vivem profundas angústias e sentimentos depreciativos pela experiência de fracasso dos seus objetivos.

O que precisamos para que a vida tenha sentido?

Na jornada de tentar encontrar o sentido da vida de 22, Joe e 22 acabam em uma experiência temporária na terra, não exatamente nos corpos que gostariam, mas uma experiência suficiente para que a alma sem propósito experimentasse o que é ESTAR em um corpo, SENTIR o sabor de uma pizza, o simples prazer de caminhar, de ouvir uma música e se EMOCIONAR.

Não demorou muito para 22 entender que seu propósito de vida não era encontrar uma profissão ou uma missão, seu propósito era, simplesmente, VIVER.

 

Esta foi a grande aprendizagem de 22, que embora seja aparentemente simples no campo do pensamento, só pode ser percebida no campo da experiência.

 

Talvez sem a oportunidade de se sentir viva, 22 nunca teria encontrado seu propósito.

 

E aqui fica uma das grandes provocações do filme: você já se SENTIU vivo?

A resposta para esta pergunta pode ser: sim, é claro!

 

Mas se fosse você, me perguntaria outra vez, desta vez para responder não apenas com a lógica, mas com o sentir: será mesmo que já me senti vivo?  

 
A esta altura, quando 22 já tinha encontrado seu propósito e estava pronta para vir viver, Joe ainda não tinha entendido que o que achava que era sua missão: o Jazz, era apenas uma das experiências que a vida proporciona.
 
Mas ele precisou ir até o fim e experimentar seu sonho se realizando, para admitir para si mesmo que esperava uma sensação de realização mais plena do que ela foi de fato. 
 
O sentido da nossa vida não está necessariamente em uma missão ou em um propósito.
 
Nossos projetos e percursos podem até proporcionar experiências incríveis, mas eles podem passar ou então nunca chegar, não é mesmo?
 
E isso nos faz pensar: não faz sentido que entre os mais de 8 bilhões de pessoas no mundo, a vida só tenha sentido para aquelas que encontram e vivem alguma missão, percebem?
 
Algo nesta conta não fecha e apostaria dizer que talvez estejamos focando em apenas um ponto de uma jornada muito mais ampla, simples e complexa ao mesmo tempo. 

Bem, esta não é uma reflexão nova. Desde a antiga Grécia e depois do período renascentista, temos filósofos nos trazendo reflexões sobre o sentido existencial da vida, que nos alertam sobre o sentido que encontraremos não no caminho, mas no próprio caminhar.

Mas somos aprendizes teimosos como Joe, que precisou sentar ao piano em uma banda de Jazz para enfim perceber que antes disso deixou de VIVER inúmeras experiências enquanto perseguia apenas este objetivo.

Qual a pista que o filme Soul nos dá?

São muitas as provocações que o filme pode nos proporcionar, mas dentre elas vamos destacar um diálogo que Joe teve com Dorothea Williams, a líder da banda de Jazz com quem ele sempre sonhou em tocar. Logo após ter realizado o sonho da sua vida, Joe pergunta à Dorothea:

· ’E o que vem agora?’
 

Dorothea responde:
 

·’A gente volta amanhã à noite. E faz tudo de novo’
 

E então Joe percebe:
 

· ’É que eu vinha pensando nesse dia a vida inteira. Achei que seria diferente, sei lá’
 

E Dorothea arremata:
 

· ‘Tem uma história de um peixe. Que procurou um ancião e disse: tô procurando o tal de oceano. O ancião respondeu: você está no oceano. E o Peixe teimou: não, isso aqui é água, eu quero o oceano'.
 

Pois é, confesso que voltei a assistir esse trecho algumas vezes em busca das minhas teimosias.
 

Isso mesmo: TEIMOSIAS.
 

Soul é sobre teimar que seu ponto de vista está invariavelmente correto e deixar de ver outras perspectivas.
 

É sobre a experiência de desconstruir certezas para EXPERIMENTAR novos pontos de vista.

 

Mas para isso é preciso uma bela pitada de CORAGEM.

 

Afinal, enquanto achamos que não tem sentido ou que o propósito é alcançar aquele plano que construímos há tempos, estamos, de certo modo, seguros em territórios conhecidos, para viver o sentido da vida talvez tenhamos que alçar alguns voos em direção ao desconhecido para descobrir que “gosto” tem.

 

Ah, e não esqueça da pista: suas sensações e sentimentos são a chave para outras perspectivas! 

 

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