CHICO XAVIER: de EXILADO da CAPELA à REGENERAÇÃO de CIVILIZAÇÕES HISTÓRICAS na TERRA
Geraldo Lemos Neto
Porque Chico dizia: “abusei muito da inteligência” e “sou muito endividado”?
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No final dos anos 50, numa das visitas a Monte Carmelo1, Chico Xavier foi a casa de Joaquim Veloso que lhe perguntou:
Essa sua ligação com Emmanuel data de quando?
- A nossa ligação não é recente, data de 40 mil anos e não somos apenas nós dois, o grupo é de 70 companheiros.
Quincas Veloso é estudioso da História da formação das raças no Planeta, e disse a Cezar Carneiro:
“Existiram os 70 egípcios sábios na organização das tribos, nos primórdios de nossa civilização. Quem sabe não estariam todos ligados? No mesmo grupo?”2
Quincas pode estar se referindo à família de Jacob que foi acolhida pelo seu filho José no Egito, citada em Genesis (46, 26-27) constituida por 70 pessoas.
Os 12 filhos de Jacob e José originaram as 12 tribos de Israel, que iriam ser libertadas do Egito por Moisés.
Para Geraldo Lemos Neto, Chico Xavier complementou:
O nosso grupo espiritual com Emmanuel reuniu-se há 40 mil anos e eu recordo-me dos últimos 7000 anos, desde Capela passando pelo Egito.
Já estive junto com muitos dos nossos amigos em vários laços consanguíneos.
Chico revela que foi exilado de Capela há 7000 anos e explicou porquê...
O seu espírito está “A Caminho da Luz” porque desempenhou missões importantes na cristianização das principais civilizações da humanidade terrestre.
Emmanuel1 contextualiza o que aconteceu com os Espíritos de Capela exilados na Terra:
1 As existências físicas e as ligações espirituais – Chico Xavier, Lembranças de Grandes Lições - Cezar Carneiro de Souza, IDE, 2007
2 Genesis 46: 26 Todas as almas que foram com Jacó ao Egito, que saíram de seus lombos, sem as mulheres dos filhos de Jacó, todas foram 66 almas. 27 E os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram 2 almas. Todas as almas da casa de Jacó, que foram ao Egito, eram 70.
“Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos.
As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX, neste crepúsculo de civilização.
Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos.
As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.
Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes.
Com a sua palavra sábia e compassiva, exortou essas almas desventuradas à edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no esforço regenerador de si mesmas.
Mostrou-lhes os campos imensos de luta que se desdobravam na Terra, envolvendo-as no halo bendito da sua misericórdia e da sua caridade sem limites.
Abençoou-lhes as lágrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir.
Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes.
Por muitos séculos não veriam a suave luz da Capela, mas trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.”
Emmanuel revela que na civilização egípcia1: “Em algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos Planos Espirituais, os antigos degredados, com a sagrada bênção do Cristo, seu patrono e salvador.
A maioria regressa, então, ao sistema da Capela, onde os corações se reconfortam nos sagrados reencontros das suas afeições mais santas e mais puras, mas grande número desses Espíritos, estudiosos e abnegados, conservaram-se nas hostes de Jesus, obedecendo a sagrados imperativos do sentimento e, ao seu influxo divino, muitas vezes têm reencarnado na Terra, para desempenho de generosas e abençoadas missões.”
Entre estes espíritos, ministros do Cristo na Terra, estão João Evangelista (Chico Xavier), João Batista (Espírito da Verdade) e Isabel de Aragão.
1 Um mundo em transições. O sistema de Capela - As Raças Adâmicas - A caminho da Luz – Emmanuel/Chico Xavier (FEB, 1939).
Chico relata2 (16/9/1937): Lembro-me de que em 1931, numa de nossas reuniões habituais, vi a meu lado, pela primeira vez, o bondoso Espírito de Emmanuel [que me disse]:
‘Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos Espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos…
...amigo invisível, que, dirigindo as minhas atividades mediúnicas3 ...Junto do Espírito bondoso daquela que foi minha mãe na Terra, sua assistência tem sido um apoio para o meu coração nas lutas penosas de cada dia. Muitas vezes, quando me coloco em relação com as lembranças de minhas vidas passadas e quando sensações angustiosas me prendem o coração, sinto-lhe a palavra amiga e confortadora. Emmanuel leva-me, então, às eras mortas e explica-me os grandes e pequenos porquês das atribulações de cada instante.
1 A Civilização Egípcia - Os egípcios - Redenção - A caminho da Luz – Emmanuel/Chico Xavier (FEB, 1939)
2 Explicando...Prefácio do livro “Emmanuel” do próprio espírito – Dissertações mediúnicas/Chico Xavier - FEB, 1937
3 Chico esclarece que Emmanuel é guia do seu trabalho mediúnico (e não o seu mentor espiritual)
Chico1 reflete: ...sei que sou um Espírito imperfeito e muito endividado...Emmanuel ensina-me que o meu concurso em reuniões de desobsessão é para mim o melhor meio de harmonizar com irmãos recentemente desencarnados que não simpatizam comigo e de obter a tolerância daqueles Espíritos a quem ofendi em minhas existências passadas e que naturalmente me observam ou seguem do Mundo Espiritual, na posição de adversários aparentemente gratuitos.
Chico complementa2: Quando ouvimos o espírito de Emmanuel pela primeira vez, e que ele nos fez compreender a importância do assunto, nós nos informamos com ele de que, em outras vidas, abusamos muito da inteligência, nós, em pessoa. E que nesta consagraríamos as nossas forças para estar com ele na mediunidade, nos serviços de Nosso Senhor Jesus Cristo, no Espiritismo.
Estas confidências de Chico relembram as de Kardec, encarnado e em espírito. Nesta prece inédita, Kardec (encarnado)3 pede ajuda a Deus para a futura encarnação:
Prece - Senhor, Deus todo-poderoso, as revelações que me vêm sido feitas há algum tempo, a cerca de minha individualidade e minha futura missão, tão extraordinárias me parecem, que lhes não posso dar crédito.
Elas implicariam uma categoria espiritual a que não posso pretender, pois sei quantos degraus ainda tenho que subir até chegar lá.
Sinto demasiado o que me falta e sinto a minha inferioridade, sobretudo em certas circunstâncias, para que me iluda quanto ao meu mérito pessoal....compreendendo a minha insuficiência, concluo que se trata de uma prova para minha humildade e para minha fé.
Alguns anos depois, em espírito, Kardec dá instruções aos espíritas do Brasil4 (5/2/1889): Certo de que ouvireis a minha súplica; certo de que, falando aos espíritas falo a uma agremiação de homens cheios de benevolência, encetei o meu pequeno trabalho, cujo único fim é desobrigar-me de graves compromissos, que tomei para com o nosso Criador e Pai...Se completa não está a minha missão na Terra, se mereço ainda do Senhor a graça de vir esclarecer a Doutrina que ai me foi revelada, dando-nos novos conhecimentos compatíveis com o desenvolvimento das vossas inteligências …
1 No Mundo de Chico Xavier, Entrevistas de Elias Barbosa, Encontro com Chico Xavier em 1967- IDE, 1992
2 Chico Xavier, Pinga-Fogo, julho de 1971, TV Tupi – Saulo Gomes, 2010
3 “Reformador” (outubro 1951) não publicado em “Obras Póstumas” que contém ‘Extratos, in extenso, do livro das previsões concernentes ao Espiritismo - Manuscrito composto com especial cuidado por Kardec’, mas editado por Leymarie que não os divulgou todos.
4 Na Sociedade Espírita Fraternidade - Exortação ao Estudo, à Caridade e à Unificação. Sessão em 31/3/1889 (Reformador, 1/10/1889): In: “A Prece Segundo o Evangelho de Allan Kardec” e “O Livro dos Médiuns” (anexo a algumas edições brasileiras da FEB) e “Bezerra de Menezes” (Canuto Abreu - FEESP)
Carta de Canuto Abreu para Chico (1/9/1952)1: “Entrar nessa estreita prisão onde você resgata em trabalhos forçados as horas de ócios espirituais de outrora é sempre uma graça para os que arrastam, como eu, as guilhetas em outros campos de expiação.
Filiado á Ordem da Cruz pelos mais nobres compromissos, Deus lhe permitiu que esse ´tenebroso` passado ficasse esquecido nesta existência para não aumentar a pena desta vida com a lembrança de pena já sofrida`. Por isso a memória lhe desperta agora com “relâmpagos dentro da sombra.”
Será que Chico e Canuto se estavam a referir às dívidas na economia divina em suas passagens na Terra?...
Geraldinho2: Durante o sono físico eu tenho muita facilidade de ter dois tipos de fenômenos: sair do corpo e conversar com os espíritos - familiares e amigos - ou rememorar cenas do passado.
No final da década de 80, tinha vinte e poucos anos e tive um desdobramento.
Eu acordei ensopado de suor, com um pavor enorme porque tive uma experiência bastante triste.
Eu estava plenamente consciente e me visualizei dentro de um porta-aviões. Pela roupagem que eu vestia, era um oficial raso de baixa patente da Marinha daquela nação.
Estava perfilado junto com outros marinheiros da minha condição em posição de sentido na torre de comando do porta-aviões.
Eu reconheci do meu lado, dois dos meus tios-avôs (o meu tio Walter Machado e a minha tia Nair Machado, só que ela era homem).
Estávamos diante de uma grande cidade, que eu sabia que era a nossa capital.
Parecia Nova Iorque, porque eu via prédios de mais de 100 andares, mas eu sabia que não era Nova Iorque (cidade na ilha de Manhattan circundada pelo rio Hudson).
Nessa outra cidade havia uma foz de dois grandes rios, um de cada lado, e na sua confluência no mar se erigia nossa capital.
1 Autonomia: a história jamais contada do Espiritismo - Paulo Henrique de Figueiredo (FEAL, 2019). Manuscritos inéditos de Chico Xavier revelam a Canuto Abreu que foram druidas na época de Allan Kardec http://www.vinhadeluz.com.br/site/noticia.php?id=3564
2 Papo Espírita com Geraldo Lemos, Camila Machado e Cristiano Alves em 9/6/2020
+ Guerra Nuclear na Visão Espírita – Geraldinho, Vivência Espirita 13/3/2022
Para meu espanto entra um Almirante em chefe dessa frota (junto com o porta- aviões tinha fragatas, navios de guerra e outros menores).
Eu tinha um medo danado, um respeito imenso desse Almirante que eu reconheço ser Chico Xavier.
Ele era muito bravo e se dirige desesperado ao Capitão do porta-aviões, dá um murro assim na mesa e grita “A Guerra começou!
Eles estão revidando, a bomba está vindo!”
A mim e a todo o mundo, nos veio aquele pavor imenso, e diante de nós vimos - naquela nossa cidade capital querida - a explosão de uma bomba atômica termonuclear com seu formato tradicional.
Sobe aquele ‘cogumelo’ e desce uma bola de fogo vindo na nossa direção e o mar se levanta e tudo se dissolve dentro daqueles horrores.
Acordei empapado de suor, em estado de choque, chorando convulsivamente.
Fiquei muito intrigado, pensei que era um sonho horroroso.
Só pensava “Eu preciso contar este sonho para o Chico”.
Na 1ª oportunidade fui a Uberaba e quando eu cheguei na casa dele, foi muito curioso, parecia que ele já sabia o que eu tinha sonhado.
Por que ele logo dispensou todo mundo da sala e falou: Eu preciso conversar em particular com Geraldinho.
Eu falei preocupado: - Chico, eu tenho que te contar um sonho. - Eu sei! Eu quero que você me conte tudo, mas primeiro nós vamos ficar sozinhos. Ficamos eu e ele somente, até a Eliane saiu, que era minha esposa na época.
Contei em detalhes - aqui foi resumidamente – e o Chico foi arregalando os olhos à medida que eu ia contando, afastando para trás na cadeira e pondo a mão na boca (ele tinha esse hábito quando estava espantado com alguma coisa).
- Chico, mas como que pode ser isto?
- Você recordou o passado!
E eu pensando: Não pode ser o passado na Terra? Porque a bomba atômica só teve na 2ª Guerra Mundial, quando os Estados Unidos detonaram as bombas de Hiroshima e Nagasaki no Japão que eram cidades praticamente pesqueiras, não tinham grande desenvolvimento.
Eu lembro de uma cidade com prédios de 100 andares, lembro do porta-aviões de caças moderníssimos, de tecnologia muito avançada que não tinha na década de 1940.
Chico abanou a cabeça e falou: Não, Geraldinho, você foi muito longe, ei meu nego!
Como muito longe? O que eu vi não tem jeito de ser aqui na Terra, o que eu vi era muito mais moderno.
Não meu filho, isso não foi sonho, foi uma recordação Isso não foi na Terra.
O que você viu Geraldinho, foi uma cena da Guerra Nuclear em Capela, há 7000 anos.
Eu fiquei arregalado, ..Mas Chico, como que eu vou lembrar de uma coisa que aconteceu há 7000 anos?
Porque é um trauma profundo que você tem na sua alma.
Porque isso que você viu, era a nossa capital e foi em um dos planetas que giram em torno de Capela.
Essa bomba que caiu em nossa capital, foi um revide da nação contrária, porque nossa nação é que lançou a 1ª bomba.
E você sabe quem era o presidente da nossa nação que apertou o botão nuclear?
Eu não faço a menor ideia,
É Dr. Adolfo Bezerra de Menezes.
E por causa dessa guerra que nós todos fomos degredados de Capela para cá, tanto eles quanto nós, 5000 anos antes de Cristo.
Quando Dr. Bezerra desencarnou em 11/4/1900, alcançou a sua redenção e Maria Santíssima enviou-lhe o convite para que ele ascendesse ao mundo espiritual superior para se transformar num ministro,,, Mas é por essa razão, Geraldinho, que ele respeitosamente declinou o convite, dizendo que ele não se sentia na altura ainda de se situar nessa tarefa de ministro de Maria, porque muitos tutelados dele ainda estavam na Terra resgatando os débitos da guerra nuclear de Capela.
Enquanto ele não socorresse até o último, ele não ia se sentir liberado.
Geraldo1: Curioso que recentemente me deram a conhecer o livro “A História de um Sonho” de Bezerra de Menezes2, em que ele narra encontros espirituais fora do corpo com o seu guia espiritual, sobretudo no planeta Vênus.
O guia mostra-lhe outras vidas passadas e Bezerra se reconhece como dirigente sanguinário de uma nação, uma pessoa muito má, promotora da guerra, destruição e morte. Muito interessante porque confirma a revelação de Chico quando Bezerra desencadeou a Guerra Nuclear em Capela.
Bezerra faz sempre a narração na 1ª pessoa, ele vivenciou realmente tudo isso e acordava na companhia da família no Rio.
Foi uma experiência medianímica em etapas sucessivas de desdobramento perispiritual, sonho e recordação do passado vivenciado pelo próprio quando estava encarnado como Bezerra.
Ele enxerga o seu guia com muita luminosidade, que lhe revela que foi pai dele em outras vidas e Frei Bartolomeu dos Mártires no séc. XVI, quando alcançou a sua redenção.
2 História de um sonho – Bezerra de Menezes (FEB, 2012) - Caps. III - A Ascensão a Vénus; IV - Emergindo das Trevas; VI - A Lei do Moço
Além da Terra, Bezerra fala de 2 outros mundos que habitou, num mergulho profundo no seu passado culposo e delituoso.
Apesar de não nomear o 1º mundo, pela revelação que Chico Xavier me fez, esse planeta é no sistema de Capela.
De lá ele foi degredado para o 2º mundo - Vênus - mais primitivo que a Terra, e no qual teve uma vida muito difícil.
O seu guia esclarece-lhe vários pontos do seu passado e porque ele estava no Rio de Janeiro presidindo à FEB, resgatando os débitos coletivos que assumiu nos 2 orbes.”1
Assim se entende a causa profunda porque Chico dizia que era um espírito endividado, que tinha abusado da inteligência em outras vidas das quais que tinha sensações angustiosas.
A consciência e vontade firme do seu espírito permitiu que assumisse compromissos missionários com o Cristo na Terra e o tenha honrado em vidas sucessivas. Desde 2000 anos antes da encarnação de Jesus até 2000 anos depois.
Esta história em que Chico Xavier foi um dos co-responsáveis pelo exílio de Capela, demonstra que os seus amigos íntimos de Chico Xavier não o idolatram nem o santificam.
Vêem nele e em Dr Bezerra, exemplos a seguir, de como é possível também a nossa transformação moral.
E não é por acaso que alguns deles (que estavam com Chico em Capela) assumiram o grave compromisso de relatar as revelações de Chico sobre estes temas.
Henri Heine (espírito) esclarece2: “Jesus amava a simplicidade dos símbolos. Na sua vigorosa expressão, os trabalhadores da primeira hora são os Profetas, Moisés, e todos os iniciadores que marcaram as diversas etapas do progresso, continuadas através dos séculos pelos Apóstolos, os Mártires, os Pais da Igreja, os Sábios, os Filósofos, e, por fim, os Espíritas...
Muitos dos antigos revivem hoje, ou reviverão amanhã, para acabar a obra que haviam começado.
Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, e de um divulgador da fé cristã se encontram, entre vós.
Ressurgem mais esclarecidos, mais adiantados, e já não trabalham mais nos fundamentos, mas na cúpula do edifício.”
1 Geraldo: “Eu guardei esta recordação da Guerra Nuclear em Capela muito tempo, pouca gente sabe disso.
Vocês não imaginam quem é Chico Xavier!...
Imaginem a minha alegria quando nós vencemos a Data Limite em 20/7/2019 e nós vivemos 50 anos com o risco de termos uma 3ª guerra mundial.
Quando o Chico me contou isto em 1986 (antes da recordação de Geraldo em Capela) ele era pessimista, ele achava que o mundo entraria em guerra nuclear.”
2 O Evangelho segundo o Espiritismo” no cap. 20 – Trabalhadores de última hora – item 3
Abraão, Isaac, Jacó, Davi (Patriarcas bíblicos), Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Zacarias, Malaquias (grandes profetas do Velho Testamento), João Batista, Simeão, Barnabé (profetas do Novo Testamento), apóstolos de Jesus, Paulo de Tarso, são ministros do Governador Espiritual da Terra que estão reencarnando nesta fase decisiva da humanidade.
Adelino1 - É verdade que, desde a partida de Jesus Cristo, não se passou nenhum século sem que um dos Apóstolos estivesse reencarnado na Terra?
Chico - Esta verdade tem sido comentada por Emmanuel em muitas de suas dissertações e eu acredito, com sinceridade, nesta declaração de nosso amigo espiritual, porque não acredito que o Senhor nos deixasse abandonados à mercê de nossas paixões2.
Cezar3: Numa noite ouvimos o Chico explicar a lei da reencarnação a uma médium chilena, e no final ele revelou: O Cristo jamais nos deixou sem amparo e nos enviou sempre um de seus apóstolos através da reencarnação. Ora vinha Pedro, ora João, ora Paulo4... Passavam eles, às vezes, anônimos, entre nós, mas ajudam e muito, a humanidade a progredir...
Cezar Carneiro relata que Isaltino da Silveira5 (espírita de Juiz de Fora) passava alguns dias das suas férias em Pedro Leopoldo, junto ao Chico, que lhe fez algumas revelações surpreendentes.
“Narrou Chico a respeito da história do planeta, desde o início da organização da nossa civilização, constando datas, lugares e nomes de personagens dos mais eminentes que já passaram pela Terra, inclusive com suas reencarnações até o século XIX.”
Silveira insistiu para que Chico desse sequência às revelações, mas como Chico sabe o que deveria ficar oculto, pôs um ponto final no assunto:
Isaltino, eu nesse mundo estou como um mordomo num grande palácio: conheço todo mundo, sei onde estão as coisas, sei até dos apelidos deles, mas... Oh! Tenho que ficar de bico fechado.
1 Notícias dos Apóstolos – Kardec Prossegue – Adelino da Silveira - CEU, 1991
2 Será que Jesus Cristo que trouxe o Consolador Prometido 18 séculos antes, iria permitir que o Espírito da Verdade e Allan Kardec nos abandonassem quando prometeram a reencarnação de Kardec para o séc. 20?!...
3 Notícias dos Apóstolos - Encontros com Chico Xavier, Cezar Carneiro de Souza, ELCEAA, 2016 (30 anos - 1ª ed. 1986)
4 Reencarnou como Lutero, como Hermínio Miranda pesquisou e Chico confirmou.
5 O Mordomo e o palácio - Lembranças de Grandes Lições - Cezar Carneiro de Souza, IDE, 2007
Assim se expressando, fez um gesto com a mão direita passando-a sobre os lábios como se fosse um zíper.
Cezar reflecte: "Meu Deus, do que é que o Chico não sabe... E quem seria ele?"
Para Braz José, Chico contou assim: Sinto-me como se estivesse num alto de um Palácio e fosse o seu mordomo. Conheço todas as divisões da moradia e conheço muito bem todas as pessoas que o frequentam desde crianças…Como um pastor que conhece todo o seu rebanho. Mas que não pode falar do seu passado!...
Em 5/6/1936, Chico Xavier e Rômulo Joviano, com a utilização da prancheta (tal como na época de Kardec...) receberam mensagem de Emmanuel para Chico1: ‘Mas hoje te perdoamos. Não repitas, porém. Vai dormir e prepara-te para as aventuras de “Gulliver”. Boa noite. Ide repousar.’2
Emmanuel elogia Chico como sendo o gigante Gulliver perante nós crianças espirituais. Na sua 1ª viagem, o bondoso Gulliver é condenado por crimes que não cometeu, inclusive no Palácio de Lilliput.
Trecho de Jogral3: “Olhos voltados para Deus. Mente cristocêntrica, Francisco Cândido Xavier se julga, entretanto, um pequenino ser, liliputiano, e ninguém o convence do contrário. Em razão mesmo de sua mediunidade em singulares imersões no passado histórico da raça humana, sua clarividência da milenária cadeia de vidas sucessivas e solidárias deu-lhe ao espírito, já por natureza humilde e generoso, as razões para o reconhecimento da grandeza única de Deus e da pequenez espiritual de todos nós face à Majestade Divina.”
Chico considera-se um liliputiano perante os Deus e os Cristos.
Na 3ª viagem, Gulliver encontra um fazendeiro de 22m de altura, em que nas terras, a grama é tão alta quanto uma árvore...
Chico Xavier: Eu não tenho a pretensão de ter substitutos, porque estou na condição da grama… Quando um pé de grama desaparece, outro pé de grama está surgindo...4 Minha missão é como a do capim ou de qualquer outra plantinha sem nome que exista por aí.5
1 O Rio ainda não é outro mundo, cap. 18 - Deus conosco - Emmanuel/Chico Xavier - Vinha de Luz, 2007
2 Nota do organizador: Esta reprimenda carinhosa de Emmanuel a Chico deu-se às vésperas de sua viagem ao Rio de Janeiro para uma reunião na FEB, onde o aguardavam mais de 3 mil pessoas. A publicação do Parnaso de Além-túmulo havia causado muita polêmica na imprensa e o médium estava preocupado em reunir-se com tamanha assembleia.
3 Em torno de Chico Xavier - Jogral comemorativo dos 65 de mandato mediúnico de Chico Xavier, inspirado por Carlos Alves Neto, cap. 1 - Chico Xavier, Mandato de amor - Geraldo Lemos Neto - UEM, 1992
4 Apenas médium...Entender Conversando – Chico Xavier/Emmanuel - Hércio Marcos Cintra Arantes - IDE, 1983
5 Anuário Espírita - IDE, 1985
Cezar Carneiro1: Uma madrugada de 1968, estava com a Marli [esposa] na Comunhão Espírita Cristã, o Chico de repente vira e fala assim:
Eu lembro com nitidez até 8 encarnações!...
Em público, Chico dava-nos este conselho: Eu não sei o que fui no passado... Estou preocupado em saber o que serei no futuro. Para tanto, sei que o tempo presente é fundamental. Na linha do que diz em 1995 a Gugu Liberato2: Devo ter tido uma existência de pouco destaque e nenhum poder ou força. Naturalmente eu era dos menores. Desta vez, voltei para a mediunidade que representou um serviço para mim.
Jesus esclarece a postura do seu “discípulo amado”: Começou uma discussão entre os discípulos acerca de qual deles seria o maior. Jesus, conhecendo os seus pensamentos, tomou uma criança e a colocou em pé, a seu lado. Então lhes disse: "Quem recebe esta criança em meu nome está me recebendo; e quem me recebe está recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior". Lucas (9: 46-48). Porém o maior dentre vós seja vosso servo. Portanto, todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Jesus (Mateus 23: 11-12).
Hugo Gonçalves3: “Aquele que quiser ser maior seja o servo de todos! Assim é Chico, Servo de todos. Espírito valoroso que mereceu que Espíritos de Escol caminhassem com ele, a indicar os seus passos ... humilde servo do Cristo que observa a própria pequenez e se curva para Jesus, que do alto, certamente sorri ao ver, na Terra, o triunfo de um enviado seu.”
Adelino4: Estávamos na casa de Chico e enquanto aguardávamos o querido amigo, falávamos sobre quem teria sido ele no passado. Uns achavam que ele teria sido um dos apóstolos; outros, Flávia, a filha de Emmanuel, no livro “Há Dois Mil anos”, outros, Lívia, do livro “Ave, Cristo!”; outros, Alcione, do livro “Renúncia”; outros, Sócrates, Platão, João Evangelista, Francisco de Assis...
2 Entrevista a Chico Xavier (SBT, novembro de 1995) - Lições de sabedoria: Marlene Nobre, Folha Espírita, 1997
Se Chico tivesse sido uma das médiuns de Kardec teria dito “continuei” e não “desta vez, voltei para a mediunidade.”
3 “Paizinho de Cambé” entrevistado por Divaldinho Mattos - De Amigos de Chico Xavier - Didier, 1997
4 Quem mais poderia ser? Kardec Prossegue - Adelino da Silveira - CEU, 1991 (1ª ed.)
Um deles, voltando-se para mim, perguntou-me:
E você, quem acha que é ele?
Para mim, ele é Kardec
Antes, porém, que pudesse ouvir a opinião deles, nosso grande amigo despontou no fundo do quintal e veio andando mansamente em direção a nós, com aquele sorriso franco, enchendo-nos o coração de uma alegria cristã. Com a chegada do querido amigo e mestre, o assunto ficou encerrado, porque ninguém se atreve a falar disso perto dele.
Hamilton Bassi1- Uns dizem que o Chico foi João Batista, outros João Evangelista e outros o apóstolo Pedro. Ele não disse a você quem teria sido ele no tempo de Jesus?
Adelino – Só posso dar testemunho do que vi e ouvi. Eu nunca conversei sobre esse assunto com ele. Ele nunca me disse quem teria sido naquela época, sem querer dizer que ele não tenha dita a outras pessoas.
- Mas você sabe quem ele foi naquela época?
- Imagino, mas como não conversei com ele sobre isso, melhor
- Quem ele te recorda?
- Ele me faz recordar os tempos apostólicos e os primeiros seguidores de ..
Adelino2: Contou-nos Chico que, alguns dias após a crucificação de Jesus, das milhares de pessoas que O seguiam, algumas centenas delas combinaram encontrar-se às margens do Mar da Galiléia, a fim de amenizarem as saudades de Sua palavra e de Seu convívio.
Falava-se vagamente que o Mestre voltaria ao Monte para despedir-se.
Apenas 500 tiveram a coragem de comparecer.
Eram tempos de cruéis perseguições.
Os primeiros astros da noite começaram a brilhar no alto.
Estavam em oração, quando uma luz muito intensa brilhou na amplidão e começou a descer em direção ao cume de pequeno monte, à beira da praia.
Logo puderam verificar que era Jesus, o Mestre Divino, que vinha ter com eles, envolto em belíssima luz.
Conversou demoradamente com eles e, quando se despediu, deixou-os cheios de uma coragem até então desconhecida.
1 Kardec Prossegue - Adelino da Silveira - LEEPP, 2020 (5ª ed.)
2 Os Quinhentos da Galiléia - Kardec Prossegue - Adelino da Silveira - CEU, 1991 (1ª ed.)
Essas centenas de pessoas ficaram, portanto, conhecidas como "Os 500 da Galiléia" que fizeram o propósito de trabalhar incessantemente pela humanidade.
Elas têm reencarnado nos mais diversos contextos religiosos e políticos do Planeta, ensinando a verdade e abrindo novos caminhos nas artes, na ciência e nas mais variadas religiões da Terra, revelando o desejo do Cristo, que é de amor e fraternidade.”
Roque Jacintho1: “Para esse trabalho gigantesco [ofertar-lhes os ensinamentos puros do Cristianismo Primitivo], pleno de escolhos, foi convocado um dos Espíritos mais experientes, cujas existências pretéritas se haviam cumprido dentro dos Planos Divinos de alevantamento intelecto-moral dos alunos da escola da Terra. Traçou-se-lhe, assim, o roteiro reencarnatório. Era já o dealbar de 1910...”
Em 1935, Chico Xavier relatou para Clementino de Alencar2: Tinha, às vezes, a impressão de que era outra pessoa muito diferente de si mesmo, que vivia em outros tempos, lembrava-se de coisas, fatos ocorridos com ele mas que, por mais que tentasse, não conseguia localizar na sua vida: Lembranças que não eram da minha existência atual...Indagamos, também, sobre seus sonhos.
Ele tem tido alguns bem interessantes e mais ou menos relativos àquelas lembranças a que ele nos fizera referências em sua narrativa, de fatos ocorridos em outros tempos, em eras remotas, lembranças que não eram da sua existência presente.
Pedimos-lhe a citação de algumas dessas lembranças e sonhos relacionados...ouvimos duas outras curiosas narrativas.
Numa delas aparece um famoso Circo Guérin que, segundo a narração, deve ter existido na França, há uns dois séculos.
Na outra, em que julgamos encontrar reminiscências dos tempos feudais, aparece o nome dos Brissac, a velha estirpe que tantos marechais deu à França.
1 Chico Xavier, 40 Anos no Mundo da Mediunidade - Roque Jacintho, p. 18, Edicel, 1967
2 Lembranças que não eram da minha vida - Notáveis Reportagens com Chico Xavier – Hércio Arantes - Entrevista a Clementino Alencar, 1935 - IDE, 2003
Clovis Tavares relembra1: “Chico, sempre humilde, nos falava de suas experiências espirituais… ou sobre as impressões que sua sensibilidade mediúnica registou ao visitar... aquela Roma do Passado, berço de tantos heroísmos cristãos, palco de tantas tragédias, recordação viva de tantas experiências das almas ...
E além de Roma, lembranças de Paris, de Carcassone, de Barcelona, de Elon College ... comentários originais sobre os livros de Rochester…”
Estas lembranças de Chico são reminiscências de vidas passadas.
No livro de Rochester ‘Romance de uma Rainha’2, Chico foi a Faraó do Egito Hatasu.
De acordo com Tertuliano, foi em Roma em 92, que João Evangelista sofreu o martírio cruento de ser imerso em óleo fervente pelo imperador Domiciano, mas escapou ileso...3 O espírito Miramez narra várias idas de João Evangelista a Roma e de Francisco de Assis ao Papa.4 Santa Brígida desencarnou em Roma.
Geraldo: Chico revelou-me que “na cidade medieval de Carcassone, Wanda Joviano, Suzana Maia Mousinho, eu próprio, Waldo Vieira, D. Alba, éramos todos filhos dele.” Tal como na Catalunha do séc. XVIII, Waldo, Wanda e Geraldo foram da família de Chico. Barcelona é a cidade em que viveu Consuelo (Dolores).
Foi em Elon College (Carolina do Norte, EUA) que Chico escreveu uma carta para Clovis Tavares em junho de 1966 em que relembra emocionado o seu desdobramento espiritual para vida passada na Irlanda (Celtas) e a homenagem de que foi alvo nas Gálias dos druidas...5 Em Paris, Chico viveu como Kardec. Em França viveu São Gastão, nasceu Descartes e desencarnou Francisco de Paula.
Para Ranieri, Chico relatou memórias de vidas passadas6: Vejo cenas de Roma e recordo especialmente a França. Sabe, Ranieri, você tem mais facilidade para receber espíritos europeus, franceses e ingleses, porque viveu em outras existências no meio dos escritores franceses. Eu recebo com facilidade espíritos de língua portuguesa e espanhola porque vivi em existências passadas na Espanha e em Portugal. Meu psiquismo é da língua portuguesa e espanhola. Ranieri pergunta: Quer dizer que os espíritos mantêm a linguagem de certas encarnações? Chico: De certo. Digo mais, “no espaço das nações” geralmente os espíritos falam a língua dessas nações.
1 Atafona - Campos, 1967 - cap. 20 - Trinta anos com Chico Xavier – Clovis Tavares - IDE, 2008
2 Romance de uma Rainha - Rochester, J. W. / Wera Krijanowsky – FEB, 1981
3 Uma cena que nos remete para o martírio do mesmo espírito, 13 séculos depois, quando João Huss foi queimado.
4 Francisco de Assis – Miramez - João Nunes Maia (Fonte Viva, 1986)
5 Caso Bob Hunter - Sal da Terra – Clovis Tavares – Scortecci, 2005
6 Chico Xavier, o santo dos nossos dias de Rafael Ranieri (Eco, 1970)
Chico desviou a atenção de Ranieri para as vidas na Espanha – como Consuelo
- e em Portugal, onde nasceu como Manuel de Paiva (séc. XVI).1
Nena Galves: “Maio de 1959 é data que recordamos com imensa alegria. O encontro com Chico Xavier fez florescer na memória atual reencarnações passadas na Espanha e na França. Chico nos confidenciou que nos reconheceu imediatamente.”2
Fernando Worm 3 - Certa feita você me disse que por vezes, sente-se qual um basalto habitado por estranhos animais. Em nosso espírito há campo para diversas moradas?
Chico - Não posso dizer que em nosso espírito haja espaço ou campo para muitas moradas, mas é indubitável que todos trazemos, em nós mesmos, a lembrança inconsciente ou provisoriamente obliterada de todas as existências que já vivemos através dos séculos.
Compreensível, desse modo, que nos sintamos, por vezes, na condição de alguém que carrega consigo personalidades diversas, embora este assunto nos ofereça motivação para longos estudos, em torno do tema espirito-encarnação-personalidade e tempo, que não devemos ampliar demasiado numa entrevista, destinada a informações rápidas entre amigos.
Vários espíritos (por vários médiuns) têm reiterado as vidas sucessivas e missões que o espírito Kardec/Chico tem assumido na Terra.
Leon Denis4: “[Kardec] preparado em existências precedentes para a grande missão que acaba de desempenhar, não é senão a reencarnação de um Celta eminente.”
Miramez/João Nunes Maia5: "Dentro daquele corpo espiritual estavam acumuladas valiosas experiências de sucessivas vidas, das quais três se destacam: de Profeta, de Apóstolo e de Santo."
1 Na lista das alegadas (só) vidas femininas de Chico, não há nenhuma em Portugal
2 Reencontro de corações, cap. 2. Até sempre, Chico Xavier - Nena Galves - CEU, 2008
3 50 anos da mediunidade de Chico Xavier, Folha Espírita em Revista - Entrevista exclusiva com Fernando Worm, pág.73
4 Joana d´Arc, médium - Leon Denis - FEB, 1991
5 Profeta Daniel, Apóstolo João, São Francisco de Assis
Maria Modesto/Wanderley Oliveira1: “Chico se desenvolveu nos séculos, tanto na arte de amar quanto em sua capacidade sensitiva. Já há centenas de anos, suas reencarnações são classificadas como reencarnações de completistas nas quais são designadas tarefas específicas para aprendizado do Espírito, visando a uma missão no futuro…Na gleba de Jesus não existem substitutos, e sim continuadores. O próprio Chico foi um continuador de Kardec.”
Irmão X pelo médium Allan di Napoli (2/4/2018): Conta-se nas tradições da Espiritualidade Maior, que Allan Kardec foi preparado para trazer o Consolador Prometido por Jesus há vários séculos, tendo passado por várias tarefas na Terra e as cumpriu com denodo...
Pelo médium Bittencourt di Napoli, 6 espíritos:
Arnaldo Rocha (9/3/2013): “um dos mais lúcidos discípulos de Jesus, que há mais de dois milênios trabalha a favor do progresso do orbe terrestre”;
Joãozinho (5/7/2017): “Espírito de Escol e burilado pelos milhares de anos a serviço das Leis Divinas”;
Richard Simonetti (15/3/2019): “Allan Kardec/Chico Xavier, o mesmo Espírito que trabalha com o Mestre Amado Jesus por milênios, por amor à humanidade”;
Ismael Gomes Braga (27/11/2019): “Quando dizemos Glória a Chico Xavier, estamos a lembrar do codificador que voltou em nova roupagem, para dar o acabamento final da consolidação da Doutrina Espírita no planeta. É um Espírito que está há milênios trabalhando e servindo à causa evolutiva do Planeta Terra”;
Yvonne A. Pereira (16/12/2019): Chico Xavier é uma Estrela Espiritual de Luminosidade Ampla, a serviço, por milênios, de Nosso Senhor Jesus Cristo, desenovelando as tarefas Espirituais reveladoras, concordantes com as necessidades dos Espíritos que fazem sua evolução na Terra”;
Langerton Cunha (18/3/2020): “Chico Xavier é um Espírito de Escol...de real Sabedoria. Não é para menos e segundo consta na Esfera onde habito, Chico Xavier está na tarefa direta com o Mestre e Senhor há milênios.”
No 75º aniversário da desencarnação de Kardec (31/3/1944), Chico psicografou2 o poema “O Missionário” do espírito Cruz e Sousa.3
Pés sangrando no trilho solitário Dilacerado, exânime, proscrito, - Ave do sonho em montes de granito - Assim passa no mundo o Missionário. Incompreendido e estranho visionário,
Contendo, a custo, o peito exausto e aflito, Vai carregando as glórias do Infinito,
Entre as chagas e as sombras do Calvário. Longas jornadas, ásperos caminhos,
No campo de grilhões, trevas e espinhos, Onde semeia o trigo da Verdade!… Virão, porém, os dias da colheita
E os celeiros da luz pura e perfeita, No Divino País da Eternidade!
1 A Missão de Chico Xavier e dos novos médiuns espíritas, cap. 1 - Quem Perdoa Liberta - José Mário/Wanderley Oliveira – Editora Dufaux, 2010
2 Coletânea do Além - FEB, 1945 + Taça da Luz – FEESP, 1972 - Autores diversos
3 “O Dante Negro”, mestre do Simbolismo
Observemos os símbolos do poema. Perseguido pelos romanos, o cristão João Evangelista foi exilado (proscrito) em Patmos, onde escreveu o Apocalipse. Por isso o cognome de "João, o visionário" devido à sua mediunidade profética e de “Águia de Patmos.” João Evangelista diz a Jesus1: “Em diversas basílicas de Ravena e de Roma, Mateus é representado por um jovem, Marcos por um leão, Lucas por um touro e eu, Senhor, estou ali sob o símbolo estranho de uma águia.”
João foi o único apóstolo que acompanhou Jesus no Calvário. Ao longo das suas vivências na Terra este Espírito experimentou as chagas do Cristo. Como Francisco de Assis numa visão em Monte Alverne recebeu os estigmas de Jesus Crucificado. Ao relembrar o sofrimento de Jesus na cruz, Chico Xavier também recebeu estigmas.2
Como João Huss, reformador religioso, foi excomungado (proscrito) pela Igreja Católica e vítima das trevas da Inquisição Conciliar. Ao ser queimado3 o seu peito previu: “podeis matar um ganso fraco (Huss é ganso em checo), mas aves mais poderosas, águias e falcões, virão atrás de mim”4. …Este Médium do Cristo tanto semeou no Caminho da Verdade e da Vida que está colhendo no País da Luz.
1 A ordem do Mestre – cap. 15 Humberto de Campos - Crônicas de Além-Túmulo (FEB, 1937) + Palavras do Infinito (Lake, 1936)
2 A Paixão de Cristo segundo Chico Xavier - Entrevista inédita do médium de Jesus sobre o sofrimento do corpo do Messias no Calvário http://www.vinhadeluz.com.br/site/noticia.php?id=3716
3 Quando os verdugos puseram fogo o mestre checo começou a cantar em voz alta: “Cristo, filho de Deus vivo, perdoa-os”. Tal como Francisco de Assis entoava cânticos durante a sua vida e entoou na sua desencarnação…Consuelo e Chico adoravam cantar em serenatas.
4 Além de proximas encarnações de Huss, estava a profetizar a vinda de Lutero, que Chico revelou ser o retorno de Paulo de Tarso
Luz e treva - Castro Alves (espírito)/Jorge Rizzini (médium)1
Foi Jesus Cristo quem disse Sob a inspiração de Deus: “Vai, Allan Kardec, à Terra E fala aos rebanhos meus, Tira o povo da heresia!
A minha Doutrina amplia! Cumpre a antiga profecia Que fiz perante aos judeus!
Como na dura Judéia Não temas tua missão: O Espírito Verdade,
- Eis teu Anjo Guardião! Aumenta as glórias no Céu! Conquista mais um troféu! Destrói na Terra esse véu, Que esconde o Sol da Razão!”
E o Apóstolo dileto2
Despediu-se de Jesus,
E como um condor fantástico
Mais veloz que a própria luz - Ao lado de outros heróis, Como ele mesmo – faróis!
Passou por milhões de sóis,
E em Lyon viu sua cruz!
Encarcerando na carne,
Gigante dentro de um ovo! Ei-lo que vai ressurgir
Na bela Gália de novo!
E mais tarde, com cautela, O Além pesquisa, interpela, E finalmente revela
A Doutrina para o povo!
É epopéico seu trabalho Com o Espírito da Verdade; Galileu desvendou mundos,
Mas Kardec – a Eternidade!... Com a chave da Ciência Provou a Sobrevivência!
Descobriu a existência
De outras Leis da Divindade!
E o sábio deixa este globo E volve saudoso à Luz!
Depois dos Grandes Mentores Quem vem saudá-lo? – Jesus!...
E viram todos então,
Na Terra o imenso clarão:
Era a Codificação
Que a Deus o Homem conduz!
O médium Edson Barbosa3: “João Cuin acompanhava Chico nos trabalhos da Comunhão até ao final. Ele relatou-me vários diálogos que teve com Chico, em que ele falava da admiração por João Evangelista, da brandura de Francisco de Assis e da sabedoria de Platão. Meses depois de receber vários conselhos do Chico em Uberaba, em 5/8/1991 meu mentor Stefani Oswald (pseudônimo de Arthur Neiva, médico sanitarista, colega de Carlos Chagas) durante trabalho público em Santo André afirmou: ‘Chico Xavier é Allan Kardec, que tinha o Amor de João Evangelista, a similaridade de Francisco de Assis, a sabedoria de Platão. Conhecia toda a teologia e vivenciou na Igreja todas as suas nuances. Fora enviado ao Brasil como um discípulo querido de Nosso Senhor Jesus Cristo. Chico tinha recebido mensagens de Santos, do Espírito da Verdade, mas que não tinha relato de nenhuma mensagem de Allan Kardec.”
1 Castro Alves Fala à Terra, Castro Alves/psicografias de Chico Xavier, Waldo Vieira e Jorge Rizzini – Editora Correio Fraterno, 2000
2 Castro Alves por Jorge Rizzini revela que o Apóstolo Amado de Jesus – João Evangelista - é Allan Kardec, tal como Emmanuel e Casimiro Cunha revelaram em 1938. Curiosamente, Rizzini foi um dos articulistas espíritas que mais combateu Marlene Nobre (por ela defender que Chico é Kardec) quando ela informou que Kardec foi Platão. O manuscrito do próprio punho de Kardec já foi confirmado pela FEAL. No livro Chico, você é Kardec, Wilson Garcia (1999, 2015) o mesmo grupo alega que Platão não pode ser Kardec por ter mensagens na sua obra. Tal como João Evangelista. Rizzini devia ter lido o que o poeta lhe ditou. Essas comunicações são explicadas por Kardec de várias formas.
3 Depoimento de Edson Barbosa no 10° Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e Sua Obra, em 19/08/2017 em São José dos Campos - SP. http://www.vinhadeluz.com.br/site/noticia.php?id=2852
Nesta mensagem que recebi por psicografia mecânica (tenho cópia), o mentor deixa subentendido que teve reencarnações como padre, mas não deu nome. Conclui dizendo que o Espiritismo sem Chico, seria hoje apenas uma seita.” Além das vidas citadas, Chico conheceu muitas nuances da Igreja como: São Gastão, Santa Brígida, João Huss e Manuel de Paiva.
Elzi Nascimento e Elzita Melo Quinta1: “retrata vivências com o nobre apóstolo de Jesus reencarnado na bucólica Pedro Leopoldo... a serviço do Mestre numa fieira de vidas sucessivas a bem da humanidade, recebeu, no limiar do século XX, o nome de Francisco de Paula Cândido Xavier.
Nome curioso, como bem definiram os autores, pois traz em sua formação a referência ao doce Francisco de Assis, ao amigo da pobreza Vicente de Paula, ao desbravador do oriente Francisco Xavier. De cada uma destas personalidades encontramos o melhor, em nosso querido Chico Xavier.
...fundamentando a Codificação do mestre lionês através da psicografia reveladora. E qual um Francisco de Assis, auxilia os irmãos menores a entender as realidades espirituais” ...trazendo de novo o exemplo de um Vicente de Paula, dedicado amigo da pobreza...Somente o apóstolo dileto do Cristo poderia respirar e exemplificar, na totalidade, o desabafo do calvário: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Sempre ativo, incólume e produtivo ante as dificuldades, ânimo inalterável, entusiasmo constante.”
Dirceu Abdala: “Chico sistematicamente enfatiza não ser o Codificador reencarnado, a exemplo de João Batista - quando se era Elias - e de Kardec, guardando sigilo sobre as comunicações pessoais de ter sido sacerdote druida e João Huss.”
1 Prefácio de "Chico Xavier - Fonte de Luz e Bençãos" – UrbanoT. Vieira e Dirceu Abdala – Boa Nova, 1998
Em 4/4/20051, o espírito William Machado2 observa “coincidências” numerológicas impressionantes de “Memoráveis datas” entre 5 vidas de Chico Xavier. O médium Geraldinho informa: “William é filho de Zeca Machado. Chico Xavier me revelou que Zeca era meu guia espiritual para a psicografia.”
Memoráveis datas inscrevem-se no rol das mais altas tradições da Espiritualidade Maior, cheias de beleza e significação para a história moral da Terra. Memoráveis datas que veneramos nas vidas missionárias que se entrelaçam no móvel único de servirem à causa de nosso Senhor Jesus Cristo.
Ephesus – capital da província romana da Ásia, em 31 de março do ano 1103: Ignácio de Antioquia auxiliava o venerável apóstolo João no envio de numerosos companheiros da fé cristã para os locais mais longínquos, em missão de luminosa diáspora. Dentre muitos, o jovem médium Potino, o erudito Erasto e o generoso Átalo de Esmirna partem com a incumbência de levar o Evangelho do Cristo às terras distantes da Gália Transalpina, escolhendo sua capital, Lugdunum, hoje Lyon 4, como seu destino de luz.
Madrugada do dia 2 de abril do mesmo ano 5 110 da era cristã: o venerável filho de Zebedeu e Salomé, João Boanerges, após o cumprimento de sua apostolar missão evangelizadora nas províncias romanas da Ásia, nas lutas de sua vida quase centenária, abandona, em definitivo, o corpo exausto para penetrar a gloriosa Imortalidade. Muito poucas ocasiões da história humana assistem nas esferas espirituais próximas à crosta a tamanho cortejo de entidades angélicas, saudando o venerável evangelista de volta à pátria definitiva.
Séculos passam céleres sobre séculos e o ano é o 1182. O comerciante Pietro de Bernardone parte em viagem de negócios em demanda à França, deixando em sua cidade de Assis, na Úmbria italiana, a esposa Pica da Provença, grávida de um filho. A criança nasce sem a presença do pai em 3 de outubro do mesmo ano, recebendo da mãe extremosa o nome de João 6. Quando o genitor retorna a casa para abraçar o pequenino 7, muda-lhe o nome para Francisco8, querendo homenagear, com isso, o espírito franco e devotado à verdade e à benevolência das terras francesas. O nome, incomum e curioso àquela época, ficaria para sempre gravado na história do Cristianismo e nos corações dos homens. O jovem Francisco de Bernardone, após os 20 anos de idade, depara-se com o apelo do próprio Cristo, a chamar-lhe, confiante: “Francisco, reergue a minha igreja, que bem sabes está ruída sobre os escombros do engano e da iniqüidade!” Francisco de Assis descerra uma nova era ao espírito cristão e, ao pôr-do-sol do dia 3 de outubro de 1226 1, na pequenina localidade de Porciúncula, entrega o espírito a Deus enquanto recita o Salmo 142 2 e exorta os companheiros a fazerem a sua parte na obra cristã.
Alguns séculos mais adiante, encontraremos na pequena cidade italiana de Paula, na Calábria, um devotado casal que tentava engravidar há mais de quinze anos, sem sucesso. Fervorosos e dedicados, confiam suas preces a Francisco de Assis e recebem, jubilosos, o fruto do seu amor nos braços exultantes em 31 de março de 1416
1 William foi o filho mais novo de Adélia Machado de Figueiredo (tia-avó de Geraldo). Zeca Machado foi o irmão mais velho de - avó de Geraldo - Carmen Machado dos Santos (colega de Chico no grupo escolar). Zeca foi Flaminius Severus, amigo de Publius Lentulus em “Há 2000 anos” de Emmanuel
2 Psicografia de Geraldo Lemos Neto no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade (BH). O espírito de William escreveu “Bastão de Arrimo” por Chico Xavier, organizado por Geraldinho (UEM).
3 1759 anos exatos antes da desencarnação de Allan Kardec em 31/3/1869 em Paris.
4 Cidade onde o apóstolo João viria a renascer como Hyppolyte Léon Denizard Rivail (Kardec), a 3/10/1804
5 João Evangelista desencarnou 1800 anos exatos antes de renascer em 2/4/1910 como Chico Xavier
6 Segundo o pesquisador Jorge Damas, e o espírito Miramez, o nome João [Evangelista] envolveu o psiquismo da sua mãe e inspiraram-lhe o nome
7 Francisco significa pequeno francês: Kardec era um homem de estatura baixa (Canuto), como Chico
8 Quando se exilou em Éfeso e na Ilha de Patmos, João Evangelista mudou de nome e era conhecido pelos seus discípulos por Pai Francisco (Miramez)
- 3. A criança recebe o nome de Francisco e, com o passar dos anos, ficaria conhecido como Francisco de Paula, o amigo invariável dos pobres e oprimidos, trazendo ao mundo as mais altas noções do dever de caridade e amor para com os semelhantes. Os últimos 24 anos de sua profícua existência de 91 anos, passa o servidor do Cristo em terras francesas, auxiliando o espírito gaulês a retomar suas mais puras tradições de Encerra o missionário a vida terrena na madrugada do dia 2 de abril de 1507 4, no mesmo instante em que lia, emocionado, o relato da paixão de Cristo, levado a efeito pelo Evangelho de João 5.
Novos séculos se esvaem na ampulheta do tempo, bafejando de progresso e renovação a paisagem terrestre. O dia agora é o 3 de outubro de 1804 6.
Um dos mais lúcidos discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo baixa à Terra pela via reencarnatória, com a sublime missão de trazer ao mundo exausto e aflito as noções redentoras do Consolador. A cidade que lhe abriga o renascimento é a mesma Lyon 7 francesa, com suas tradições inesquecíveis de espiritualidade e valor. Hyppolyte Léon Denizard Rivail transforma-se, com os anos, no apóstolo da renovação humana e com o nome de Allan Kardec passa à história como o codificador da Doutrina dos Espíritos do Senhor. Em 31 de março de 18698, Kardec parte da Terra deixando o corpo exausto pelos ingentes sacrifícios assumidos pela divulgação da nova causa, recomendando à esposa Dona Amélie Gabrielle Boudet que prossiga com as cerimônias de inauguração da livraria espírita de Paris, programada para o dia 2 de abril 1. Neste mesmo dia procede-se o enterro dos despojos do apóstolo, no cemitério parisiense de Montmartre, enquanto a palavra lúcida do astrônomo Camille Flamarion lhe saúda a missão desbravadora da realidade do espírito.
1 Francisco de Assis renasceu (1182) e desencarnou (1226) no mesmo dia (3/10): em que reencarnou como Kardec (1804) e em que Chico Xavier foi eleito o Maior Brasileiro de Todos os Tempos (2012) pela SBT.
2 Salmo 142 (início) 1 Com a minha voz clamei ao Senhor; com a minha voz fiz deprecação ao Senhor. 2 Derramo na sua presença a minha oração, e exponho diante dele mesmo a minha tribulação. 3 Enquanto me vai desfalecendo o meu espírito, e tu conheceste as minhas veredas
3 Francisco de Paula nasceu 453 anos exatos antes do desencarne de Kardec (31/3/1869)
4 Francisco de Paula desencarnou 403 anos exatos antes de renascer como Chico Xavier (2/4/1910) na cidade de Tours, onde nasceu e desencarnou Léon Denis.
5 Francisco de Paula, lia no seu próprio Evangelho a Paixão de Cristo que o seu espírito testemunhou como João Evangelista.
6 Allan Kardec renasceu 622 anos exatos após a sua encarnação como Francisco de Assis e 580 anos após a sua desencarnação. E 208 anos antes da (sua) eleição de Maior Brasileiro de todos os tempos (como Chico, em 2012).
7 Lyon – cidade do livro Ave Cristo – Emmanuel/Chico Xavier
8 Desencarnação de Allan Kardec
Mais alguns anos e a pequenina cidade mineira de Pedro Leopoldo assiste uma pobre mulher do povo humilde entrando nos primeiros momentos das dores do parto. O dia é o 31 de março de 1910 e após mais de um dia de grande sofrimento para a Sra. Maria de São João de Deus 2, nasce para o mundo a personalidade que recebeu o nome de batismo de Francisco de Paula Cândido3. Mais tarde conhecido como Francisco Cândido Xavier, o venerável irmão deixa para a face do mundo terrestre o mais sublime roteiro de renovação espiritual para o homem aturdido e inquieto do século XX. Após 92 anos 4 de testemunhos santificantes, com seus exemplos de amor e renúncia, restaura, na prática, o Cristianismo primitivo para o coração do povo, esclarecendo e consolando, com sua alma generosa, verdadeira ponte de luz entre a crosta terrestre e as belezas dos céus.
Ramatis: “Allan Kardec não poderia estabelecer todos os postulados e as linhas sensatas e fundamentais da doutrina espírita apenas no decurso de sua última existência física na França, no século passado; ele apenas deu corpo disciplinado, entendível ao homem comum, aos princípios que já se haviam fixado em sua retina espiritual durante cerca de três milénios de preparativos iniciáticos em várias romagens reencarnatórias pelas diversas latitudes geográficas do orbe terreno.
Quando se reencarnou no Egito, o espírito pôde reviver toda a sua trajetória anterior e meditar nos inúmeros labores espiritualistas dos templos consagrados aos mistérios da alma.
Em sua alma ainda vibravam as evocações do politeísmo da Lemúria, as revelações dos genios da Atlântida e os esforços dos infatigáveis mentores siderais que auxiliaram a raça adâmica nos seus primórdios de civilização organizada.
Kardec sempre conviveu em contato com os grandes hermetistas, no Egito e na misteriosa India dos Vedas, onde assimilou os fundamentos e as práticas do Bramanismo; mais tarde peregrinou pelas regiões que serviram de cenário ao Sublime Jesus, acompanhando de perto os surtos evolutivos do Cristianismo.
As suas existências no pretérito já definiam o seu futuro ideal e revelavam os primórdios de um grandioso plano elaborado pelo Alto, pois sempre habitou a Terra com o espírito endereçado particularmente aos objetivos da Espiritualidade Superior.
Essa decisão indesviável e firmeza de intenções tornaram-se o milenário cimento de garantia insuperável à doutrina espírita, que se revelou ao mundo ocidental assim que a sua humanidade apresentou condições psicológicas exigíveis para um intercâmbio sensato e progressista com o plano invisível.
1 A inauguração assumida pela esposa de Kardec manteve-se, 41 anos exatos antes do nascimento de Chico Xavier.
2 Geraldinho revela: “Segundo Chico Xavier me contou a própria mãe dele - Maria João de Deus pediu para que o filho não nascesse a 1 de abril, para não ser um filho de mentira. Às 23 horas do dia 31/3/1910 ao começar a sentir as primeiras contrações rogou à Maria Santíssima que não permitisse que o filho dela nascesse no dia 1º de abril e que a fortalecesse para que ela aguentasse todas as dores até a madrugada de 2 de Abril. O registro do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais de Pedro Leopoldo, Chico Xavier nasceu à 1h da manhã de 1910.
3 403 anos exatos depois da desencarnação de Francisco de Paula, Chico Xavier nasce no dia que se atribui ao Santo (São Francisco de Paula) e recebe o nome Francisco de Paula Cândido.
4 Desencarnação de Chico Xavier em Uberaba em 30/6/2002.
5 A Sobrevivência do Espírito - Ramatís e Atanagildo/ Hercílio Maes (Ed. Conhecimento, 1958)
É indiscutível a superioridade da pedagogia espiritual codificada por Kardec em favor da mais breve ascensão humana, porque os seus fundamentos não residem tão-somente na seleção de valores fenomênicos observados em sua última existência terrena.
As principais raízes do Espiritismo perdem-se nos milénios já transcorridos e aprofundam-se em quase todos os templos iniciáticos, ligando-se também às demais filosofias de proveito espiritual de quase todos os povos.
Trata-se de bases edificadas desde os santuários egípcios até às instituições sagradas da India, as quais, assim que foram entrevistas por Allan Kardec, na comunicação dos Espíritos, na França, despertaram-lhe a memória etérica e se associaram aos novos acontecimentos.
E então, enquanto a maioria dos apreciadores, de tais fenómenos se mantinha ignorante da realidade milenária do Espírito Imortal o genial codificador foi tomado por uma avalanche de ideias que lhe inundou a alma tão experimentada no pretérito, reconhecendo familiarmente os velhos prantos da Lei da Reencarnação, da Lei do Carma e da sobrevivência espiritual.
Sob o fascínio dessa evocação pretérita, em sua retina espiritual delinearam-se os vultos heráldicos dos severos sacerdotes de Ra e Osíris-ísis, no suntuoso culto aos "mortos que sobrevivem"; as figuras imponentes dos druidas na filantropia; a oferenda no seio das florestas dos gregos presidindo aos mistérios de Elêusis. Hermes, Krishna, Lao-Tsé, Zoroastro, Rama, Buda e o divino Jesus influenciaram-lhe a alma por algum tempo, embora Kardec se sentisse condicionado na existência francesa a uma severa disciplina científica.
Atuava-lhe na mente sensibilizada por essa evocação incompreendida o resultado da longa caminhada através das instituições espiritualistas do passado, quando buscava conhecer os motivos da vigorosa imposição da matéria planetária sobre a entidade espiritual.
É por isso que a doutrina espírita nunca se extinguirá na sua linhagem iniciática, nem há de se subordinar aos exotismos dissolventes, recrutados em labores espirituais imaturos, pois a sua força principal reside exatamente nesses alicerces milenários de pesquisas e experimentações adultas, totalmente forjadas no terreno sólido das realizações tenazes dos povos devotados aos problemas espirituais.
A própria natureza religiosa que forma a contextura essencial do Espiritismo é profundamente universalista, porque se firma no Evangelho, que é o tratado cósmico de orientação espiritual no mundo de formas.”
Geraldo Lemos Neto reuniu diversos arquivos históricos de revelações de Chico Xavier e seus testemunhos a várias pessoas como Adelino Silveira, Marlene Nobre, Martins Peralva, D. Neném Aluotto, Carlos Baccelli, Weimar Muniz de Oliveira, Cezar Carneiro (entre outros).
Esse material foi complementado por pesquisas sobretudo nas 3 revelações (Velho e Novo Testamento + obras de Kardec/Chico).
O conjunto dos estudos que expomos permitem dizer que Chico Xavier teve várias encarnações entre nós (algumas anônimas), sendo conhecidas estas 21, além da atual e futura missão (Tabela 1).
Tabela 1 - Lista de encarnações do espírito Chico Xavier
Encarnação |
Local - Época |
1 - Patriarca Isaac |
Canaã, c.1896 - 1716 a.C. |
2 - Rainha-Faraó Hatasu |
Antigo Egito, c. 1507 - 1458 a.C. |
3 - Rainha-Faraó Chams |
Antigo Egito, séc. IX a.C. |
4 - Profeta Isaías |
Jerusalém, c. 765 - 695 a.C. |
5 - Profeta Daniel |
Jerusalém, c. 620 – Babilônia, 550 a.C. |
6 - Mahavira |
Pawapuri, c. 535 - Jamui (índia) 463 a.C. |
7 - Platão |
Atenas (Grécia), c.428 - 348 a.C. |
8 - Druida Allan Kardec |
Gálias, séc. I a.C. |
9 - João Evangelista |
Galileia, 10 d.C. - Éfeso, 2/4/110 |
10 - Santo Antão |
Interior do Egito, 12/1/251 - 17/1/356 |
11 - São Gastão |
Limoges, 453 - Arras, 6/2/540 (França) |
12 - Família Brissac |
Carcassone (França), séc. XI |
13 - Francisco de Assis |
Assis (Itália), 3/10/1182 - 3/10/1226 |
14 - Santa Brígida |
Uplândia (Suécia), 15/12/1303 – Roma (Itália), 23/7/1373 |
15 - João Huss |
Husinec (Chéquia) 1375 – Constança (Alemanha), 6/7/1415 |
16 - Francisco de Paula |
Paola (Itália) 31/3/1416 – Tours (França) 2/4/1507 |
17 - Padre Manuel de Paiva |
Coimbra (Portugal) 1521 - Vitória, Espírito Santo 21/12/1584 |
18 - René Descartes |
Touraine, França 31/3/1596 – Estocolmo, Suécia 11/2/1650 |
19 - Consuelo Hernandez |
Granada, Andaluzia – Barcelona, séc. XVIII |
20 - Hippolyte L. D. Rivail |
Lyon, 3/10/1804 - Paris (França) 31/3/1869 |
21 - Maria Efigênia |
Pedro Leopoldo, Brasil 1908 (6 meses de vida) |
22 - Francisco C. Xavier |
Pedro Leopoldo, 2/4/1910 - Uberaba, 30/6/2002 |
23 - Chico Xavier (espírito) |
(Guia da obra mediúnica de Emmanuel, séc. XXI) |
24 - Nova encarnação |
Jerusalém, Israel - séc. XXII |
Notar-se-á que do séc. XIV ao séc. XVI, houve 3 encarnações, quase consecutivas, uma vez que o espírito esteve na erraticidade pouco mais tempo do que o de uma gestação1. Chico esclarece2: O espaço decorrente entre uma encarnação e outra varia de espírito para espírito; alguns levam tempo para reencarnar, mas outros reencarnam em questão de poucos meses.
História da evolução deste Espírito da esfera Crística: Era uma vez o Filho Judeu do Pai-Abraão [Isaac] que após quase 40 séculos se irmanaria com o fiho Árabe de Abrãao (Ismael) no Brasil, nova pátria do Evangelho transplantado.
A sua alma animou 2 Rainhas-Faraós do Antigo Egito [Hatasu e Chams].
Seu espírito profetizou o Apocalipse por 3 vezes [Isaías, Daniel e João Evangelista].
Foi o “Discípulo Amado” do Mestre Jesus [João Evangelista] e antes fora o “discípulo amado” do mestre Sócrates [Platão].
Foi Eremita e Santo no deserto [Antão e Francisco de Paula].
Foi 6 vezes Santo, 3 vezes Francisco e 2 vezes João. O “Poverello” de Assis que adorava a Mãe- Natureza [Francisco de Assis] transformou-se em “Ganso” tcheco [João Huss]. E sua alma voou de regresso à Gália como “Druida”, o Codificador [Allan Kardec´s] até exemplificar o Consolador como “Homem chamado Amor!” [Chico Xavier].
Foi Patriarca, Rainha, Profeta, Filósofo, Druida, Apóstolo, Santo, Reformador, Educador, Médium, entre outras vivências quase anónimas na Terra...Não é uma questão de saber “quem é quem?” Mas sim gratidão e reconhecimento devido para com diversas missões de Amor e Renúncia de um Missionário que Cristo sabia que podia confiar dadas as provas anteriores.
O mesmo Espírito em diferentes etapas da evolução terrestre, trabalhando para soerguer bilhões de Espíritos ainda rebeldes que somos.
Afonso Chagas3 reflete: "A docilidade dele vem de longa data! Deus pediu a Abraão que sacrificasse Isaac e ele se rendeu docilmente, não sendo consumado o ato por intervenção divina. Até para o casamento dele com Rebeca, ele foi muito dócil. Daniel foi tão dócil que ficou junto a leões famintos e os apaziguou. Depois como João Evangelista era o discípulo amado e depois Francisco de Assis e assim em diante... Sempre muito dócil à vida e às definições do Senhor e Mestre."
Obra psicografada por Chico Xavier desmente versão sobre suas vidas femininas - Chico não foi Flávia Lentúlia, nem Joana (a Louca), nem Caroline Baudin.
1 Reencarnações de Emmanuel em ‘Há 2000 anos’ – ‘50 anos depois’ – ‘Ave, Cristo’ Publius Lentulus desencarnou na erupção do Vesúvio em 79 dC. e reencarnou como Nestório, sendo que foi pai de Ciro em 109 dC. (supondo que foi pai aos 20 anos poderá ter nascido em 89 dC.). Em 131 dC. Martírio de Ciro e Nestório no Coliseu. 180-181 d.C. Nascimento de Basílio (Nestório reencarnado). Há caso na Revista Espírita de Kardec, em que criança reencarnou pouco tempo depois. Pesquisadores como Ian Stevenson e Banergee comprovaram que crianças tinham muitas lembranças de vidas anteriores, porque tinham desencarnado 3-5 anos antes. Quanto mais um Espírito Superior, que terá a capacidade de se ligar em definitivo ao corpo físico quando lhe for útil...
2 Orações de Chico Xavier - Carlos Baccelli - LEEPP, 2003
3 Conselheiro da UEM e ex-colaborador do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Evangelho da FEB
A obra “Mensagens de Inês de Castro” psicografada por Chico Xavier, é do espírito de Inês de Castro e organizada por Caio Ramacciotti.1 Os comentários de Caio baseiam-se nas cartas que o próprio recebeu de Inês por intermédium de Chico.
No capítulo “O Chico que conheci” Caio recorda o que Chico lhe disse após receber a 1ª mensagem de Inês: - Caio, estas páginas lhe pertencem, como lhe pertencerão as futuras que Inês eventualmente escrever. Faça delas o uso que sua intuição no devido tempo sugerir. Muito interessante é o fato de constar em destaque, sempre no início de cada capítulo do texto recebido pelo Chico, o seguinte título: “Livro Mensagens de Inês de Castro.” No Esclarecimento de todas as edições Caio diz: “Por respeito a pessoas encarnadas e seus familiares, o conteúdo das mensagens não foi colocado integralmente.”
- Afonso IV, D. Pedro I e Inês de Castro retornaram à Terra, no continente europeu, ajustando as vivências do passado de que foi vítima a desafortunada jovem. Foram poucas as novas experiências que viveram no período de quinhentos anos, até o século XIX. Destacamos a presença de Inês e Pedro na Espanha, entre o último quartel do século XV e meados do século XVI. Ela, conhecida por Joana, a Louca, infeliz aposto que não corresponde à realidade... A considerada loucura, que a mantinha presa, isolada, nada mais era do que a manifestação de sua mediunidade, em que se destacava a vidência
...o período de meio século, em que Joana ficou detida, serviu de preparação para suas atividades mediúnicas à época de Kardec...Mais tarde, na França do século XIX, esteve Inês envolvida com as tarefas relativas à nascente Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, na roupagem física de Caroline Baudin...participava, com a irmã Julie, da constelação de médiuns que trabalhou com Kardec na elaboração de O Livro dos Espíritos.2
Canuto Abreu confirma essa afinidade de Kardec com Caroline: “Assim, se devo favores a mais de dez médiuns, que nomearei daqui a pouco, a essas três meninas - sobretudo à Caroline - fiquei devendo os maiores.”3
1 Caio é filho de Rolando Ramacciotti, cuja família manteve e sempre teve grande intimidade pessoal com Chico Xavier
2 Novas reencarnações – cap. 23 Mensagens de Inês de Castro - Inês de Castro – Caio Ramacciotti/Chico Xavier (GEEM, 2006 - 1ª à 31ª edição):
3 O Livro dos Espíritos e sua tradição histórica e lendária - Canuto Abreu (LFU, 1996)
Livro de Chico Xavier põe fim a suposições equivocadas do movimento espírita1 - Desvendada trajetória de um só espírito: Flávia Lentúlia, Inês de Castro, Joana (a Louca) e Caroline Baudin.
“...vem agora a lume, nesse momento de grave agitação, em que, entre outras artimanhas para desacreditar o Espiritismo, se pretende depreciar a pessoa de Chico Xavier...a divulgação provocativa de que Chico Xavier seria as personagens históricas nomeadas, mais não é do que lamentável exploração dos que querem amesquinhar-lhe a personalidade,...traz mensagens psicografadas por Chico Xavier…põe por terra suposições do Movimento Espírita de que o médium mineiro seria a reencarnação de Caroline Baudin...a própria Inês de Castro de cinco séculos antes.
Geraldo Lemos: [eu e Caio] “ambos compreendemos a premência da necessidade dessas revelações uma vez que outras publicações2 surgiram no Movimento Espírita contendo informações equivocadas acerca dos mesmos personagens. Era necessário restabelecer a verdade.
...Esclareço que se trata de uma saga de amor que venceu os séculos, cuja origem desconhecemos, mas, pela revelação inequívoca de Chico Xavier, poderemos acompanhá-la já desde os tempos da Babilônia, no reinado de Semíramis (século IX A.C), desdobrando-se na época do Cristo, no conhecido romance de Emmanuel Há 2000 Anos, na ligação dos personagens Plínio Severus e Flávia Lentúlia, filha de Públio Lentulus. A história atinge o ápice dramático no século XIV, aqui relatado pela união entre Dom Pedro I de Portugal e Algarves e Inês de Castro, como mais uma etapa reencarnatória do casal.
FE - Porque as pessoas confundem essas várias existências de Inês de Castro com as de Chico Xavier?
- São essas informações equivocadas a que me referi anteriormente. Atribuiu-se a Chico Xavier essas reencarnações, que de fato não lhe pertencem. As mensagens psicografadas por ele de autoria do espírito de Inês de Castro são uma prova contundente desta impossibilidade.
1 Entrevista de Geraldo Lemos Neto a Folha Espírita (outubro de 2006) - Mensagens de Inês de Castro - cap. 103 A Volta de Allan Kardec (7ª parte) - Weimar Muniz de Oliveira (FEEGO, 2008)
2 Referência ao livro ‘Chico, diálogos e recordações’ de Carlos Alberto Costa em 24/6/2006 pela UEM, que faz um inventário de vidas apenas femininas de Chico Xavier, incluindo Flávia Lentúlia; Joana, a louca e Caroline Baudin.
...Creio que o espírito do médium, com sua inequívoca elevação espiritual, esteve sempre ligado aos dois grupos das famílias espirituais lideradas por Célia/Alcíone e Neio Lúcio, de um lado, e Isabel de Aragão/Veneranda e Batuíra, por outro. Vale lembrar que Neio Lúcio foi personagem do livro ‘50 Anos Depois’, tendo reencarnado no Brasil como Artur Joviano, pai de Rômulo Joviano. Chico Xavier bem poderia ter sido o mentor e guia de todos eles, conhecendo-lhes, portanto, todas as particularidades de seus dramas evolutivos no curso dos vários séculos. Não é, portanto, sem razão que ele serviu de medianeiro para que suas histórias fossem conhecidas no mundo desde os romances de Emmanuel até o atualíssimo Mensagens de Inês de Castro.
...Chico Xavier, em sua humildade, não poderia revelar-se tal qual efetivamente é em sua personalidade espiritual no início de sua tarefa missionária na Pedro Leopoldo da primeira metade do século XX. Ele tinha de se apagar, se anular, para que a mensagem do Consolador pudesse dar os frutos almejados em terras brasileiras. Daí, talvez, a confusão de alguns confrades menos avisados sobre a identidade espiritual de Chico Xavier...
As psicografias na íntegra de Chico Xavier que deram origem à obra de “Mensagens de Inês de Castro” revelam que além de Caroline Baudin, Inês fora também Joana de Castela e Flávia (filha de Emmanuel), que eram vidas que o livro “Chico, diálogos e recordações” apontava para Chico. Apesar da obra psicografada por Chico ter sido publicada, o autor do livro (com base nas lembranças de Arnaldo Rocha) manteve a versão equivocada nas edições seguintes, contrária à obra do médium.
Geraldo Lemos Neto: "Essas revelações estão nos originais das ‘Mensagens de Inês de Castro’ que Caio Ramacciotti não publicou na íntegra, mas que na feitura das edições seguintes ele testemunhou nos capítulos próprios. Eu mesmo li os manuscritos originais!"
Geraldinho reflete: “Chico Xavier no início de seu labor mediúnico fez tudo para se apagar e pode ter falado que havia sido a reencarnação de outros personagens. Ele despistou muita gente para não ser reconhecido. E é isto que muitas pessoas não conseguem perceber. Chico me revelou que desde os 5 anos de idade se lembrava integralmente de todas as páginas do “Evangelho segundo o Espiritismo”. Isto numa conversa em que o foco era o livro “Kardec Prossegue” Ora, eu só posso concluir que ele sempre soube que era Kardec. Ou no mínimo sempre desconfiava que o seria, até ter certeza absoluta em algum momento de sua vida, mas sem revelá-lo publicamente.”
Baccelli complementa: “Chico Xavier, queiram ou não, era o nosso maior ponto de referência encarnado. No campo da mediunidade e no campo de sua própria espiritualidade. No campo da vivência da Doutrina, ele era o nosso líder espontâneo, natural. Chico nunca quis liderar nem ser chefe de nada. Quando diziam que ele era Kardec reencarnado, ele inventava todas as desculpas e mais algumas.
Ele se esquivava para não levar o assunto à diante: Não, quem sou eu. Eu fui Flávia, aquela menina doente. Ah, eu fui Joana, a louca. Eu fui fulano e beltrano.
Como realizar a tarefa que Chico Xavier cumpriu entre os homens, se ele fosse Joana e Flávia, sem nenhum conhecimento mais amplo, sem ser um espírito mais maduro... ‘Ah não, ele foi uma das irmãs Baudin. Não, ele foi Ruth Celine Japhet...’ Isso tudo é conversa! Chico foi a reencarnação de Kardec.”
Fernando Worm1 - Muitos estão convictos de que em “Há Dois Mil Anos”, você encarnou a personagem Flávia, filha dileta do respeitável senador Públio Lêntulus. A mesma convicção se volta para Célia, personagem de “50 Anos Depois”. De então para cá você tomou conhecimento, por via espiritual, das outras encarnações que vivenciou até a atual existência física?
Chico - A suposição de que tenha sido personagem nos romances de Emmanuel parte de companheiros amigos, não de mim. Sinto-me, realmente, uma criatura de evolução muito acanhada, ainda com muitos defeitos a corrigir, e, nos primeiros séculos do Cristianismo, sem dúvida que a minha condição deveria ser muito pior que a de agora.
Geraldinho2 revela: “Para nós Chico negou peremptoriamente todas as supostas reencarnações femininas atraibuídas a ele nos romances de Emmanuel. Eu convivi mais de 30 anos com Arnaldo Rocha, tive grande amizade por ele, mas a verdade seja dita. Chico Xavier rompeu sua amizade com Arnaldo Rocha desde 1958, justamente por essa fixação mental de Arnaldo Rocha em colocar Chico como personagens femininas de cada um daqueles livros.”
Baccelli questiona3: “Valendo-se de seu tempo de amizade com Chico, em Pedro Leopoldo, Arnaldo afirma que Chico sempre foi mulher... Só tem um problema: ele, Arnaldo, sempre teria sido o varão, ou seja, o esposo?! Estranho, não?!”
1 50 anos da mediunidade de Chico Xavier, Folha Espírita em Revista - Entrevista exclusiva com Fernando Worm, pág.72
3 Chico Xavier, E Foi Assim... - Carlos Baccelli, Francisco Cândido Xavier - LEEPP, 2019
Acreditamos que Chico tenha dito a amigos em Pedro Leopoldo na década de 30, que fora Flávia ou Joana. Numa estratégia de apagamento pessoal lógica e legítima. Em contextos diferentes, alguns companheiros questionaram1: ‘Mas você mente, Chico? Às vezes, minha filha! Como diz Emmanuel, é preciso adiar a verdade.’ “Muitas vezes, a verdade deve ser adiada...A mentira com nobre finalidade é apenas a verdade adiada...”
Duvidamos que Chico tenha comentado sobre todas as outras vidas, em que Arnaldo alegou que quase sempre foi seu marido, e que desde essa época reproduzia para o círculo do médium. Geraldo revelou uma das causas do corte de relações de Chico com Arnaldo, que Ranieri divulgou em seu livro cerca de 20 anos antes de Arnaldo ter ganho notoriedade pública com suas declarações sobre vidas passadas de Chico, após o desencarne do médium…
Tal como Kardec não revelou que foi Platão e João Huss, Chico não revelou que foi João Evangelista, Francisco de Assis e Kardec. Se Chico dissesse que fora esses 2 Santos, como reagiria a Igreja Católica? E se Chico dissesse que foi Kardec, como teria reagido o movimento espírita repleto de pseudosábios com seus preconceitos de vária ordem? (racial, sexual, social...)
Em língua inglesa2, o Chico recebeu diversas mensagens dirigidas ao Dr Rômulo Joviano, Diretor da Fazenda Modelo, de Pedro Leopoldo. Essas mensagens foram ditadas pelo espirito Prof. Alexander Seggie, desencarnado na França Enfim, se nos dispuséssemos a realizar um estudo mais pormenorizado da mediunidade poliglota de Chico Xavier, iríamos longe. Nós mesmos, no Grupo Espirita da Prece, em Uberaba, presenciamos páginas que foram por ele recebidas em inglês, italiano, hebraico, castelhano e, inclusive, Esperanto.
Depoimento de Fernanda Turcano, referendado por Corina Novelino e Francisco Galves3: “É de conhecimento geral que Chico recebeu mensagens em outras línguas, notadamente em inglês e italiano, mas falar árabe é algo inusitado. Chico estava hospedado na casa do Galves na década de 70. Após o café da manhã, desejando fazer uma visita, solicitou ao anfitrião que o levasse a um certo lugar, sem determiná-lo... pararam justamente em frente ao Hospital Sírio-Libanês. Entraram e dirigiram-se a um apartamento, onde havia um paciente em estado terminal, acompanhado da esposa, árabe, e por duas filhas. Todas choravam desesperadamente e acalmaram-se quando Chico transmitiu recados de espíritos que nunca estiveram no Brasil, expressando-se em árabe castiço, arcaico, por assim dizer, que somente a esposa entendeu. Chamaram-na mesmo pelo apelido de infância...os espíritos manifestantes pediram- lhes que se acalmassem porque o desespero que as levava às lágrimas atrapalhavam o desenlace do pai e esposo, pois na Vida Maior eles o esperavam em festa, ansiosos por abraçá-lo...”
1 Mentiras ou Verdades - Inesquecível Chico - Romeu Grini e Gerson Sestini - GEEM, 2008
2 100 Anos de Chico Xavier – Fenômeno Humano e Mediúnico - Carlos Baccelli – LEEPP, 2010
3 Depoimento de Fernanda Fernandes Turcano, cap. 22, Notáveis Casos de Chico Xavier - Oswaldo de Castro (GEEM, 2006)
O espírito Chico tem na sua bagagem linguística o hebraico e árabe, desde a época que foi Isaac, Isaías, Daniel, João Evangelista...
Chico foi padrinho de casamento de Zelinda Hypolito, que relata que ele conversou em alemão fluente com uma prima e tia dela1. Perguntámos a Zelinda: - Acha que Chico acessou uma língua que conhecia ou teria sido a comunicação de um espírito alemão? “- Sinto que foi a 1ª hipótese, que não era ninguém falando por ele. Eu não sei o que eles falaram, era uma língua de “aldeia”, um dialeto.”2
Descartes viajou diversas vezes à Alemanha. Kardec estudou na parte alemã da Suíça com Pestalozzi e foi tradutor do idioma germânico para o francês. Como João Huss também teve contato com a língua alemã.
Nuno Emanuel - Lisboa, 6/1/2023
1 Vivências de Zelinda Hypolito com Chico Xavier
2 Em outra ocasião, Chico falou em inglês com Zelinda
BONS PENSAMENTOS, BONS SENTIMENTOS, BOAS PALAVRAS, BOAS AÇÕES!
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