Game Over - Por Trás dos Jogos Eletrônicos
Luiz Sérgio através da psicografia de Adeilson Salles, nos mostra através de um texto simples, várias experiências vivenciadas pelos jovens e crianças em meio às facilidades que o mundo tecnológico lhes oferece.
Por outro lado, uma educação, muitas vezes omissa e permissiva, desencadeia diversos dramas familiares.
Os avanços tecnológicos, como internet e celulares que deveriam servir para diversão e educação do público infanto-juvenil, tornaram-se um poderoso instrumento nas disputas, incentivando ideias de suicídio, assédios sexuais, violência, uso de drogas e crimes.
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Nossa atualidade mostra pais cada vez mais ocupados com seus trabalhos profissionais e filhos mais sozinhos, sem a atenção e acompanhamento necessário.
Desta forma, jovens e crianças têm cada vez mais liberdade para a utilização da internet e celulares, num mundo virtual cada vez mais acessível.
Sem o devido acompanhamento dos pais, os jovens encontram, através de grupos, jogos violentos que incitam a rivalidade de uma forma preocupante.
Em paralelo a isso, espíritos obsessores agem na mesma sintonia de pensamentos e sentimentos das crianças e jovens, aproveitando-se de suas fragilidades emocionais.
Esta leitura serve para alertar pais, educadores e jovens, que a mente infanto-juvenil é um campo fértil, que necessita ser cuidado com responsabilidade e amor.
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Os efeitos nocivos dos jogos de Internet para crianças e adolescentes.
Brincadeiras perigosas transmitidas em vídeo são a nova moda da internet.
O caso do menino Gustavo Detter (Clique Aqui!), de 13 anos, morto depois de participar do “jogo da asfixia” ou “choking game”, chamou a atenção de muitos pais e educadores, e a prática tem causado resultados fatais em vários países do mundo.
O jogo consiste no desafio de provocar a asfixia até desmaiar, para experimentar sensações “fortes”.
É importante salientar que entre adolescentes, uma forte ligação com os pais protege contra uma saúde psicológica deficiente e participação em comportamentos de risco para a saúde.
Uma forte ligação com colegas também é associada com melhor saúde psicológica e competência social, mas, em contraste, é associada com maior participação em comportamentos de risco.
A partir desses fatos podemos sugerir vários fatores que prejudicam a criança e o adolescente que utiliza de forma abusiva o seu lazer através dos jogos na Internet.
- Primeiro, podemos falar em isolamento e outros problemas sociais, um extenso estudo sobre meios eletrônicos e a família da “Kaiser Family Foundation” mostra um resultado interessantíssimo: 55% dos pais deixam os filhos pequenos, de 6 meses a 6 anos de idade, com seus próprios aparelhos de TV,videogames, computadores e internet, em geral no quarto das crianças, para que os primeiros possam ver em paz seus programas preferidos na TV.
Isso significa um isolamento entre pais e filhos.
Aliás, 33% das crianças daquelas idades têm TV no quarto, sendo 19% com 1 ano ou menos, 29% com 2 e 3 anos, e 43% com 4 a 6 anos, o que dá 91% das crianças com 6 anos ou menos 25% usam apenas para ver vídeos ou jogar videogames, isto é, 66% usam o aparelho de TV para verem programas.
Aliás, 19% dos pais usam a TV para os filhos irem para a cama. Imagine-se um quarto infantil com uma criança indo para a cama com a TV ligada.
Ela estará prestando atenção na tela, e não nos pais que a estão preparando para deitar, isto é, deixa de haver o contato entre pais e seus filhos, tão importante justo antes desses adormecerem. - Segundo, o prejuízo para a criatividade, sabe-se que os jogos eletrônicos, por apresentarem sempre imagens prontas, em geral sucedendo-se em rapidez vertiginosa, impedem a criação de imagens mentais próprias, prejudicando, com o tempo, a capacidade de criá-las interiormente.
Isso é particularmente trágico com crianças, que devem passar pela fase de viver na fantasia. Uma criança que perdeu a capacidade de fantasiar não se comporta mais como criança sadia, provavelmente, será um jovem ou adulto com problemas psicológicos, de aprendizagem e sociais.
Típico desse tipo de criança é a incapacidade de inventar constantemente novas brincadeiras, o que deveria ser absolutamente normal. - O terceiro fator é sobre o vício ou dependência.
Não é difícil compreender por que ovideogame ou o acesso ilimitado à internet Muitos adolescentes e crianças que fazem uso desses jogos entram num estado de excitação, devido ao desafio de ganhar e se identificam com os personagens que produzem sensações fantasiosas de euforia.
Esse estado de excitação produz uma sensação interior especial, que comumente é denominada de “alta adrenalina”, e é essa sensação que vicia.
Já houve muitas notícias de jovens que ficaram jogando horas e até dias sem parar, chegando até mesmo a morrer de exaustão.
Por isso a Associação Médica Americana propôs a introdução de uma nova doença mental no rol das doenças classificadas, o vício em jogar videogames.
Muitas pessoas pensam que isso só atinge os jovens e pessoas que já tinham predisposição para se viciarem, como por exemplo, em jogos de azar.
De fato a extensão do problema mostra que os videogames e a internet podem viciar qualquer um. - O quarto fator é a não aceitação a regras e normas.
Uma criança ou adolescente usando a internet sem controle por parte de pais ou responsáveis pode fazer acesso a todo tipo de dado, o que caracteriza uma educação sem limites, nas idades entre 8 e 11 anos, há muito pouca compreensão para os perigos de estar em rede, considerando tudo muito efêmero.
No caso entre 12 e 14 anos, compreensão ainda muito limitada, e muita imaturidade a respeito. Entre 15 e 18 anos, uma compreensão verdadeira limitada, ainda com imaturidade e tendência de ‘esquecer’ os perigos impulsivamente.
Eles simplesmente não tem a maturidade e o conhecimento necessário para terem discernimento; além disso, não tem o autocontrole necessário para evitarem coisas atraentes mas impróprias para sua cultura e maturidade – por isso precisam ser orientados continuamente por pais e professores!
Aliás, crianças e adolescentes sabem, pelo menos inconscientemente, que precisam ser guiados, e no fundo ficam felizes quando sentem o apoio de pais e professores.
Ao contrário, têm uma frustração muito grande quando são deixados com excesso de liberdade, isto é, a permissividade prejudica e os faz sentirem-se abandonados, e isso também é negligência.
Muito pais não estão controlando o uso que fazem da internet nem deles e nem dos filhos, já que com os smartphones e tablets tornaram-se acessíveis a qualquer hora e lugar, mesmo em situações em que é exigida extrema atenção, com perigo de vida.
E se os pais não estão controlando nem mesmo em casos extremos como os relatados, obviamente isso trará consequências sérias para as crianças e adolescentes, pois eles estão em pleno desenvolvimento.
É muito possível que esse desenvolvimento seja prejudicado para toda a vida, isto é, estamos formando uma geração de pessoas sem força de vontade e autodisciplina, incapazes de serem suficientemente maduros e bem resolvidos.
A medida preventiva mais imediata é monitorar o que os filhos fazem na web e em seus momentos diários, até para conhecer melhor o que pensam, como se expressam, com quem se relacionam, a quais práticas aderem.
E esse monitoramento pode ser feito de forma atenciosa, carinhosa e respeitosa.
Abrindo espaço também para uma melhora na relação familiar e consequentemente na saúde e vida dos nossos ainda Humaninhos.
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