BEM AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
É PERMITIDO REPREENDER OS OUTROS?
Doutrina Espírita

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O Evangelho Segundo o Espiritismo | Bem-aventurados os Misericordiosos | Capitulo X | 02/03/2009
É PERMITIDO REPREENDER OS OUTROS?
Este capítulo não estaria completo sem essas perguntas e respostas, visto que o homem em geral, estando mais próximo da animalidade do que da angelitude, como disse Emmanuel, não pode deixar de ver o mal, para que, observando e analisando as conseqüências, sinta a vontade de eliminá-lo, de si próprio e de toda a humanidade.
No item 13 deste capítulo, Allan Kardec escrevendo sobre a frase de Jesus “Não julgueis para não serdes julgados”, disse que essa não deve ser tomada no seu sentido absoluto, visto que “a letra mata e o espírito vivifica”.
Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois, ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez em termos enérgicos.
Mas quis dizer que “a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia”, e que “A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo”.
Ao Espírito São Luís, Kardec fez três perguntas.
1ª - Ninguém sendo perfeito, não se segue que ninguém tem o direito de repreender o próximo?
“Certamente que não, pois cada um de vós deve trabalhar para o progresso de todos e, sobretudo, dos que estão sob a vossa tutela”.
Por tudo que vimos nesses estudos, parece-me bem claro que o mal tem de ser visto, comentado, combatido, a fim de ser eliminado da mente e dos corações humanos, bem como da Terra.
O que Jesus demonstra, com suas palavras e em todo o seu viver neste mundo, é que antes de tentar corrigir os erros dos outros, deve o homem corrigir, ou pelo menos, esforçar-se por corrigir os seus.
Quem assim o faz, pode tentar esclarecer seus irmãos, com a intenção de auxiliá-los no seu desenvolvimento espiritual, com discrição, sem alarde, sem gerar escândalos, sem imposições, de forma a mostrar-lhe sua verdadeira intenção de ajudar.
Em assim fazendo, o outro não vai ter motivo para sentir-se humilhado, principalmente, porque percebe a boa intenção de seu crítico, que demonstra ser seu amigo.
Jesus combate, sim, esse hábito desastroso de querer denegrir o outro, da exigência em relação ao comportamento alheio, querendo quem assim o faz, mostrar-se melhor do que é, sem falhas, superior aos demais, o que demonstra a maldade, o orgulho que existem ainda nos homens.
Esclarece Jesus, que mesmo quando percebemos no outro uma falha, da qual ele pode libertar-se com nossa ajuda, devemos também incluirmo-nos na censura e no esforço de corrigi-la em nós.
Desse modo, estaremos melhorando a nós e aos que nos rodeiam, contribuindo para o progresso geral.
2ª - Será repreensível observar as imperfeições dos outros quando disso não possa resultar nenhum benefício para eles, e mesmo que não as divulguemos?
São Luís responde que depende da intenção.
Se essa observação das falhas alheias for o aprendizado pessoal, para evitá-las em si, corrigindo-as se as tiver, só pode ser benéfica essa atitude.
Aprende-se muito nas análises dos próprios erros, das suas consequências, tanto quanto fazendo o mesmo com os alheios.
Jesus ensinou-nos a combater o mal fazendo o bem.
Para isso, é preciso ver o mal onde ele existir, em nós e ao redor de nós.
Não se pode combater o que não se vê ou não se percebe.
“O erro está em fazer essa observação em prejuízo do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião pública.
Seria ainda repreensível fazê-la com um sentimento de malevolência e de satisfação por encontrar os outros em falta.”
3ª - Há casos em que seja útil descobrir o mal alheio?
A caridade bem compreendida deve sempre falar mais alto, na análise das consequências desse mal.
Se as imperfeições de uma pessoa trouxerem prejuízos somente a ela, não existe nenhum motivo para divulgá-las.
Pode-se tentar conversar com ela, sem imposição, com raciocínios claros, inspirados pelo amor, pela amizade, se ela o permitir.
Mas comentar com outros, divulgar a quem quer que seja, é agir contra a caridade.
O seu próprio viver vai lhe mostrando essas imperfeições e dando-lhe oportunidades de corrigir-se, quando ela quiser.
Todavia, quando esse mal pode trazer prejuízos a outras pessoas, o interesse do maior número de prejudicados deve sobrepor-se ao interesse de um.
Torna-se, então um dever a sua divulgação.
“Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois, é melhor que um homem caia, do que muitos serem enganados e se tornarem suas vítimas. Em semelhante caso, é necessário balancear as vantagens e os inconvenientes”.
Essas perguntas e suas respostas mostram a importância do raciocínio e do conhecimento das leis morais para poder escolher as melhores soluções para as diversas situações.
Para saber optar por essa ou aquela conduta, com acerto, sem provocar novos problemas, muitas vezes mais sérios, o conhecimento da moral divina, trazida por Jesus é, a meu ver, condição sine qua nom para fazer-se a escolha mais correta, a que possa resolver, sem causar danos maiores a ninguém.
Sempre em dúvida, apelar para a caridade bem compreendida, pesando as vantagens e os inconvenientes para os envolvidos.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Março / 2009
Bibliografia:
KARDEC, Allan -“O Evangelho Segundo o Espiritismo”
No Espiritismo, a questão de repreender os outros deve ser vista com muito cuidado.
Repreender não é proibido, mas a forma e a intenção fazem toda a diferença.
- Se for com raiva, orgulho ou desejo de humilhar, isso se torna falta de caridade.
- Se for com amor, mansidão e desejo sincero de ajudar, pode ser um ato de fraternidade.
Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo X (“Bem-aventurados os misericordiosos”), ensina que é permitido advertir o próximo, desde que o façamos com brandura, sem arrogância, sem se colocar como juiz infalível, lembrando sempre que todos somos imperfeitos.
Exemplos práticos:
- Um pai que corrige o filho com paciência está educando.
- Um amigo que alerta o outro para um vício perigoso, com respeito, está sendo caridoso.
- Mas se a repreensão for usada para atacar, envergonhar ou diminuir, já se torna uma falta.
Resumo:
No Espiritismo, é permitido repreender, mas somente:
- Com amor;
- Com humildade, reconhecendo que também erramos;
- Com a intenção sincera de ajudar o outro a melhorar, não de impor a própria vontade.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo X
“Bem-aventurados os Misericordiosos”
“Não julgueis, a fim de que não sejais julgados; porquanto, conforme houverdes julgado, assim sereis julgados também.” (Mateus, 7:1-2)
Kardec explica que não devemos nos colocar como juízes severos, mas é permitido observar as faltas alheias se for com a intenção de auxiliar, não de condenar.
Capítulo X, item 19 – Instruções dos Espíritos
“O argueiro e a trave no olho”
“Quando reprovais em vosso irmão uma falta, como sabeis que não teríeis feito o mesmo, se estivésseis em seu lugar? Aquele que critica se torna culpado das mesmas faltas, se não procura corrigir-se.”
Ou seja: podemos advertir, mas primeiro precisamos vigiar a nós mesmos, para não cairmos na hipocrisia.
Capítulo X, item 20 – Espírito José, mártir (Bordéus, 1863)
“É permitido repreender um semelhante, e mesmo é um dever fazê-lo; mas como o Evangelho prescreve, com brandura e sem ódio, e não com altivez.”
Aqui fica claro: repreender é permitido e até um dever, mas só se feito com humildade e amor, nunca com arrogância ou cólera.
Capítulo XV – “Fora da Caridade não há Salvação”
“A caridade consiste também na indulgência para com as faltas dos outros; não em as observar friamente, mas em procurar desculpá-las.”
Isso quer dizer que ao corrigir, devemos sempre buscar a indulgência, procurando mais ajudar do que acusar.
Conclusão segundo o Espiritismo:
- É permitido e até um dever repreender, mas:
- Sempre com caridade;
- Nunca com orgulho ou humilhação;
- Com a intenção de ajudar o outro a progredir;
- Primeiro vigiando nossas próprias falhas.
Guia Espírita para Repreender com Amor
1. Examine a si mesmo antes
- Pergunte-se: “Eu também não erro? Eu aceitaria ouvir isso da forma como vou falar?”
- Se a resposta for não, é sinal de que falta humildade.
2. Escolha o momento certo
- Nunca repreender no calor da raiva.
- Aguarde um momento de calma, quando o outro esteja mais receptivo.
3. Use palavras brandas
- O tom de voz importa mais que o conteúdo.
- Uma palavra dura pode fechar o coração, enquanto uma palavra doce abre caminho para a reflexão.
4. Mostre amor, não superioridade
- Corrigir não é colocar-se acima, mas caminhar junto.
- Substitua frases acusatórias (“Você sempre erra”) por frases empáticas (“Eu também já passei por isso, e sei como é difícil”).
5. Indique o erro, mas ofereça apoio
- Não basta apontar a falha: ajude a pessoa a encontrar soluções.
- O verdadeiro amigo não apenas alerta, mas estende a mão.
6. Seja breve e claro
- Repreensão longa vira sermão, e o outro se fecha.
- Uma correção simples e direta, com amor, é mais eficaz.
7. Ore pelo outro
- Depois da conversa, faça uma prece em silêncio pelo bem dele.
- Muitas vezes, a prece ajuda mais que mil palavras.
Regra de ouro espírita:
“Repreender é permitido, mas somente quando a caridade inspira, a humildade conduz e o amor sustenta.”
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