Reconstrução - Apostila 8

Reconstrução - Apostila 8

 

  

Falando de ideoplastia na apostila 07, dissemos que o fenômeno ideoplástico não é um acontecimento produzido por um só indivíduo, mas sim, o produto de muitas mentes que, mesmo sem o saberem, se agrupam em torno de uma ideação.   Perceber esse fato nos deu a conclusão de que, por isso, o carma de um indivíduo se aglomera a um carma coletivo, dentro da mesma motivação geradora.  

Também por isso vemos  que  quando  um acontecimento infausto acomete uma pessoa, várias outras, principalmente as de seu círculo de relação, também são atingidas.

Falamos de acontecimento infausto porque são os que mais chamam a atenção, entretanto, é de igual forma quando se trata das alegrias.   Desta maneira, esgotar o tal carma, depende de todos os integrantes daquele grupo ligado àquele caso.  Este é um dos efeitos do poder da mente.

Prosseguindo, vejamos dessa conseqüência.

IDEOPLASTIA II

 

 

Tomemos o exemplo da hipnose que a figura 08A representa.  No primeiro quadro o magnetizador apoderando-se da mente da outra pessoa providencia por deixá-la vazia.   Sugestiona que ela nada vê.   Esse procedimento é para que a mente fique desocupada e em condições de receber as sugestões que virão a seguir.

No segundo quadro o magnetizador, criando  a imagem mental de uma casa, ideoplastia, induz no hipnotizado a sua ideação que, aparentemente é só uma sugestão verbal.   No entanto, a projeção de sua mente invade e ocupa o espaço na mente vazia do hipnotizado.  Nesse momento, a pessoa magnetizada passa a ver, como real, tudo aquilo que a mente do magnetizador determina.

O que acima está exemplificado serve de alerta quanto aos perigos das associações mentais que podem se formar sem que o indivíduo possa percebê-la.

Os excessivos entusiasmos coletivos, como nos estádios de futebol, espetáculos de música heavy metal, para só falar destes, têm essa expressão e, quase sempre, acabam em tragédias, onde ocorrem atos de violência, consumo de drogas alucinógenas e abusos sexuais.

É desta forma, digamos, inconsciente, que em maior ou menor intensidade os seres vivem se hipnotizando.

A figura 08B mostra que a todo instante a mente está ati-va, como todos sabem.  Em al-guma coisa pen-sando.  Ideo-plastizando ima-gens.  Até mesmo numa conversa entre amigos, onde um procura convencer o outro a respeito de algum assunto, ali está ocorrendo o fenômeno da ideoplastia.

O mentalmente mais ativo sobrepõe sua força mental sobre o outro, como em estado de hipnose, que acaba concordando.

 

 

Vamos a um exemplo que com todos, sem dúvida, já deve ter acontecido.  – Figura 08C – Quadro 1 -   Quando nos encontramos sob uma rajada de preocupações não conseguimos pensar equilibradamente.   Se formos sensatos pediremos tempo para, longe da fonte que causa a preocupação, meditar no caso.

Quadro 2 – Pondo-nos à distância vamos sentir que nosso pensamento agora flui mais sereno e agradável, e não aos trambolhões como antes.   Até já dá para enxergar detalhes que antes não víamos.   É que  distanciados da fonte tormentosa dissipam-se as pressões magnéticas maléficas, permitindo que pensemos por nós mesmos.

Há um ditado popular que diz:  “Não há problema por mais difícil que seja que um bom travesseiro não possa resolver”.   Isto é, pensar calmo, recolhido e distante do foco provocador é o melhor remédio para todos os males.

Transportando essas observações para o âmbito do campo assistencial espiritualista, e principalmente no que se refere ao auxílio dedicado aos decaídos, vejamos no que a ideoplastia pode ser útil ou prejudicial.   Antes, porém, reproduziremos trecho do final do livro O Poder do Pensamento, de autoria de Annie Besant, editado pela Editora Pensamento, onde ela diz à página 91:

“Não podemos impedir que os pensamentos de outros toquem nossas mentes; só podemos selecionar quais devemos receber e quais repelir.  Temos que afetar e ser afetados; mas podemos afetar outros em seu benefício ou em seu prejuízo, podemos ser afetados pelo bem ou pelo mal.  Nisto consiste a nossa seleção, de importância transcendental para nós e para o mundo.  Escolhei bem, pois vossa escolha é breve e, contudo, perdurável.”

 

 

As figuras 08B e 08C, acima, também reproduzem, ilustrativamente, as palavras dessa magnífica pesquisadora que foi Annie Besant.   Seu texto acima recomenda a uma escolha certa, pois o tempo de fazê-la é sempre reduzido.   Todavia, depois da escolha a conseqüência poderá perdurar por longo período.   Na figura 04D, apostila 04, a da bomba, ficou explícito esse acontecimento.  Escolha equivocada, resultado danoso.

Atentos à recomendação acima vejamos, então, o que de útil e o que de prejudicial se pode encontrar no fenômeno da ideoplastia.

ÚTIL – Associando-se a mentes benfeitoras o praticante aprenderá a gerar apenas idéias generosas.   Como se comenta no estudo da prática da meditação, apostilas 52 e 53, série Mediunidade, estará o praticante intensificando a consistência das formas mentais geradas naqueles momentos.

O resultado virá na forma de benefício para si e para outrem, aos quais dedicou aquele pensamento.   E a intensidade constante em torno daquela forma mental tornará passível de a mesma vir a se realizar ao nível que se deseja amparar.   Seja amparo ao nível da vida física ou da vida espiritual.   Não esqueçam a flexibilidade do Carma.   Você pode dar um empurrãozinho para melhor.

A figura 08D dá um exemplo do que chamamos de amparo.   Utilizando-se da ideoplastia, em associação mental com benfeitores espirituais, mentaliza-se o necessitado.

Quadro 1 – Inicialmente vamos “vê-lo” em seu estado de angústia.

Quadro 2 – A seguir, mudando o quadro mental, emite-se a força de encorajamento para que ele em busca da solução.  Dissemos “para que ele vá”, pois é ele quem terá que ir, e não você.

Essa emissão mental fortalecerá a mudança de atitudes daquele derrotista visto no quadro 1 para o vitorioso do quadro 2.

Cada alma tem de ser despertada para que ela mesma construa sua vida.   O carma, dissemos, é construção individual, embora que dentro de um universo coletivo.   O auxílio assistencial dá o empurrão, entretanto, aproveita-lo depende do esforço de cada um.

Todavia, como se comentou no capítulo Mentalização, na série Mediunidade, apostila 51, essa ideação deve ser feita de tal maneira que as formas mentais fiquem bem vívidas.

Lembre-se que no ato da ideoplastia não existe só abstração.   Sua mente estará juntando matéria dos planos espirituais e com elas moldando formas e enviando-as de encontro à pessoa que será beneficiada.  (Reveja figura 05C apostila 05) - Ideoplastia não é o ato de fazer orações de pedidos.   É o ato de criar nos planos Astral, ou Mental, a forma daquilo que se deseja ver realizado.

PREJUDICIAL – Associando-se por descuido, ou intencionalmente, às mentes maldosas, o resultado será sempre a criação de formas mentais que contaminarão, prejudicialmente, a todos que nelas se envolverem.   Quanto a essa modalidade de associação nos dispensamos de maiores descrições no momento, pois este estudo, em seu objetivo e continuidade, demonstrará tais conseqüências, geralmente obsessivas.

Adicionalmente, e a título de esclarecimento, podemos informar que formas mentais oriundas de pensamentos fortes e repetidos em torno do mesmo

assunto, como veremos na próxima apostila, podem ser encontradas nos planos espirituais.   São estas formas tão duradouras e reais que chegam a enganar uma pessoa não acostumada com o fenômeno da ideoplastia.

A idéia fixa, como um escultor, diariamente vai moldando, pedacinho por pedacinho, a sua obra.   A cada dia injeta um pouco de matéria mental.   Sempre idealizando a complementação da mesma forma, esta vai se tornando “sólida” e duradoura. 

Mas não esqueçamos do que  ao  final  da apostila 07 falamos.   Isto é, a criação pertence ao criador.  Criando idéias nobres teremos a felicidade como pertence.   Criando idéias espúrias nosso pertence será a amargura.

- - - o 0 o - - -

Na próxima apostila veremos os princípios e as conseqüências do chamado processo das idéias fixas.   O Monoideísmo.  Também um episódio relevante nessa constante do Pensamento, Desejo e Vontade.

______________________________________________________________________________

Bibliografia

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Os Mensageiros – página 157 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – página 124 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Evolução em Dois Mundos – cap. I – pág. 23, 100 e 101 - Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Mecanismos da Mediunidade – capítulo 19 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Entre a Terra e o Céu – página 79 – Federação Espírita Brasileira

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Libertação – páginas 84, 86, 89 e 115 – Federação Espírita Brasileira

Áureo; Hernani T. Sant’Anna – Universo e Vida – páginas 79, 80 e 110 – Federação Espírita Brasileira

Annie Besant – O Poder do Pensamento – Editora Pensamento

Bob Toben e Fred Allan Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Cultrix

Edith Fiore – Possessão Espiritual – Editora Pensamento

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier – Emmanuel – página 155 - Federação Espírita Brasileira

Theo Locher e Maggy Harsch – Transcomunicação – página 110 – Editora Pensamento

Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 118 – 188 – 403 – Edição do Autor

 

Apostila escrita por

LUIZ ANTONIO BRASIL

Junho de 1997

Revisão em Junho de 2008

Distribuição gratuita citando a fonte

 

Menu Principal