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    Reconstrução - Apostila 10

    Reconstrução - Apostila 10

     

      

    As nove apostilas anteriores esclareceram os pontos que regulamentam a vida das criaturas na Terra, como também os recursos de que todas estão providas para estruturar suas vidas.   Recapitulando, podemos visualizar esses recursos no quadro abaixo.

     

    O ponto de partida é a reencarnação.  Uma vez ingressado no cenário da vida terrestre dois são os “Pontos Diretor”: 

    1 – o que se traz de histórico vivencial das muitas encarnações precedentes, e os efeitos que advirão do mesmo; 

    2 – responsabilidades a serem cumpridas.

     

    Para impulsionar as incontáveis resoluções de cada período da vida, três são os instrumentos:  Pensamento, Desejo e Vontade.

    Estes três instrumentos formalizam o que se chama Ideoplastia que é a Força Centralizadora de todos os atos, a partir da qual se entra no exercício do Livre Arbítrio.

    Por livre arbítrio podemos entender como sendo a tomada de decisão para com as circunstâncias da vida, das quais resultam compromissos intransferíveis.

    Assim sendo, a partir da coluna “Resultantes – Livre Arbítrio” formam-se duas vertentes que definem a vida de todos os indivíduos. 

    1 - Os que, ascensionalmente, vão expandindo suas consciências, e as sutilizando seguem rumo a uma vida harmoniosa, passando a integrar as Fraternidades que regem os mundos; 

    2 – Aqueles outros que, prisioneiros de uma só ideação inferior vão se fechando em seus mundos interiores e se arrojando aos planos obscuros onde a consciência só se refará ao peso das dores.

    Como ambas as vertentes resultam do uso do livre arbítrio, isso significa dizer que são conseqüências criadas pelo pensar de cada um.

    Com o exposto acima mostramos a raiz de todas as felicidades ou de todos os infortúnios: o Pensamento.   Embora sobre ele já tenhamos falado tanto, convém, uma vez mais, referir sobre sua associação com outras inteligências.

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    Ao falarmos do pensamento nas apostilas 3 e 4, e da ideoplastia nas apostilas 7 e 8, deixamos bem caracterizado o potencial desse poderoso instrumento construtor dos ideais.  Entretanto, forçoso é repetir que o ideal, em si, poderá ser construtivo ou destrutivo.  Essa classificação final fica por conta do caráter de quem o pensou.

    Mas não fica por aí essa dependência, pois o Ser não vive isolado em um universo individual.   Mesmo que esteja só, posicionado sobre o cume do Himalaia, ainda assim, ou em qualquer outra situação, não estará num universo individual.

    Sobre isso comentamos na apostila 8, figura 08B, quando tratamos de Influências Mútuas.

    Quanto a esse quesito, não devemos alimentar ilusões, pois as influências estão soltas pelo ar, e a razão é simples, e a esquematizamos na figura 10B.

     

    Considerando apenas o índice populacional, incontáveis criaturas se acotovelam, lado a lado, habitando os planos Físico, Astral e Mental.   Todas, simultaneamente, pensando, emitindo seus desejos e os realizando de conformidade com a força de suas vontades.

    Todas, portanto, são emissoras de pensamento, ao mesmo tempo que, também, são receptoras dessas ondas mentais.

    A circunstância acima descrita evidencia o oceano de ondas mentais no qual todos estamos mergulhados.   E como agravante dessa miscelânea influenciativa, cumpre lembrar que ao nível da atual evolução psíquica do Ser todos, sem exceção, são médiuns.  Incluem-se, também como médiuns, os classificados como psicopatas e aqueles outros listados nas idiopatias.

    Por essa condição inevitável de médiuns, significa que todos, sem exceção, repetimos, estão, até sem o perceber, transmitindo para o mundo Físico idéias e pensamentos que não são seus.   Simplesmente materializando na Terra vontades de outras inteligências das quais não se dá conta.

    Porém, não fiquemos alarmados.   Essa circunstância não tem nada de excepcionalidade.   É apenas um dos estágios pelos quais a criatura encarnada vai passando.  (Ver a série A Criatura).  Estágio necessário, pois, no futuro, não só esse intercâmbio mental será mais nítido como será comum a todos verem o plano espiritual mais adjacente.   Não só captar pensamentos, mas também ver.

    Desta forma, queiramos ou não, percebamos ou não, vivemos em constante estado de simbiose mental com outras consciências que se comprazem no ideal que também nos atrai.

    E para relembrar o citado na apostila 08 reproduzimos aqui trecho do final do livro O Poder do Pensamento, de autoria de Annie Besant, editado pela Editora Pensamento, onde ela diz à página 91:

    “Não podemos impedir que os pensamentos de outros toquem nossas mentes; só podemos selecionar quais devemos receber e quais repelir.(...)”

     

    Mas um acontecimento desse porte não se restringe ao elemento humano, embora neste se faça mais sensível.   Tudo porque o mecanismo do pensamento, do desejo e da vontade, leva as criaturas de encontro aos seus assemelhados, pois o princípio de magnetismo que rege o universo faz com que os semelhantes se atraiam.   Possuindo os mesmos pensamentos e desejos, então, inevitavelmente se atrairão.   É o princípio da sincronicidade.

    Daí a formação de grupos, sejam eles religiosos, filosóficos, políticos, esportivos, conforme a simpatia que os une.  Quando, em um desses grupos, ocorre alguma discrepância comportamental, é porque um, ou alguns, dos elementos que os compõem não se inserem com igual intensidade de pensamentos e desejos quanto aos demais.

    Este, ou estes, por conseqüência natural, serão eliminados do grupo.   E não adiante lutar contra essa eliminação, pois as forças que as inspiram vêm de muitas “usinas’ pensantes, fortalecidas pela simpatia que as une.

    O bom senso recomenda aos discrepantes que amigável, e discretamente, saiam por vontade própria.   Agindo assim não despertarão, contra si, forças revoltosas e cravejadas de ódios, às vezes.

    Dizíamos, porém, que um acontecimento deste não ocorre só ao elemento humano.   Essas atrações acontecem desde os reinos mais primitivos indo até aos mais elevados.

    Na figura 10C representamos exemplos dessa atração.  

     

     

     

    Os vegetais se sentem melhor, e suas frutificações são mais abundantes onde existam várias unidades de mesma espécie;  os animais formam manadas em decorrência da raça;  o homem não é diferente.   Embora sendo um ser individualizado não se sente bem vivendo isolado.   Busca os seus assemelhados.   Isto é, aqueles que além de iguais na posição social o são, também, iguais na maneira de compreender e viver a vida.

    Dessa determinante ninguém, ou coisa alguma, escapa.  Vejamos:  os satélites se imantam aos planetas;  estes, à estrela maior do sistema.  Em nosso caso o Sol.  E ela arrasta seus afiliados, magnetizados, para conglomerados maiores de estrelas que, por sua vez, juntamente a outros formam a galáxia.   A galáxia não é o todo.   É apenas mais uma ilha estelar no imensurável oceano cósmico, imantada a outras ilhas formando o todo Universal.  O indescritível todo Universal.

    Assim, também, são os seres chamados de humanos.   Por suas mentes, e compelidos por seus desejos, imantam-se aos seus assemelhados.

    Mas como esta série de apostila se refere à recuperação espiritual do indivíduo, vejamos como os fatores de derrota, propulsionados pelo magnetismo que faz os iguais se aproximarem, levam as criaturas aos processos obsessivos. 

    Como dissemos acima, o que aproxima as criaturas umas das outras são as associações idealísticas que, repetindo, podem ser esportivas, religiosas, políticas ou comerciais.   Todavia, quando uma associação visa ideais inferiores, à margem das leis humanas ou das leis cósmicas, essa associação toma o nome de simbiose obsessiva.   E o processo que leva à instalação de uma tal associação chama-se idéia fixa, que foi analisado na apostila 09, tema Monoideísmo.

    A figura 10D descreve o início dessa ocorrência onde uma pessoa idealiza atacar, traiçoeiramente, uma outra.

     

     

    Da apostila 03 temos que o pensamento se torna imagem no plano Astral.   Carregada por uma forte intensidade de algum desejo espúrio, a imagem-pensamento fica gravitando, magnetizada ao corpo Astral do encarnado que a idealizou.   Como um satélite em órbita.   Essa imagem, como já referido na apostila 05, atrai habitantes do plano Astral que se comprazem com o mesmo tipo de atitude.

    Nesta figura 10E vemos que a imagem-pensamento atraiu dois habitantes do Astral que, simpatizando com a idéia, reforçam-na com seus fluidos, também, espúrios.

     

     

    Mas essa atração  não  se forma só entre o elemento encarnado e os do Astral.   Acontece de atrair também outros encarnados.   É a telepatia inconsciente.

    Juntadas todas essas mentes em torno do mesmo ideal, este se tornará, daí em diante, difícil de arrefecer.   Quase, com toda a certeza, ele virá a acontecer.   Mesmo que a pessoa que deu início à forma mental esmoreça, arrependida, todavia o reforço de impulsão que a idéia recebeu das outras mentes a torna tão forte que, mesmo arrependida e quase a desistir, ela não consegue evitar de concretiza-la.

    Exemplos de situações como estas vamos encontrar nos suicidas e nos homicidas.   Por muito tempo antes de realizar o ato ficam remoendo seus planos nefastos até que, não conseguindo controlar os impulsos, perpetram a infelicidade.

    Como a figura 10F – próxima folha - demonstra, a pessoa assim envolvida se torna escrava de vontades maiores que agora agem diretamente sobre seu sistema nervoso.

     

     

    É como o estar fechada numa gaiola.  Voltar à liberdade de decisões próprias custará caro.  Interferências mais crescentes dominarão o pensar de uma tal pessoa e, inevitavelmente, ela cometerá o desatino da agressão.   E imaginar que essa desgraça começou de um pensamento aparentemente simples.  

    A título de informação podemos observar que os mais graves estados obsessivos são encontrados nos alcoólatras, nos viciados em drogas alucinógenas e nos desajustados sexuais.   Estes trazem suas mentes, invariavelmente, carregadas pelos venenos da malícia desequilibrante.   Não só os venenos adquiridos na vida atual como os herdados de suas vidas passadas.

    Casos mais brandos são os dos adeptos de seitas dominadoras e dogmáticas.   Seitas que exigem do participante uma dedicação exclusiva e uma cega obediência, os levando ao envolvimento fanático com entidades mistificadoras.   Essa ocorrência vem do fato de que em tais seitas se pratica a  mediunidade - embora assim não o reconheçam.  Sem nenhum conhecimento das causas e efeitos dessa simbiose não se dão conta dos riscos que correm.

    Comparativamente podemos dizer que esse procedimento seria o do descobrir a energia atômica, sem, contudo, conhecer de seu potencial.  Maravilham-se com ela e com suas potencialidades, porém, desconhecem dos riscos que ela representa.  Assim o foi a detonação da primeira bomba atômica.  A nação que a criou, Estados Unidos da América do Norte, conhecia do potencial por experimento em um deserto, sem nenhum efeito sobre seres humanos.  A ambição política e científica, porém, queria mais.  Era preciso conhecer dos efeitos sobre um conglomerado humano.  Hiroshima foi a escolhida como laboratório experimental, e, impiedosamente, ceifaram-se vidas inocentes.

    Política, e cientificamente, um sucesso.  Sucesso ?  Podemos chamar isso de sucesso ?  Bem, a história então mostra as cores desse “sucesso”.

    Mas voltando ao nosso tema, sem nenhum conhecimento das causas e efeitos dessa simbiose, só muito mais tarde, quando irremediavelmente “contaminados pela radiação” dos pensamentos devastadores, é que perceberão que ela não é tão inofensiva como parecia.   Mas aí, já será muito tarde, pois estão mergulhados num abismo.

    Corrigir os rumos, só com os recursos de um criterioso tratamento desobsessivo, que se prolongará, talvez, por muitas encarnações.

    A respeito falaremos mais na próxima apostila.

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    Bibliografia

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Os Mensageiros – página 157 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Nos Domínios da Mediunidade – página 124 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Evolução em Dois Mundos – cap. I – pág. 23, 100 e 101 – Fed. Esp. Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Mecanismos da Mediunidade – capítulo 19 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Entre a Terra e o Céu – página 79 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Libertação – páginas 84, 86, 89 e 115 – Federação Espírita Brasileira

    André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Desobsessão – Federação Espírita Brasileira

    Áureo; Hernani T. Sant’Anna – Universo e Vida – páginas 110 – Federação Espírita Brasileira

    Annie Besant – O Poder do Pensamento – Editora Pensamento

    Bob Toben e Fred Allan Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Cultrix

    Edith Fiore – Possessão Espiritual – Editora Pensamento

    Emmanuel/Francisco Cândido Xavier – Emmanuel – página 155 - Federação Espírita Brasileira

     

    Apostila escrita por

    LUIZ ANTONIO BRASIL

    Setembro de 1997

    Revisão em Setembro de 2008

    Distribuição gratuita citando a fonte

     

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