Mediunidade 2 - Apostila 35
ESTUDO DA MEDIUNIDADE
25ª Parte
MÉDIUNS INICIANTES - VI
Nestes comentários sobre Médiuns Iniciantes, já falamos sobre concentração, sintonia e algumas instruções sobre ordem disciplinar.
Passaremos, agora, a tratar das questões relacionadas ao lado prático da mediunidade.
Para ilustrar, digamos que em uma existência terrena, numa existência comum, segue o espírito encarnado despreocupado e rotineiramente suas atividades. Entretanto, a partir de um determinado momento passa a perceber que sensações e reações até então desconhecidas começam a incomodá-lo.
Do quê se trata ?!, pergunta a si mesmo, um tanto desconfiado. O motivo do aparecimento dessas sensações e reações até agora desconhecidas, nós o exemplificaremos através da figura abaixo.
No primeiro quadro vemos dois seres “A” e “B”, ambos, habitantes de algum plano espiritual.
“A” é um mentor.
“B” uma entidade em vias de reencarnar.
Antes de ocorrer o retorno à vida na Terra, “B” tem sua futura encarnação devidamente programada. Na programação de vida de nosso personagem “B” foi incluída a atividade mediúnica, que o devido tempo se incumbirá de despertá-la. Ainda no primeiro quadro, vêmo-lo despedindo-se de um amigo que, ao mesmo tempo, se tornará seu mentor espiritual quando sua faculdade mediúnica despontar. - No segundo quadro da figura representamos nosso personagem “B” já em seu estágio na Terra, e o que podemos chamar de o relógio cármico biológico, que segue, inexoravelmente, seu curso. Quando o ponteiro atinge o ponto “M”, de mediunidade, dispara seu alarme. A partir desse momento aquele indivíduo que até ali vivia despreocupado das questões transcendentais, inicia, sem o saber, o processo de despertamento das faculdades Mediúnicas. Como sintoma inicial desse fenômeno seu organismo, receptáculo que é do psiquismo, passa a denunciar que coisas estranhas estão acontecendo.
Se esse despertamento se der no tempo devidamente programado, ou seja, no tempo em que toda a ambiência que o cerca é a constante da sua programação reencarnatória, bem como se ao despertamento ele der a devida atenção, é bem provável que o novato se veja, também, cercado de um adequado aparato que o ampare e oriente. Isto geralmente acontece com membros de famílias que praticam, ou que pelo menos conhecem das atividades relacionadas à mediunidade, o que em muito facilita sua preparação. Até já poderá estar, por antecipação, esclarecido sobre essa faculdade, como, possivelmente, participando de núcleos organizados para tal exercício.
Assim se dando, a transposição das etapas, do antes para o após despertamento mediúnico, se fará de forma harmônica e consciente.
Tal qual quando se aprende a nadar. Na natação, vide figura ao lado, o indivíduo sabe que vai conviver com um meio inteiramente impróprio ao veículo físico que possui. Todavia, através de boa orientação que receba, e mantendo-se consciente e controlado quanto aos riscos a que estará exposto, poderá, com muita tranqüilidade, nadar à vontade.
De igual forma, comparativamente, será a situação da pessoa que no seu despertar mediúnico puder contar com hábeis e sinceros instrutores. O aprendizado e o adestramento pelos quais passará, não lhe serão traumáticos.
Porém, a realidade tem sido outra.
A grande maioria dos encarnados não pode, ainda, contar com essa assistência eficaz..
É que imperam, ainda, nos meios humanos os preconceitos religiosos, filosóficos e científicos, contrários aos princípios esclarecedores divulgados, principalmente, pela Doutrina dos Espíritos. O chamado Espiritismo. Em razão disso, impede-se que a grande totalidade dos psiquicamente atormentados tenha acesso a tão salutar terapia.
Vamos vê-los, então, não mais nadando em águas tranqüilas, mas, ao contrário, numa situação até de extremos descontroles, como se estivem a nadar num tempestuoso mar, sozinhos, a braços com enormes ondas que lhes embotam os sentidos e os afogam na angústia e no desespero.
Mas essa falha assistencial tem outros motivos além dos citados preconceitos. Há casos em que alguns dirigentes de núcleos espiritualistas não se preocupam em conhecer das profundezas do mecanismo da mediunidade, e outros que não possuem condições pessoais para, por si mesmos, pela observação na vivência e no autodidatismo, desenvolverem métodos que facilitem instruir os iniciantes.
É bem verdade que as literaturas, principalmente as declaradamente inspiradas e complementadoras da Doutrina Espírita, são fartas nesse assunto e de custo bem acessível até aos menos aquinhoados, entretanto, nem todos os que à elas têm acesso conseguem intelectualizar os temas, permanecendo somente na superfície do que lêem.
Mas tudo isso é uma questão de difícil resolução, pois os núcleos se formam isolados e esparramados, e sob a exclusiva vontade de uns poucos, nem sempre adequados à grande ciência da alma. Contudo, é forçoso reconhecer que todos estes o fazem movidos pelo nobre ideal de servir que, de uma forma ou de outra, levam inegável e saudável lenitivo aos desesperados.
Este nosso comentário que poderá ser confundido como crítica, tem apenas o caráter construtivo, pois que o fundamento principal da vida é a evolução e, por conseguinte, também o é a forma de ver a mediunidade. Isto é, evolutivamente.
Uma pergunta, entretanto, nos intriga: Por que o despertamento da faculdade mediúnica quase sempre é acompanhado de incômodos psíquicos e orgânicos ?! A resposta será dada em duas partes.
1ª - Conforme a figura ao lado ilustra, devido ao desconhecimento sobre a questão mediúnica, o Ser encarnado, de modo geral, tem sua “antena” psíquica, despreocupadamente, lançada na psicosfera que o cerca. Trocando por outras palavras, seus chacras estão à vontade das circunstâncias. Essa despreocupação tem alto custo, pois o princípio de sintonia, como vimos nas apostilas 31 e 32, nos demonstra que sintoniza-se apenas aquela “emissora” que corresponde exatamente à igualdade dos sentimentos que se emite. Sentimentos irresponsáveis ou galhofeiros, sintonizarão “emissoras” de igual magnitude. (O Livro dos Médiuns, capítulo 17, com ressalvas, e No Invisível, capítulo 5).
2ª - Essa magnitude de entidades irresponsáveis ou galhofeiras, é encontrada com muita facilidade no plano Astral, em seu sub-plano existente junto à crosta da Terra. Como as entidades dessas categorias são portadoras de energias, literalmente, envenenadas, ao se entrar em sintonia com elas, face à fase de despertamento mediúnico, fatalmente o novato ver-se-á igualmente envenenado.
A figura demonstra que devido ao atrativo energético propiciado pela despreocupação do novato, as emissões oriundas de entidades nobres ficarão impedidas de o atingir. Enquanto que as provenientes das entidades de baixo nível o envolverão com facilidade.
Como são energias contaminadas por sentimentos nocivos, o novato sentirá náuseas, enjôos, vômitos, angústias, desesperos, inquietação, nervosismo, irritação, raiva, e um sem número de desconfortos psíquicos e orgânicos.
Tudo isso o levará a uma infeliz e infrutífera via-sacra por consultórios médicos, sem que a causa do mal seja diagnosticada.
A causação está em sua antena psíquica, ainda não bem direcionada. Em conseqüência, está continuamente recepcionando as emissões mentais de criaturas portadoras desses estados psicopatológicos, que infestam o plano Astral mais baixo, e transferindo-as para seu nível físico. Daí, todos os estados de desarranjos psíquicos e orgânicos enumerados acima.
Sentindo-se em situações tais o novato deve resistir o mais que puder, não cedendo aos sugestionamentos que tentam lhe insuflar e, no mais breve possível, procurar um núcleo espiritualista para se submeter a um tratamento. Após este deve entender que precisará, ainda, vir a conhecer dessa ciência oculta, que, na verdade, é a ciência da vida, pois implica em conhecimentos que relatam de todos os planos existenciais. Em tudo, porém, esforçando-se para esquecer as ansiedades próprias dos iniciantes, comportando-se disciplinarmente, com aqueles cuidados já referidos nas apostilas do estudo dos chacras e glândulas.
Agindo assim, gradativamente superará essa fase tão desconfortável. Essas providências são necessárias para que os sintomas iniciais, descritos acima, não se convertam em desastre irremediável.
Como a figura ao lado demonstra, disciplinando-se, invertem-se as barreiras. Sua antena psíquica passa a sintonizar mentes puras e refuga as mentes doentias. A partir desse ponto volta a funcionar, com normalidade, o seu estado emocional e orgânico. A mediunidade já não lhe causa a sensação de maltrato. Passa, ela, a ser uma fonte de feliz convivência sob perfeito controle do medianeiro.
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Com esta apostila finalizamos os comentários sobre o período inicial de despertamento da mediunidade. A começar da próxima analisaremos os aspectos das atividades mediúnicas.
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Bibliografia:
Allan Kardec - O Livro dos Médiuns - capítulos 17, 18, 19 e 20 - Livraria Allan Kardec Editora.
Léon Denis - No Invisível - capítulo 5 - Federação Espírita Brasileira.
André Luiz/Francisco Cândido Xavier - No Domínios da Mediunidade, capítulos 5 e 22 - Mecanismos da Mediunidade - Missionários da Luz, páginas 14 e 17 - No Mundo Maior, páginas 66, 67, 72 e 98 - Evolução em Dois Mundos, páginas 66, 67, 69 e 98 - Todos editados pela Federação Espírita Brasileira.
Hernani Guimarães Andrade - Espírito, Perispírito e Alma - Editora Pensamento.
Hermínio Corrêa de Miranda - Diversidade dos Carismas, volumes I e II – Editora Arte e Cultura Ltda.
Edgard Armond - Mediunidade - Editora Aliança.
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier - Roteiro - Federação Espírita Brasileira.
Miramez/João Nunes Maia - Segurança Mediúnica - Médiuns - Editora Espírita Cristã Fonte Viva.
Lancellin/João Nunes Maia - Iniciação, Viagem Astral - Editora Espírita Cristã Fonte Viva.
Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 67, 130, 315, 371, 372, 391, 404. Editado pelo autor.
Distribuição Gratuita
Cortesia de
Luiz Antonio Brasil
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