Mediunidade 1 - Apostila 22
MEDIUNIDADE - TEORIA E PRÁTICA
13ª Parte
CHACRAS - II
Estudando os chacras, início que demos na apostila 21, continuamos nesta. Diante das conclusões que as informações nos trouxeram, ficou evidente que à semelhança da aura, como vimos nas apostilas 18 à 20, os chacras também funcionam como vigilantes. Ou, melhor dizendo, completam essa função de sentinela em defesa do corpo. Suas reações, em correspondência a cada tipo de energia que o toca, adverte, ao canalizador cônscio de seus deveres, o que vai acontecendo em torno de si. Essas advertências o previnem a evitar situações desagradáveis, constrangedoras e algumas até humilhantes. Prossigamos, portanto.
Interrompemos quando analisávamos o chacra Gástrico. Agora, iniciamos pela parte superior da linha divisória entre o homem animal e o homem espiritual. (Vide figura Fig-21E, apostila 21).
Chacra Cardíaco – Em sânscrito é chamado de anahata. Está situado sobre o osso externo, ao nível do coração. Sua ativação, e correto funcionamento, é de capital importância no processo de soerguimento espiritual do SER, pois tanto para o corpo Físico como para o corpo Astral é ele o registrador das emoções. Sabemos que quando qualquer pessoa se desperta, sensível, para as emoções, significa estar começando a percorrer o caminho da espiritualização. Enquanto o chacra Gástrico envolve-se só com as sensações, o que significa olhos voltados aos prazeres e necessidades do corpo, o chacra Cardíaco refina esses objetivos, transmutando-os para a forma de prazeres e necessidades do Espírito.
Assim, tanto para o corpo Físico como para o corpo Astral, como dissemos acima, faculta ao SER decifrar as vibrações de outras criaturas, encarnadas ou não. Permite notar das alegrias ou das tristezas que as envolve. Ainda por força dessa sensibilidade elevada a um grau maior, dentro dos critérios de simpatia, faz com que uma pessoa seja levada a reproduzir em si o efeito das dores alheias. É a compaixão e a solidariedade. É o sentimento de fraternidade que passa a fazer parte de sua vida. Entretanto, não nos esqueçamos que embora a solidariedade seja necessária à construção da paz mundial, a compaixão desmedida gera na pessoa perturbação emocional, porque não dizer psíquica. (Lancellin, espírito, em seu livro Iniciação-Viagem Astral, páginas 339, 370 e 422, trata desse fato comportamental desaconselhável).
É através do chacra Cardíaco que o praticante de meditação sente a languidez que o êxtase espiritual provoca. O grande bem estar interior, indescritível em palavras. Além de toda a importância desse chacra na constituição do SER, quando despertado, adiantando-o na fase espiritualizante, conforme descrito acima. No corpo Físico tem direta relação com a circulação sangüínea, e, portanto, com a redistribuição de vitalidade física. Como vemos, é um chacra que bem funcionando manterá a estabilidade emocional e vital do indivíduo.
Chacra Laríngeo – No idioma sânscrito recebe o nome de vishuda. Está situado, como o próprio nome o indica, na região dianteira do pescoço, mais ou menos à altura do ponto de encontro entre a coluna espinhal e a medula oblonga, esta, bem na base posterior do cérebro. No corpo Físico tem acentuada participação no controle da respiração e da fonação, a fala. No corpo Astral capacita a faculdade da audição, ou seja, reproduz na consciência o mesmo efeito que no físico chamamos de audição. Quando em atividade mais intensa, controlada ou não, em parceria com o chacra Coronário, e por conseqüência em ação com a glândula Pineal, que a respeito veremos em estudo nas apostilas 26, 27 e 28, confere ao indivíduo a faculdade de clariaudiência. Ou seja, permite ao SER encarnado ouvir sons, tais como voz, música, ruídos, agradáveis ou não, provenientes do plano Astral.
Chacra Frontal – Em sânscrito é chamado de ajna. (Pronuncia-se ádjina). É conhecido, ainda, pelos nomes de cerebral, glabelar e terceiro olho. Está situado no ponto de encontro da linha vertical do rosto, que passa entre as sobrancelhas, e o centro da testa. Fisicamente é o controlador do envoltório do cérebro, o córtex cerebral, que por sua vez participa da coordenação dos sentidos. Também tem participação no controle das glândulas e dos sistemas nervosos, o central e o simpático, ou autônomo. Sobre isso falaremos com maiores detalhes no estudo das glândulas. No corpo Astral desperta o sentido da visão, ou seja, produz na consciência o mesmo efeito que no físico chamamos de visão. Daí também chamado de terceiro olho, resultante de sua ligação com a glândula Pineal. Quando em atividade desenvolvida, confere ao indivíduo a faculdade de clarividência que, em seu início de despertamento, permite apenas vislumbrar ligeiras paisagens e nuvens coloridas. Essas visões tanto podem ser dos ambientes reais dos planos espirituais quanto de imagens mentais criadas por entidades que as transmitem ao clarividente. Essa segunda hipótese é a mais comum de acontecer. Ou seja, o clarividente estará vendo o quadro mental, imagem fixa ou movimento, que alguma entidade espiritual lhe esteja transmitindo. É, ainda, comum no médium desenvolvido, clarividente ou não, sentir na região física onde se situa o chacra Frontal um pulsar, ou latejar, na pele. É sinal de funcionamento desse chacra.
Chacra Coronário – Tem em sânscrito o nome de Sahasrara. Embora o nome, não tem nenhuma relação com as artérias coronarianas. Deriva mesmo da palavra coroa, em vista de estar situado ao alto da cabeça, bem no cruzamento das linhas: mediana que passa entre as sobrancelhas e vai em direção à parte posterior da cabeça, e a linha transversa que uniria as duas orelhas, e que passasse pelo alto do crânio. É o mais importante de todos, se assim podemos nos expressar, embora os demais sejam igualmente úteis no conjunto. É ele o ponto de interação – junção – entre as forças determinantes do Espírito e as forças físicas e astrais. A energia descendente da consciência, como vimos na apostila 5. Dele, de forma distributiva, parte a corrente de energia vitalizante, de origem espiritual – não confundir com Astral – aos outros chacras, levando a cada um os reflexos vivos dos sentimentos próprios do indivíduo. Desta forma, e interação, o chacra Coronário administra os veículos de exteriorização de que se serve a consciência: seus corpos.
Quando este chacra está plenamente ativo, o indivíduo, devidamente treinado, consegue projetar sua consciência por ali, e deixar, conscientemente, seu corpo Físico, bem como retornar a ele, de modo que estará, ininterruptamente, consciente, dia e noite.
A sublimidade dos contatos espiritual, principalmente da mediunidade intuitiva, se processa por seu intermédio. Enfim, a harmonia geral da criatura humana depende do correto funcionamento e do estado saudável desse chacra. Sobre condições saudáveis e doentias dos chacras falaremos mais à frente.
Uma Advertência – As características individuais de funcionamento dos chacras, contidas na apostila 21 e nesta, não significam que o indivíduo venha a possuir tais faculdades só porque os respectivos chacras estão desenvolvidos.
Lembramos que o SER é o resultado da ação conjugada de muitos fatores e que, ligados ao carma, uns estimulam outros, ou, alguns se anulam mutuamente. Portanto, não existe, como a nossa compreensão desejaria, não existe uma relação direta entre ter determinado chacra em funcionamento e a ocorrência do fenômeno a ele atribuído. O funcionamento é o elo que torna possível a ocorrência do fenômeno, nas não quê, por funcionar, tenha o fenômeno, inevitavelmente, de acontecer. Em resumo, dependendo das vinculações cármicas a faculdade correspondente a determinado chacra poderá, ou não, vir a se manifestar.
Peculiaridades do Despertar dos Chacras
– O despertar dos chacras amplia as faculdades sensórias da consciência. Se antes do despertar, no plano Físico, a consciência só dispunha dos cinco sentidos – visão, audição, paladar, olfato e tato – para identificar o mundo ao seu derredor, com o despertar dos chacras passa a perceber sinais além daqueles que os dispositivos acima enumerados podem registrar.
Assim, mesmo estando desperta no corpo Físico, a pessoa identifica ocorrências que simultaneamente estão acontecendo nas dimensões do plano Astral, e outros. Essa refinada capacidade perceptiva recebe o nome de Percepção Extra Sensorial, (PES), popularmente conhecida por sexto sentido.
Esclarecendo o fenômeno informamos que o despertar dos chacras não dota o corpo Astral de ouvidos e olhos adicionais. Para evitar esse equívoco de interpretação, lembramos do estudo do corpo Astral, apostila 14, que ele não possui órgãos especializados para tal, e nem deles precisa para, especificamente, ouvir e ver.
A razão é a seguinte: No corpo Astral todas as partículas que o compõe estão em incessante movimento circulatório.
Veja a figura abaixo.
Partículas em movimento como as da água em fervura. Esse movimento faz com que todas as partículas passem, sucessivamente, em cada chacra. Assim acontecendo, cada chacra infunde em cada partícula, que por ele passa, a sua correspondente capacidade de responder a determinada ordem de vibração. Desse modo, todos os pontos do corpo Astral se tornam igualmente perceptivos a todas as espécies de sensações.
Por isso, conforme fizemos representar pela figura Fig-13A, da apostila 13, ao atuar no plano Astral a consciência, através do corpo Astral, tanto vê os objetos que estão á sua frente, como os que estão atrás, acima ou abaixo, sem necessidade de movimentar a cabeça, como fazemos nós no corpo Físico. Para ela, em tal situação, basta, apenas, dirigir sua atenção para o objetivo.
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Outros detalhes veremos na apostila 23.
Bibliografia:
Autor |
Livro |
Editora |
André Luiz/Francisco C. Xavier |
Entre a Terra e o Céu, páginas 126, 127, 128, 129, 131 e 142 |
Federação Espírita Brasileira |
André Luiz/Francisco C. Xavier |
Ação e Reação, capítulo 19 e página 264 |
Federação Espírita Brasileira |
André Luiz/Francisco C. Xavier |
Mecanismos da Mediunidade páginas 83 |
Federação Espírita Brasileira |
André Luiz/Francisco C. Xavier |
Evolução em Dois Mundos, páginas 26 a 29, 35, 43, 66, 69, 72, 98, 116, 133 e 274 |
Federação Espírita Brasileira |
André Luiz/Francisco C. Xavier |
Libertação, página 31 |
Federação Espírita Brasileira |
André Luiz/Francisco C. Xavier |
Obreiros da Vida Eterna, páginas 204 e 210 |
Federação Espírita Brasileira |
Arthur E. Powell |
O Duplo Etérico |
Editora Pensamento |
Bárbara A. Brennan |
Mãos de Luz |
Editora Pensamento |
Charles W. Leadbeater |
A Clarividência, página 6 |
Editora Pensamento |
Charles W. Leadbeater |
Os Chacras |
Editora Pensamento |
Choa Kok Sui |
Cura Prânica |
Editora Ground |
Choa Kok Sui |
Psicoterapia Prânica |
Editora Ground |
Helena Petrovna Blavatsky |
A Doutrina Secreta – volume II páginas 244 e 250 |
Editora Pensamento |
Hiroshi Motoyama |
Teoria dos Chacras |
Editora Pensamento |
Hernani Guimarães Andrade |
Psi Quântico, páginas 100, 101 e 102 |
Editora Pensamento |
Jorge Andréa |
Forças Sexuais da Alma |
Federação Espírita Brasileira |
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Lancellin/João Nunes Maia |
Iniciação, Viagem Astral, páginas 97, 157, 159, 166, 194, 254, 260, 275, 307, 340, 374, 377 |
Editora Espírita Cristã Fonte Viva |
Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Pereira Franco |
Loucura e Obsessão, páginas 35 e 123 |
Federação Espírita Brasileira. |
Miramez/João Nunes Maia |
Horizontes da Mente, páginas 37, 39, 70, 96 e 186 |
Editora Espírita Cristã Fonte Viva |
Miramez/João Nunes Maia |
Segurança Mediúnica, páginas 11, 12, 51, 104, 126, 141 à 144 e 147 |
Editora Espírita Cristã Fonte Viva |
Valdo Vieira |
Projeciologia - capítulos 109, 110 e 111 |
Edição do Autor |
Zulma Reyo |
Alquimia Interior |
Editora Ground |
Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Maio de 1995
Distribuição gratuita citando a fonte