Além da Meditação - Apostila 8

 Além da Meditação - Apostila 8

A Mente e os Sonhos

 

O término da apostila anterior diz: A Mente pode ser comparada com uma ampla janela que se abre para o Cosmos, ou, uma fenomenal nave espacial que os levará por viagens inimagináveis.

 

 

De fato, tudo isso é possível e nesta apostila comentaremos sobre outro fator que muito atua no individuo, tanto influenciando seu pensar, bem como até suas decisões.  Este outro fator é que pode ser comparado à ampla janela ou à fenomenal nave.

 

Estamos nos referindo aos sonhos.

 

 

Para falar dos sonhos descrevamos, antes, alguns dados importantes.

 

Da série A Criatura sabemos que o indivíduo, o Ser Integral, se distribui por sete planos existenciais, ou dimensões.  Figura 08C.

 

O primeiro plano, o mais elevado, é o que podemos denominar de mundo Interior, onde ele, o Eu Maior, se integra no Todo Universal.  Ali é seu ambiente natural, onde ele subsiste por si mesmo, sem vestidura.  É o Ser energia pura.

 

Os seis outros planos – 2 ao 7 – podemos chama-los de ambientes onde, usando corpos de manifestação, vestiduras, o Eu Maior faz suas incursões nos mundos exteriores.  Essas incursões são as várias etapas evolutivas.  Espaços-tempo de experimentos e aprendizagem.

 

Para maiores detalhes, recorram às apostilas da série A Criatura.

 

É importante a introdução acima para que haja melhor entendimento sobre o desenvolvimento do sonho.  E durante toda a leitura deste texto deve-se ter em mente esse quesito básico: o Ser Integral, a figura 08C.

 

Passemos, agora, à análise do tema tomando uma pessoa qualquer como exemplo.  Observando essa pessoa com os olhos do corpo humano, o que nela vemos é somente seu corpo físico.  Figura 08D.

 

 

Portanto, para nós, esse corpo físico, à nossa frente, é a pessoa em questão.  Contudo, se pudéssemos perscrutar esta mesma pessoa por inteiro, iríamos ver mais cinco corpos, todos sendo animados pelo centro consciencial, o Eu Maior, o espírito, enfim. Ver figura 08C.

 

Mas nossa vista não ultrapassa a terceira dimensão, ou mundo físico, e assim, ficamos só na sua superfície, o corpo físico.

 

Todavia, para essa pessoa de nosso exemplo, três atributos de controle, de si mesma, se destacam.  Podemos enumerar estes três atributos da seguinte maneira:

 

1 A consciência vígil – que tem ação sobre o corpo físico quando a pessoa esta desperta;

2 – A consciência do sono – que tem ação quando a pessoa está dormindo;

3 – A consciência total – o Eu Maior, o Ser em Si Mesmo.

 

Estes três atributos têm atuação no mecanismo dos sonhos, e a interação entre eles é feita através da Mente.   Por sua vez, cada um deles, a seu tempo, acordado, dormindo, ou por todo o tempo, respectivamente, atua no ambiente que lhe é próprio.

 

 

A consciência vígil atua no ambiente físico da Terra;  a consciência do sono, atua nos ambientes extra-físicos, notadamente no plano Astral; e a consciência Total permeia todos os planos e ambientes.  Figura 08E.

 

Vamos a um exemplo prático para que possamos entender com mais facilidade, já que tudo isso é impalpável aos sentidos físicos.

 

Voltando à nossa pessoa de exemplo,  digamos que ela tenha um viver muito agitado onde proliferam as ansiedades.  A propósito, atualmente esse viver está comum na quase totalidade da humanidade.  Todos vivem ansiosos, desesperados, confusos mesmo.  Ansiedade pode ser entendida como insatisfação.  Desse modo, a pessoa insatisfeita é uma pessoa revoltada com a vida. 

 

A pessoa revoltada com a vida, permanentemente, está formulando pensamentos negativos e, como sabemos, pensamentos se convertem em formas pensamento nos planos extra-físicos, que podem ser vistas, tocadas e emitem odor.

 

Toda essa emissão mental durante as horas do dia, enquanto ela está desperta, acumula-se, orbitalmente, na consciência vígil, congestionando a via de contato com o Eu Maior.  Por consequência o Eu Maior fica impedido de insuflar inspirações que, se seguidas, amenizariam as ansiedades. Figura 08F.

 

 

Sem essa percepção a pessoa permanece no martírio por ela mesma criado.

 

Mas o dia passa e ela, esgotada, mais pelo fustigar das apreensões do que pelo trabalhar, joga-se na cama para dormir.

 

Em condições como as descritas, suas horas que seriam de repouso, num sono reparador, se transformam em continuidade do que experienciou nas horas do dia: angústias e indecisões. Figura 08G.

 

 

Estas situações que vemos nas figuras 08F e 08G, podem ser entendidas da seguinte maneira:  Os sonhos que sonhamos durante as horas do dia – leia-se ansiedades – misturam-se aos sonhos que sonhamos quando estamos dormindo.  E vice-versa, os sonhos da noite se misturam aos sonhos do dia.  Desse modo, como nossos sonhos estão cheios de ansiedades eles só nos causam angústias. O Eu Maior se transfigura em verdadeiro estado de choque.  Figura 08H.

 

 

De qualquer modo, porém, vencida pelo cansaço, como dissemos, ela consegue dormir.  Nesse ponto entra em cena a consciência do sono.  E sua entrada, despertando-se no plano Astral, se faz de maneira atabalhoada.    Inquietação e insegurança dominam sua atuação enquanto o corpo físico dorme o sono agitado, suarento.

 

Passa, então, a consciência do sono, a movimentar-se através do corpo Astral, mas tão impregnada está pelo que sua co-irmã – a consciência vígil – experimentou nas horas do dia que a deixa sem rumo.

 

O trabalho principal dela que é o de recompor as energias no manancial cósmico fica, inteiramente, prejudicado.  Não fará a recomposição energética para vitalizar o corpo físico, fortalecendo-o para as atividades do dia seguinte, e nem conseguirá vivenciar experimentos edificantes nos planos extra físicos, que são vivências da continuidade da vida nas horas do sono do corpo físico.   Nessas condições a que vem submetendo-se, sua permanência no Astral, durante as horas de sono, se limitará às regiões inferiores onde medra idênticas projeções mentais às que tem emitido continuamente: Ansiedades e temores. Figura 08I.

 

 

Por sua vez o Eu Maior, mediante os impactos obstrutores, também sobre a consciência do sono, continuará ilhado em sua dimensão natural, impossibilitado de harmonizar seus instrumentos de exteriorização: os corpos físico e Astral.

 

Como resultado de uma noite mal dormida, à manhã do dia seguinte a pessoa despertará mais cansada do que quando fora dormir.  Mas não só esta sensação de cansaço.  Morbidamente, estará sobrecarregando-lhe o conflito entre sua consciência vígil e a do sono.

 

 

Nessa dualidade de consciência vígil e consciência do sono é preciso considerar que durante as horas do dia a consciência vígil tem a seu encargo providências para atender as necessidades do corpo físico, que vêm de ser: o trabalho, o alimento e o lazer.   Durante as horas do sono é a vez da consciência do sono tomar sobre si estes mesmos cuidados na forma, porém, da recomposição energética de todo o conjunto de corpos e, mais ainda, de participar, através do corpo Astral, ou do Mental, de encontros com inteligências mais capazes para, desses encontros, enriquecer seu saber e dignificar a existência.

 

 

Entretanto, se a pessoa, nas horas do dia, tem um viver angustiante, este escalonamento, de forma ordeira, não acontecerá e ela, ou ela como Ser Integral, irá, aos poucos se ilhando, isolando-se do Todo, porque, literalmente não possui Mente capaz de entrar em ressonância com os padrões elevados do existir.  Nisso, temos a nulidade, observada em muitas pessoas que quase nada são úteis à sociedade que pertença.

 

Este conflito se reflete num hiato de vida nula.  Ou seja, as horas de sono foram como que escuridão.  Luzes apagadas.  Essa pessoa nada aproveitou, física – recomposição de energias - e extrafisicamente, nas horas em que esteve dormindo.   Se lembranças tiver, do que ela dirá ser seus sonhos, serão lembranças de momentos conflituosos, semelhantes, quase idênticas, ao que vivera nas horas do dia anterior.

 

Com este estado de espírito, por certo, seu novo dia será ainda mais angustiante que o dia que se passou.

 

Pois bem, amigos leitores, este quadro descrito revela que o fator principal para um viver harmonioso, é ter controle sobre a mente.  Usemos, porém, de uma metáfora para melhor visualizarmos o significado do que estamos comentando.

 

Comparemos a Mente com o semáforo, aquele dispositivo que é empregado para ordenar o trânsito de veículos nas cidades. 

Aquele que possui três luzes coloridas – verde, amarela e vermelha.

 

 

Pois bem, nossa Mente é o semáforo para por ordem no trânsito de dados que trafega vindo do mundo exterior para nosso mundo interior, via olhos, ouvidos, nariz, boca e toda a superfície do corpo.  Isto é, a pele.  São os cinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato.  Estes são os dispositivos por onde se transpõem os dados do mundo exterior para nosso mundo interior.

 

 

Durante as 24 horas de um dia, segundo a segundo, estas vias permanecem congestionadas pelo tráfego de dados.  E este tráfego precisa de um controlador para evitar que aconteçam “acidentes”.  O controlador de tráfego, como vimos, é o semáforo.  No caso da pessoa, o semáforo é a Mente.

 

Vocês já devem ter visto o que acontece nas grandes avenidas quando algum semáforo deixa de funcionar, não é?  O que se vê, nesses momentos, é uma confusão total: veículos atravessados nos cruzamentos; abalroamentos; buzinas disparando; troca de imprecações entre os condutores dos veículos, enfim, o caos.

Já entenderam, não é?

 

Pois é isso mesmo o que acontece no tráfego de dados de uma pessoa quando seu “semáforo” controlador deixa de funcionar.  O cruzamento das “ruas” – consciência vígil com consciência do sono – se transforma numa terra de ninguém: é um salve-se quem puder.  E bem lá no meio desse cruzamento está o pobrezinho do Eu Maior, todo encolhido, temendo ser esmagado por tanta incompetência vivencial.

 

Nem precisamos dizer que a pessoa de nosso exemplo é inevitável candidata ao uso de ansiolítico – drogas tranquilizantes – e outros íticos, para conseguir suportar as horas do dia, bem como desligar-se nas horas da noite.  Não falamos em conseguir dormir, e sim em apagar-se, desaparecer da existência, neutralizar-se.

 

Podemos até dizer que suas horas da noite, sob o efeito dos íticos, é de uma pessoa nem viva e nem morta.  É uma pessoa, melhor, é um Ser em suspensão. Figura 08N.

 

 

Situações assim deterioram ainda mais o Ser, sua Mente, sua consciência vígil, sua consciência do sono, e deixa seu Eu Maior impotente para conduzir seus veículos de exteriorização, seus corpos.

 

Dessa metáfora deduzimos que no transcorrer da vida desperta, com a aproximação de dados que passem pelo cruzamento quando a luz indique verde, significa que são questões que só fazem bem.

 

 

Dados que fazem a luz amarela do semáforo acender, indica alerta.  Prestem atenção neles e não facilitem que eles cruzem, ou passem do mundo exterior para o interior.  Isto é, não os aceite sem mais nem menos.  Observe-os.  Faça triagem. 

 

Verifique o que poderão provocar caso os deixe passar.  Veja se não seria melhor recusa-los do que aceita-los.  Às vezes, uma recusa, uma perda, se reverte em tranquilidade, do que debater-se, anos a fio, com uma escolha precipitada.

 

E aqueles dados que fazem a luz vermelha acender !!!!  A estes, em hipótese alguma permita que se internem em suas vidas. 

 

 

Por certo estes os transformarão em agregados de clínicas psiquiátricas, pelo mínimo dos efeitos, ou encarcerados nos presídios públicos onde medra a promiscuidade e rebaixa a pessoa à condição animalesca.

 

Filhos nossos, a Mente é o tudo.  Por certo já se depararam com pessoas infelicitadas, mentalmente.  Nelas, devem ter notado como mal condicionaram seus corpos.  Um déficit que as marginaliza perante a sociedade.

 

Se estão assim na presente encarnação, isso representa o efeito, cuja causa, sediada em vida passada, indica que, naquela, a pessoa não deu atenção à luz vermelha do semáforo de sua Mente.  Como consequência, degeneraram-se suas vias de tráfego entre as dimensões exteriores e seu Eu Maior.  Sobreveio a morte.  Desencarnou-se.  Passou o interstício entre vidas procurando por si mesma.  Esteve perdida na imensidão.

 

 

 Perdida porque o sinalizador, o semáforo, apagou-se.  O Eu Maior não obteve reservas energéticas para reacende-lo.  Finda-se o tempo entre vidas.  Reencarna.  O dispositivo que comandaria a formação do novo corpo físico se achava deficitário.  Apenas possuía bruxuleante luzinha, insuficiente, porém, para acionar todo o dispositivo semafórico.

 

O corpo, formação fetal, se conforma deficitariamente, porque, com a Mente deficitária conforma corpo deficitário.

 

E assim, tendes, na face da Terra, mais um portador de necessidades especiais.

 

Pois bem, filhos nossos.  Observem as horas de seus dias, o que nelas fazem: profissional, social e familiarmente.  Depois, no dia seguinte, ao acordarem, cataloguem as horas da noite.  Ou seja, como se comportou a consciência do sono em razão da atuação da consciência vígil no dia anterior.

 

Dessa observação tirem suas conclusões:  Dormi, reparadoramente, despertando pela manhã bem disposto para o novo dia, ou, levantei-me em completo desânimo.

 

Dessa conclusão entenderão se o semáforo de suas Mentes está funcionando rigorosamente, e mantendo controle do tráfego de dados, ou se estão sendo coniventes, complacentes até, com o desrespeito aos sinais vermelhos.

 

Como Seres divinos, por origem, todos possuem o direito da livre escolha, o livre arbítrio. Do direito de usarem suas Mentes como bem entenderem, contudo, cada escolha significa uma ação que desencadeará correspondente colheita, isto é, uma reação de igual intensidade.  Vale dizer, de igual consequência.

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De tudo o que ficou comentado ressalta que o sonho não é uma fumaça que se dissipa quando se desperta, pela manhã.  Sonho, da maneira como se usa essa palavra, é a lembrança, mais ou menos clara, mais ou menos difusa, de algum evento transcorrido em alguma outra dimensão espaço-tempo, do qual o sonhador possa, ou não, ter participado diretamente.

 

Isso significa que sonhar é estar em ação nalguma outra dimensão vivencial.  E qualquer ação tem implicação com o viver.  Significa, também, que são os interesses impregnados na mente que direcionam o Ser ao ambiente, e evento, de seus sonhos.

 

Sendo assim, é razoável que pensemos em mudar o teor de nossos sonhos.  Como fazê-lo ?  Mudando nossos desejos que geram nossas ansiedades, ou até eliminando os extravagantes.  Tornando-nos mais naturais ao agir e no querer.  Evitando os excessos.  Controlando o egoísmo e deificar menos a tecnologia, a autora verdadeira das insatisfações.

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Apostila Escrita por

Luiz Antonio Brasil

Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil

26 de Fevereiro de 2011

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