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O Espírita deve ser VEGETARIANO? - 372

O Espírita deve ser VEGETARIANO?
Comportamento

 

Amigos, no estudo sobre a espiritualidade de nossos irmãos animais, não é sempre que se encontra bons materiais.

Na minha concepção, material bom é aquele que possui informações com bons argumentos, ou seja, justificativas lógicas.


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Quando o assunto em pauta é a alimentação sem carne, a divergência, mesmo no meio espírita, é grande.

 

Há alguns dias, deparei-me com um vídeo sobre a espiritualidade dos animais. Gostei.

 

Entretanto, quando o palestrante começou a abordar sobre vegetarianismo, os argumentos foram fracos e diversas vezes equivocados.

 

Diante disto, gostaria de abordar o tema de maneira saudável e dividi-lo com vocês.

 

A matéria abaixo foi publicada na revista Animais Doutrina e Espiritualidade – nº7 (Editora Mythos).

Para conhecer a revista, Clique aqui!.

 

Assunto muito polêmico e de pouca reflexão no meio espírita é o vegetarianismo.

 

Quando digitado vegetarianismo e espiritismo em sites de busca, são dezenas de milhares de resultados encontrados.

 

Por outro lado, contam-se nos dedos das mãos os centros espíritas que trazem esta reflexão ao público.

 

É interessante saber que o vegetarianismo é dividido em 4 grupos, sendo que nenhum desses consomem carne:

 

1) Ovo-lacto vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, consome ovos e leite;

2) Lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne e ovos, consome leite;

3) Vegetariano restrito ou puro: não consome carne, leite, ovos, mel e derivados;

4) Vegano (do inglês vegan): não consome carne, ovos, leite, mel e derivados; não utilizam vestuários com material de origem animal e nem produtos testados em animais.

 

Moqueca vegetariana no Jantar Vegetariano Beneficente promovido pela UNAVEG


Diante da procura por este assunto, pode-se concluir que muitos são os interessados nesta reflexão, mas poucos são os coordenadores espíritas que se submetem a estudar profundamente o assunto e levar a posição do ESPIRITISMO aos espíritas.


Muitos questionariam: o espírita é obrigado a seguir o vegetarianismo?
 

 

A resposta, obviamente, é não. 

 

O Espiritismo nada obriga e é, acima de tudo, uma filosofia de vida, não aplica o dogma como base religiosa.


Talvez, a pergunta mais sensata seria: o espírita deve refletir sobre a possibilidade de tornar-se vegetariano?

A resposta, logicamente, é sim.


O Espiritismo muito nos instrui sobre esta possibilidade desde Kardec:

 

Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação?

Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros” (questão 724 do Livro dos Espíritos – LE).


Hoje, a maioria dos espíritas é onívora (consome tanto seres do reino animal como do vegetal), ou por falta de oportunidade de reflexão, ou por apoiar-se na famosa máxima a carne nutre a carne(questão 723 do LE).


A pergunta é simples e direta: por quanto tempo mais o espírita apoiar-se-á apenas nesta frase, e quanto tempo mais levará para tirar conclusões sensatas sobre o tema diante de tantas obras espíritas que revelam a realidade sobre o assunto?

 

Claramente, a frase citada serve aos espíritas que se colocam a favor de uma alimentação em que a carne tenha lugar garantido, e só!

  

Não se leva em conta a época em que foi escrito, qual era a situação do homem em termos de conhecimentos nutricionais em comparação aos dias de hoje.

 

 

  

Declaração do Conselho Regional de Nutrição. Por Vista-se

 

Tanto esta frase de 1857, quanto a participação de Chico Xavier no programa Pinga Fogo, extinta TV Tupi, em 1971, em que ele parecia instruir uma alimentação com carne para a maioria das pessoas, são justificáveis para a época - 1857.

 

Seria leviano da parte dos Espíritos afirmar que o Espiritismo condenava o consumo de carne, pois eram escassas as informações sobre as alternativas nutricionais em substituição à carne; o que não mais se aplica nos dias de hoje.

 

Nos dois exemplos citados, está fortemente evidenciada a NECESSIDADE do consumo de carne para a manutenção da vida saudável, o que não é mais justificado, pois existem diversas pesquisas científicas provando ser possível uma vida saudável sem o consumo de animais.

 

São diversos exemplos de pessoas, atletas, crianças e idosos vegetarianos e saudáveis.

 

Então, por que ainda comer carne?

Camiseta da União dos Atletas Vegetarianos (UNAVEG) - saúde e vegetarianismo!

 

Kardec sempre nos instruiu ao estudo científico, filosófico e doutrinário, e ainda citou que fé inabalável é aquela que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. (KARDEC, citado por Nardi).

 

Nós, espíritas, não podemos mais justificar o consumo da carne dos animais, porque a carne nutre a carne, pois segundo a ciência e o próprio Espiritismo, isto não serve mais como argumento nesta discussão.

 

Se em 1971 Chico Xavier parecia aconselhar o consumo dos outros animais, em 1943, André Luiz em Missionários da Luz já dava indícios de que a nossa inteligência podia trabalhar em prol de uma alimentação vegetariana e esclarecia:

 

“(…) esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.

 

Esquecemos que em O Consolador em 1941 (antes mesmo da participação de Chico Xavier, juntamente com Emmanuel no programa Pinga Fogo em 1971), Emmanuel foi incisivo ao CONDENAR o consumo de carne:

 

“A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana.

 

É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade ABSOLUTA dos matadouros e frigoríficos.”

 

Sob justificativas antigas, em que os conhecimentos eram quase nulos sobre a nutrição vegetariana, muitos espíritas ignoram os mais recentes relatos mediúnicos que apontam o atraso espiritual da humanidade em comer carne de irmãos “menores”.

Parece que a maioria dos espíritas lendo obras como as citadas, consideram e guardam em seus corações o que lhe é útil; o que não é, como a causa dos animais para grande parte, é como se descartasse imediatamente após sua leitura.

 

Afinal, não lhe interessa.

 

É como aquele que se diz espírita, buscando o Centro apenas para tomar o passe e não participa dos estudos, palestras, ações de solidariedade.

 

Vive-se superficialmente o Espiritismo, utilizando-se apenas do que lhe parece agradável.

 

O vegetarianismo entre os espíritas é uma semente que até pouco tempo atrás não possuía a terra fofa e preparada para seu cultivo, mas que agora começa a encontrar condições para ser semeada.

 

Como disse o sábio Chico Xavier no programa Pinga Fogo, há aproximadamente 40 anos:


“Se nós estamos ainda subordinados à necessidade de valores protéicos que recebemos da carne, nós não devemos entrar em regimes vegetarianos de um dia para outro e sim educar o nosso organismo para realizarmos essa adaptação (…). Para dispensarmos este tipo de concurso dos animais, precisamos tempo (…)”


E ainda sugeriu o auxílio de um profissional para aqueles que gostariam de abster-se da carne, sinalizando que, já naquela época, era possível a alimentação sem o massacre que, ainda hoje, acontece nos matadouros e frigoríficos, por vontade do ser humano.


Deixemos bem claro que ser vegetariano não implica em ser bom, e não ser, não implica em ser ruim.

 

Entretanto, sem dúvidas, quando se deixa de comer nossos irmãos, a sintonia com energias elevadas se dá mais facilmente.

 

Lembrando uma citação de Babajiananda, um sábio irmão:

 

 

"Não é deixando de comer carnes que o ser se espiritualiza, é se espiritualizando que ele deixa de comer carnes.”



Tudo na vida é adaptação.

 

 

Segundo A Gênese em 1868, “(…) à medida que o senso moral predomina, a sensibilidade se desenvolve, a necessidade da destruição diminui; termina mesmo por se extinguir e por tornar-se odiosa; então, o homem passa a ter horror ao sangue.”

 

Já temos muita informação sobre o assunto em epígrafe, sendo cada um capaz de discernir o certo do errado, o bom do ruim.

 

Cada ser é único e responde a novas revelações de maneiras diferentes.

 

Muitos estão preparados, muitos ainda não.

 

Segundo Jesus Cristo, “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, aqueles que ainda não, certamente um dia terão. Aí está o que chamamos de progresso e evolução espiritual.



Segundo o Irmão X, psicografado por Chico Xavier:

 

“Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia.

Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais.

O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição.

O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros.”


Fernanda

Referência Bibliográficas

Allan Kardec. A Gênese. Federação Espírita Brasileira, 1987.


Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Instituto de Difusão Espírita, 1992.


Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Irmão X. Cartas e Crônicas. Federação Espírita Brasileira, 1967.


Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelo espírito André Luiz. Missionários da Luz. Federação Espírita Brasileira, 1945.Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel. O Consolador. Federação Espírita Brasileira, 1941.


[Animais e o Espiritismo] Vegetarianismo: Mitos e Verdades. Disponível em:http://animaiseoespiritismo.blogspot.com/2011/09/vegetarianismo-mitos-e-verdades.html.

Fonte: http://animaiseoespiritismo.blogspot.com.br/2013/02/o-espirita-deve-ser-vegetariano.html

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