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    O Inevitável Despertar - Apostila 20

    O Inevitável Despertar - Apostila 20

     

       

    Despertamento  e  Mediunidade  - I 

     

    Conforme expusemos na apostila 19, com ela completávamos o acompanhamento que fazíamos sobre as pesquisas de dr. Roberto Assagioli e dr. R. D. Laing, neste estudo sobre o Despertar Consciencial.   Apesar da sagacidade desses dois competentes estudiosos, contudo, somos compelidos a observar que ao trabalho de ambos, pelo menos do que deles foi apresentado nos livros Emergência Espiritual e Psicossíntese, somos compelidos a observar que faltou analisar partes do mesmo processo que se refiram á influenciação psíquica entre os seres.

    Sem dúvida que os doutores acima referidos expuseram muito bem a problemática do despertamento espiritual, considerando apenas fatores individuais, ou que assim se pareçam, como se fosse possível ao indivíduo subsistir inteiramente isolado, sem contato com, e sem sofrer influenciações de todo o cosmo.

    Todavia, a própria ciência quântica que desbancou tantas teorias tidas por infalíveis, prova que o SER e todas as coisas que o cercam, incluindo nisto animais, vegetais e minerais, subsistem intrinsecamente interligados.  Em razão disso, em nosso estudo, há que considerar, também, esse inter-relacionamento, para que os efeitos comentados por Assagioli e Laing tenham melhor suporte de entendimento.

    Com a observação acima não estamos nos arvorando assumir o mesmo grau de competência dos dois pesquisadores citados, até porque, desde nossas primeiras anotações das séries que apresentamos, fizemos questão de explicitar que nosso papel tem sido de mero compilador.   Entretanto, dado nossa experiência pessoal em processo próprio de despertamento consciencial, consideramos ser útil, e indispensável, estendermos este estudo abordando a questão Mediunidade, também denominada de Canalização, como sendo um fator indissociável da problemática psíquica, quando o indivíduo experiência seu despertamento.  A este tópico chamaremos de:

     

    Despertamento e Mediunidade

     

    Há, entre os seres pensantes, ligações que ainda não conheceis.  O magnetismo é a bússola desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.

    (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos - questão 388)

     

    Este vaticínio, publicado pela primeira vez em 1857, quando do lançamento de O Livro dos Espíritos, comprovou-se, de fato, com a teoria quântica em 1900.  Através de seu formulador, Max Planck, passou-se a conhecer melhor os fenômenos de radiação e absorção de energias, exatamente a fenomenologia cósmica que faz seres e matérias inertes mutuamente se influenciarem.

    Nessa influenciação que também interfere no processo de despertamento espiritual, e que nossa experiência pessoal nos comprovou, incluímos o fenômeno mediúnico, ou de canalização, mecanismos ilustrados na figura 20A.

     

     

    Vemos nos quadros 1 e 2 da figura 20A  essa interdependência entre os seres inteligentes viventes nas várias dimensões existenciais.  Obviamente, para muitas pessoas tanto as radiações, quadro 1, quanto as influenciações, quadro 2, não são perceptíveis, o que, entretanto, não significa que elas não existam.  Como elemento de comprovação de suas existências basta lembrar os fenômenos de hipnose e telepatia, entre os encarnados.

    Por outro lado, dentro dos estudos e pesquisas dos processos obsessivos, constata-se a mesma interação fenomenológica de hipnose e telepatia entre encarnados e seres de outras dimensões.

     

     

    Nesta figura 20B representamos as mútuas influenciações entre os vários reinos da natureza, quais sejam:  Mineral, Vegetal, Animal e do Homem, quadro 3.   Já no quadro 4, vemos em dois exemplos a interação áurica entre os seres encarnados.  Também estas não são percebidas por todas as pessoas, entretanto, na atualidade, até nos cultos das igrejas evangélicas e da católica carismática, e não só nos centros Espíritas e terreiros de Umbanda, fala-se e professa-se cerimoniais  que chamam de “descarrego”, referindo-se à absorção de influências negativas. 

    Portanto, algo que mesmo imperceptível aos sentidos comuns, tem reconhecido sua existência por quase a totalidade da humanidade.   Desta forma, não poderíamos deixar de comentar essa tão significativa questão.

    Para falarmos sobre isso tomaremos como roteiro o texto de Holger Kalweit, psicólogo.  Em seus estudos ele procurou entender o popularismo do fenômeno mediúnico, pesquisando-o em diferentes regiões do planeta.   O texto em questão também faz parte do livro Emergência Espiritual, e o adotamos em face do caráter que estamos dando a este nosso estudo.

    Como informamos na apostila 5, neste estudo nos utilizaríamos apenas de anotações oriundas de pesquisadores não filiados e tendentes a religiões e filosofias tais como Espiritismo e Umbanda.   Isso porque queríamos demonstrar que mesmo fora daquelas escolas espiritualistas também existe expressivo número de sérios e descompromissados estudiosos da mente que não se intimidam por encontrar a verdade e em falar sobre espíritos.

    Pois bem, para fundamentar seus estudos, Kalweit foi pesquisar as origens do mais popular fenômeno mediúnico, o xamanismo.  Os processos de magia e encantamento que na linguagem popular brasileira são denominados de feitiçaria.  Todavia, a bem da verdade, este fenômeno, em si, não contém a qualificação pejorativa que a ele querem impingir.

    Confundem o fenômeno com a pessoa que o manifesta, quando sabemos que na vida, as qualidades que se emprestam a qualquer questão dependem de quem as faz.  Portanto, nossos atos podem enaltecer ou denegrir o que representarmos.

    Iniciando nossos comentários temos Kalweit dizendo:  “A cultura e a medicina ocidentais declararam guerra total à doença e à morte (...)   A doença é para nós como uma mancha, um ponto negro no espelho auto-enganador da nossa megalomania tecnológica.”

    Ele está procurando demonstrar o quanto nós, os ocidentais, nos encontramos afastados do real significado do aspecto doença.   Esta tomou a roupagem de fantasmagoria, fazendo com que o sofrimento por ela imposta ascendesse a níveis de pânico.  Em razão disso, supervaloriza-se a tecnologia da doença, sem que, apesar de todo o aparato já desenvolvido, este substitua o sofrimento por expectativa de vida saudável. 

    Portanto, Kalweit tem razão, pois a dor não tem sido tanto por força da doença mas, em grande parte, pela marginalização que se impôs à esmagadora maioria da humanidade que não pode custear o uso da tecnologia.  Tem mais, entretanto.  E os que podem pagar o uso dessas máquinas, seus sofrimentos desapareceram ?   Obviamente, que não.   A ceifa da morte segue inexorável levando pobres e ricos.

    Já que nos impusemos acreditar nas máquinas, sem atinar que a dor é fator da alma, e que esta deveria ser a primeira a ser tratada, ficamos na posição onde “o sofrimento físico e psíquico permaneceram ignorados como meios de alteração da consciência e como forças e mecanismos de transformação e de autocura.”

    Nos parece que neste trecho Kalweit quer se referir à lei de Causa e Efeito, pois que só através desta consegue-se entender a razão da existência do sofrimento como força propulsora do espírito.  Isto é, como mecanismo de transformação, que uma vez aceito, se torna mecanismo de autocura”.

    Acatando a incidência desse mecanismo purifica-se o indivíduo como um todo, e não apenas a personalidade humana, ou seu corpo.   Portanto, nas batalhas que se travam contra a doença falta a compreensão da razão de sua existência.

    Dentro desta incompreensão os que mais sofrem são os indivíduos que vivenciam processos de despertamento espiritual, mesmo que fisicamente nada apresentem de anormal.   Igualmente são lançados à parafernália tecnológica, e livrarem-se dela custam-lhes horrores de tratamentos.  Embora esse desconforto, todavia algum progresso tem sido feito na direção correta, e que aqui deve ser citado, conforme o fez Kalweit:  “Nos últimos anos, ocorreu uma reavaliação geral da consciência, (...) acompanhada por uma atitude mais positiva diante dos estados de consciência alterada.”  (Grifo nosso)

    Ufa !, é um alívio saber disso, e já não era sem tempo, mas, sabemos bem, é um tímido começo.   O número dos taxados de enlouquecidos é maior do que o dos compreendidos.   Não obstante, é importante essa reavaliação da consciência.  Entendê-la como ente diretivo da vida.  Aliás, o único ente diretivo, pois ela é que é o indivíduo.  Os corpos, que tanto nos confundem, são as personalidades manifestantes de suas ações.   Logo, nada mais lógico de nela reconhecerem a real importância de que por direito se acha investida.

    “Assim a ciência começou a reavaliar o conhecimento sagrado de culturas passadas e de sociedades tradicionais que não vêem a doença e a morte como coisas primariamente maléficas.”

    Estas últimas palavras de Kalweit demonstram o gigantesco paradoxo em que se meteu a sociedade ocidental.  Vejam o que ele diz referindo-se às culturas passadas.  Para essas culturas é sagrado reconhecer que a doença e a morte não são malefícios e, a razão de assim enxergar está na forma como a natureza subsiste.  Tudo nela se transforma e se renova, e o homem não é parte separada dessa natureza, pois ela é uma só.

    Portanto, o homem também está incluído nesse processo de transformação e renovação.  Para sair do paradoxo bastaria perguntar e responder:  de onde viemos, para onde iremos?  Se não somos perenes, como carne, na face do globo, o que fomos, e no que nos tornaremos?  E qual a força que organiza todo esse processo individualístico?  Bastaria pensar nisso para nos condicionar a sair do paradoxo. 

    Entretanto, em termos de doença e morte, instituíram-se os poderosos grupos farmacêuticos internacionais, dominando todo o sistema assistencial, e assim, sob a égide dos interesses comerciais, estabeleceram-se os mecanismos de “cura” custeados a peso de valores exorbitantes.  A doença, então, tornou-se um fantasma e a busca por vencê-la leva muitos pacientes a um comportamento compulsivo de uso de remédios.  Para atender essa demanda as farmácias e drogarias se “modernizaram”.  Seus  atendimentos estão idênticos aos supermercados, isto é, auto-serviço, onde a pessoa própria se serve.  Um sistema que nada mais é do que provocar estímulos de compra.

    A alma, então, está esquecida.  Não existem farmácias, ou drogarias, ofertando remédios para curá-la.  Mas para isso bastaria, como dissemos acima, procurar as respostas para as perguntas formuladas.  Podemos dizer que, sem dúvida, as respostas nos levariam ao sentido do sagrado para com tudo na vida, tal como a milênios ocorre com as culturas simples da Ásia.  E´ disso que a sociedade tem medo, assim nos parece, de encontrar essa verdade e não suportá-la, já que ela incidiria numa necessária mudança de pensar.

    Entretanto, para os povos simples, mesmo os das Américas, o pensar é outro.   “Para essas culturas tradicionais, a enfermidade, o sofrimento e a morte são manifestações da sabedoria inerente do corpo. (...)”   Ensina Kalweit.

    Sabedoria inerente do corpo que, precisamente, significa:  o corpo sabe porque adoece, e o alerta, através da dor, que envia à consciência, faz com que esta tome providências que só à ela são possíveis, pois só ela conhece a causa cujo efeito abate o corpo. 

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    Façamos aqui uma interrupção para estudarmos o  mecanismo da dor e do alerta usando a figura 20C na próxima folha.

     

     

    Quadro 1 – Temos o estado de estabilidade do Eu Maior, quando a pessoa, isto é, sua personalidade, é surpreendida com a queda de um objeto contundente sobre seu ombro esquerdo. 

    Quadro 2 – Imediatamente ao choque vem a dor e a pessoa a expressa emitindo um grito lancinante.  Como reação reflexa, instantânea e imperceptível, a consciência envia aviso à  supraconsciência, ou ao EU Maior, relatando o acontecido. 

    Quadro 2, ainda – o  EU Maior vibra na proporção do aviso/dor que recebeu.  Processa o aviso.  Em análise instantânea verifica causas e possíveis efeitos inerentes a estas. 

    Quadro 3 – Emite rápido alerta à personalidade para que esta efetue os procedimentos de defesa possíveis.  Vem, então, a reação, ou as reações, que a pessoa empreende para minimizar, ou mesmo estirpar a dor.

     

     

    Na figura 20D vemos de forma esquemática e alegórica este processo de interação entre a personalidade e seu EU Maior, ou Centro Consciencial.  Esta figura pertence à apostila 30 da séria Mediunidade, na qual fazemos comentários mais detalhados sobre o mecanismo dessa interação.

    Nela vemos duas pessoas – personalidades – conversando.  Para a figura idealizamos que as pessoas seriam: um brasileiro, falando português, e um chinês.  O brasileiro fala, o chinês ouve.  As impressões do som são transferidas ao corpo Astral, deste ao Mental e por fim ao Centro Consciencial.  Ali, uma espécie de funcionário faz a triagem dos sinais recebidos.

     

     

    Processa-os, figura 20E, e retorna instruções à personalidade que pode, então, externar alguma manifestação ao interlocutor brasileiro.

    Em todos os instantes da vida é esse o mecanismo de condução da personalidade em seu meio físico, seja para qualquer tipo de acontecimento.  Alegrias, tristezas, saúde, doença, planificações ou realizações de idéias.  E todo o processo é efetuado numa tão espantosa velocidade que nos parece que tudo acontece só a nível do cérebro físico.  Obviamente que neste se encontra o que podemos chamar de memória temporária, onde se arquivam nossos automatismos, adquiridos pela repetitividade de situações.  E temporária porque com a morte do corpo físico o cérebro também se desintegra.   Todavia as impressões das situações vivenciadas não se perdem, pois a todo momento são registradas no Centro Consciencial.  A ele podemos chamar de memória perene.  E´ o EU Maior, o Espírito, o ente imperecível que vai animando personalidades de encarnação a encarnação, e dotando o corpo de uma sabedoria que nos parece ser a ele inerente.

    Mas não é bem assim.  Isso que Kalweit chamou de “sabedoria inerente ao corpo”, são os sinais que a personalidade, ou o corpo físico, recebe do Eu Maior.  Pois bem, mas tudo o que descrevemos acima, figuras 20C, 20D e 20E,  foi só para ilustrar esse mecanismo, porque como o corpo é perecível, consideramos ser necessário explicar de onde vem essa sabedoria, para que, então, se possa entender os próximos passos deste nosso estudo.

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    Retomando nosso tema, dizíamos que no combate à dor, ou à doença, o essencial é o equilíbrio que deveria ocorrer entre o corpo e o EU Maior, já que sua existência depende da ação deste.  Entretanto, não é assim que se dá.  Cuidamos da doença como se ela fosse apenas intrínseca ao corpo.

    Obviamente, aqui cabe outro reparo.  A medicina homeopática e a antroposófica têm como premissa a análise do Ser como um todo.  Assim, os tratamentos prescritos por essas disciplinas buscam entender as causas que originam as doenças.  Suas pesquisas vão além da fronteira do corpo humano, abrangendo o Ser Total.

    Pois bem, as sociedades de cultura antiga não vêm fantasmagoria na ocorrência de doenças, ou da morte porque “Elas consideram o Além e a morte como um meio de regeneração e de recuperação de nossa existência terrena.”

    Mas não fica só nisso o que aquelas culturas consideram a respeito.  Kalweit amplia sua informação dizendo que “Elas também consideram a doença um processo que retira de nós os maus hábitos que acumulamos mediante a nossa falsa atitude diante da vida.”

    Digamos, uma espécie de depuração, ou expurgo, através das quais, que são os efeitos, exaurimos as causas situadas nos arquivos imperecíveis.  No EU Maior.   Daí, para o combate às causas das enfermidades, ou da dor, a recomendação básica é, haver equilíbrio entre o corpo e a alma.  No caso, o EU Maior.

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    Todo o comentário acima grafado reflete a grande lógica que Allan Kardec reorganizou para o ocidente, e cuja pequena síntese apresentamos ao início desta apostila, onde ele mostra que acima da supremacia que damos ao corpo, está a Essência, a imperecível Essência que dá vida humana a cada Ser terrestre,  mas que, contudo, ainda não foi reconhecida pela ciência oficial.   Não obstante, e apesar de toda a tecnologia, continuamos, infernalmente, sofrendo doenças e morrendo com desespero.

    Não seria mais racional procurar entender o porquê da dor, ao invés de comercializá-la e de cegamente guerreá-la?  Sem dúvida custaria muito menos, em dinheiro, e não provocaria tanto sofrimento adicional.

    Por exemplo, vejamos como é uma guerra:  Ela é a disputa por atingir algum domínio sobre outrem.  Para a concretização desse hediondo objetivo as mais luminares inteligências se unem para criar artefatos de destruição.  Destruir vidas e propriedades.  O bem comum que tantos esforços custaram a tantos.  Findando a batalha, aos “heróis” só resta despojos e muito por reconstruir. 

    Em resumo, somente restou danos, perdas e sofrimentos inomináveis.   Que nome podemos dar a isso?  O vocabulário não possui uma só palavra elegante que possamos usar, por isso nos escusamos de nominá-lo.

    Todavia, ponderemos, como fórmula retificadora, seria mais simples, menos oneroso e mais prazenteiro não cultuar tanto o egoísmo, para não se chegar às disputas guerreiras.

    Essas considerações evidenciam que ainda não compreendemos a razão da vida na Terra.  Por isso, a tudo que nos cheira incômodo, contra ele deflagramos guerra.  Inclusive contra os estados alterados de consciência, e em particular contra a mediunidade.

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    Prosseguiremos na apostila seguinte

    Nota: Os trechos de Kalweit citados nesta apostila se encontram às páginas 99 a 113 do livro Emergência Espiritual.

    Bibliografia:  Será inserida na apostila 21

    Apostila escrita por

    LUIZ ANTONIO BRASIL

    Setembro de 1997

    Revisão em Março de 2006

    Distribuição gratuita citando a fonte

     

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