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    O Inevitável Despertar - Apostila 2

    O Inevitável Despertar - Apostila 2

     

      

    Despertamento e Simbios

    Interrompemos a apostila anterior quando falávamos sobre o imaginário alto preço que o indivíduo supõe pagar para concretizar a harmonia interior de si mesmo. 

     

    Como fonte diretiva e adicional de informações aos nossos comentários, estamos utilizando as anotações de Manoel Philomeno de Miranda, espírito, contidas no prefácio de seu livro Painéis da Obsessão, psicografado por Divaldo Pereira Franco e editado pela Livraria Espírita Alvorada Editora.

     

    Como ficou entrevisto na apostila 01, de tão magnífica obra vimos que no porão da consciência o indivíduo retém matrizes que, dependendo dos estímulos atuais, se tornarão os agentes da perturbação.  Como exemplo dos efeitos que essas matrizes possam produzir citamos:  mau humor, pessimismo, revolta, ódio, ciúme, lubricidade e viciações de ordem geral.   Portanto, complexos de culpa ainda por serem acertados.  (Repetimos a figura 01A  para melhor rememoração).

     

     

    Assim foi o final da apostila 01.   Agora, voltemos, mais um pouco, ao digno orientador espiritual que, se referindo à questão das culpas, assim diz:

     

    A culpa, consciente ou inconscientemente instalada no domicílio mental, emite ondas que sintonizam com inteligências doentias, habilitando-se a intercâmbios mórbidos.” 

     

    Explicita o autor que tais matrizes são poderosos e perigosos agentes a atraírem inteligências afins, que, em simbiose com o encarnado, se converterão em processos de mórbidas, isto é, doentias obsessões.  Estes estados são desencadeados a partir, exatamente, da identificação das vibrações que a mente do indivíduo emite.

     

    No dizer de Manoel, transcorre o seguinte, no campo astral do indivíduo:  “No caso específico das obsessões entre encarnados e desencarnados, estes últimos, identificando a irradiação enfermiça do devedor, (...) iniciam o cerco ao adversário pretérito (...)”

     

    Vejam como a situação é delicada.  Pensar, todas as pessoas pensam.  Os respectivos pensamentos são emitidos com a coloração oriunda dos sentimentos próprios de cada uma. (Ver estudo da Aura Humana – série Mediunidade – apostilas 18 à 20).   Desta forma, a emissão mental pode ser comparada às impressões digitais contidas nas mãos dos indivíduos.   Ou seja, são inconfundíveis e jamais se igualam as de uma com as de outra pessoa.

     

    Pois bem, uma vez que do indivíduo suas particularíssimas matrizes, carregadas de negatividade, venham a se despertar, inicia-se sobre ele o assédio causado por inteligências que suas emissões mentais atraia.  Uma identificação inconfundível, pois semelhante atrai semelhante.

     

    Entretanto, uma peculiaridade que ocorre nessa atração é que ela inicia-se de forma imperceptível, daí o grande perigo que todos correm quando, embalados pelo ilusório das facilidades que o mundo oferece, imaginam que assim, sem nenhum comprometimento, prosseguirão por toda a vida.  Grave ilusão.  Mais tarde verificarão que sobre si há um distúrbio instalado.

    (Ver capítulo 111 do livro Pão Nosso, de autoria de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier e editado pela Federação Espírita Brasileira)

     

    Referindo-se e esse episódio Manoel descreve:  “De início, é uma vaga idéia que assoma, depois, que se repete com insistência, até insculpir no receptor o clichê perturbante que dá início ao desajuste grave.(...)”.

     

     

    A figura 02A  ilustra um encarnado com a intenção de agredir uma pessoa.  Por enquanto, como informa Manoel, de início é uma vaga idéia que assoma, que fica orbitando a mente da pessoa, mas que, com a repetitividade, vai tomando forma consistente.  Essa forma consistente emite vibrações que atraem simpatizantes do astral.   Os simpatizantes, por sua vez, emitirão suas vibrações negativas reforçando as do encarnado.  E  o que era, aparentemente, só uma vaga idéia, toma força.

     

    E... “Quanto maior for a permanência do intercâmbio com o hospedeiro domiciliado no corpo, (...) mais profunda se tornará a indução obsessiva, (...)”  (Grifo nosso).  Possivelmente, daqui para frente, a pessoa não conseguirá controlar uma vontade contrária à idéia inicial que emitiu.  É o que vemos na figura 02B.

     

    Entidades, atraídas pelas vibrações, como acontece com despojos de animais que atraem os abutres, imantam-se ao campo astral daquela pessoa, e a vaga idéia toma forma consistente.  Torna-se irresistível, e a pessoa cede ao impulso.  No nosso exemplo, perpetra a agressão ideada.

     

    Mas os processos de simbiose não se atem às idéias de agressão.  Eles possuem outras facetas.  Vejamos mais um pouco das orientações de Manoel Philomeno de Miranda:   “A mente, (...) aturdida pelas ondas perturbadoras (...) perde o controle harmônico, automático sobre as células, facultando que as bactérias patológicas proliferem, dominadoras.  Tal inarmonia propicia a degenerescência celular em forma de cânceres, tuberculose, hanseníase, (...)”.

     

    O quadro descrito acima, tomando como base a narração de Manoel, retrata como se desencadeia um tal envolvimento.   Apesar da importância que as descrições acima trazem para nosso estudo, elas não foram inseridas no tema de O Inevitável Despertar com o intuito de tecer comentários sobre estados obsessivos.

     

    Sobre isso, com boa variedade, estão feitas anotações na série Reconstrução, bem como alguns aportes na série Mediunidade.   As descrições de Manoel Philomeno de Miranda constam do início desta série para demonstrar que apesar da dor exterior/interior que tais processos desencadeiam, não podemos deixar de neles reconhecer que ali transcorre a etapa inicial do que chamamos de o despertar da consciência.

     

    Embora em que pese essa triste propagação de efeitos, trata-se, como vimos na apostila 01, do confronto com o desastroso mundo particular que a pessoa, em alguma época passada, para si criou.

     

    Fizemos questão, pois, de inserir os valiosos ensinamentos de tão expressivo mentor espiritual, neste início, porque no decorrer de nossas seguintes apostilas faremos uso tão só de fontes baseadas em pesquisas científicas, que, diga-se de passagem, são inteiramente válidas e extremamente oportunas ao que nos propomos conhecer, mas que, por suas origens, e em suas conclusões, não inserem no quadro geral dos pacientes analisados, a problemática sempre presente do fator obsessivo.

     

    Os valorosos pesquisadores que a esse nobre trabalho se deram, fundamentados em metodologias acadêmicas, não quiseram, ou não puderam, como dissemos, nas suas conclusões, expressar o fator simbiótico mórbido que ocorre em todo processo de despertamento.

     

    Todavia, nós, espiritualistas confessos, não poderíamos nos furtar à esses esclarecimentos, deixando de aditar aos comentários que veremos nas próximas apostilas, além de todos os demais fatores que contribuem para o desencadear de tal fenomenologia, também o processo obsessivo.

     

    Significam, essas associações de mórbidos acontecimentos, a consciência acordando para a realidade interior, às custas das duras penalizações que sofre em seu exterior.  E isso se reveste de especial importância quando nos lembramos que os casos de distúrbios obsessivos, desestruturalmente, afetam tanto o indivíduo em si como a todos os seus circunstantes familiares.

     

    Desta forma, dando o justo, e pertinente destaque ao significado de tais acontecimentos, além dos que veremos na continuidade do estudo, ao invés de ignorá-los, estaremos demonstrando que através deles uma pessoa também estará vivendo um despertamento consciencial.

     

    Naturalmente que não podemos esquecer de informar que em tais situações dita pessoa só atingirá a desejada fase de calmaria e harmonia, quando, por completo, tiver passado a limpo, em corrigenda, todas as atitudes em desalinho que ainda estiverem arquivadas em seu porão da consciência.   Enquanto isso não vier de acontecer, a sua consciência, a si mesma, inteiramente, não lhe pertence.  Outros, dela ainda se apoderando, tornam-se hospedeiros.

     

    Portanto, esses fatos evidenciais que temos coligido em nosso trabalho assistencial, que na linguagem de nossos estudos leva o nome de processo obsessivo, não os poderíamos deixar de inserir neste estudo, numa forma de acrescentar razões esclarecedoras para os muitos fatores dentre os tantos que levam a produzir o despertamento.

     

    A par disso, e se podemos oferecer alguma colaboração instrutiva de procedimento assistencial a ser dispensado aos que em tais situações procuram os núcleos espiritualistas, diremos o seguinte:  O atendente deve se manter sempre atento.  Procurar compreender, analisar, e tanto quanto lhe seja possível, mensurar a extensão daquela fase em que se encontra o visitante.

     

    Para esse diagnóstico três pontos de referência podem ser ressaltados:

     

    1 – Se o distúrbio é superficial e criado por fundo supersticioso:  Pessoas que se preocupam com a opinião alheia em termos de crendices, tais como o chamado “olho gordo”; dificuldades de adaptação religiosa, em culto que seja diferente da religião que tradicionalmente pratica, ou praticou. 

     

    Lembrem-se que um despertamento consciencial levará a pessoa a outros níveis de visão cósmica e, por conseguinte, a outros enfoques de busca religiosa.  A dificuldade de adaptação funcionará como severo bloqueio à harmonização.  Isso se resume naquela observação feita por Christina Grof vista na apostila 01, quando disse de sua dor em ter que “abandonar a personalidade anterior e toda a sua corte”.

     

    2 – Se o distúrbio apresenta aspecto de associação mental: associação mental com entidades que embora não sejam maldosas são, contudo, melindrosas, preguiçosas, dadas aos estados de depressão e continuada insatisfação.  Tipos de temperamento que nada lhes agrada.

     

    3 – Se o distúrbio é de obsessão mórbida: Nestes casos o quadro que o visitante apresenta é o de, claramente, uma obsessão dominadora e vingativa.  Situação em que a pessoa se mostra nas seguintes variantes: indecisa, mal-educada, abrutalhada, violenta.

     

    Seja qual for a situação a se deparar devem ser prestados sólidos esclarecimentos dentro do binômio respeitosa atenção e firmeza, para fazer o visitante ver que a superação dessa angustiante fase depende basicamente de sua força de vontade.  Por isso a necessidade de sólidos esclarecimentos.  Obviamente quando ele assim possa raciocinar com alguma coerência.

     

    Os esclarecimentos a serem prestados deverão ter por base a razão transformadora dos sentimentos.  Isto é, fazer o indivíduo ver nos salutares esclarecimentos que recebe a fórmula para vencer seu passado lutando por vencer sua obstinada tendência de repetir as situações desastrosas do ontem.  Não relutar tanto em abandonar a personalidade anterior e toda a sua corte”, para, por certo, encontrar o caminho que o levará à pacificação espiritual.

     

    Delineando essa luz que começará a brilhar em seu interior, terá paz consigo mesmo.  Daí para frente muito promissores serão os fatores que o seu despertar da consciência o levarão a confrontar.

     Bibliografia:    
     André Luiz/Francisco Cândido Xavier  Evolução em Dois Mundos – página 39   Federação Espírita Brasileira
     André Luiz/Francisco Cândido Xavier   No Mundo Maior  -  páginas 45, 54 e 58  Federação Espírita Brasileira
     Edith Fiore       Possessão Espiritual    Editora Pensamento
     Eliezer C. Mendes         Psicotranse      Editora Pensamento
     Emmanuel/Francisco Cândido Xavier   Pão Nosso – capítulo 111    Federação Espírita Brasileira
     Enciclopédia Barsa     Volume 15, página 73     Encyclopaedia Britannica
     Itzhak Bentov      À Espreita do Pêndulo Cósmico  Editora Cultrix
    Leopoldo Balduino Psiquiatria e Mediunismo – página 201 Federação Espírita Brasileira
    Manoel Ph. Miranda/Divaldo P Franco Painéis da Obsessão – Prefácio Livraria Espírita Alvorada Editora
    Roberto Assagioli     Psicossíntese   Editora Cultrix
    Stanislav Grof e Christina Grof   Emergência Espiritual  Editora Cultrix
    Vivências  Apostila 13 da série Reconstrução e 37 e 52 da série Mediunidade  

       

    Apostila escrita por

    LUIZ ANTONIO BRASIL

    Julho de 1997

    Revisão em Novembro de 2005

    Distribuição gratuita citando a fonte

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