Mensagem aos Espíritos
É de vós, cultores da Lei da Evolução, que se espera o engajamento, como pioneiros, ao lado das vanguardas da consciência planetária.
A Lei da Evolução descortina aos que a compreendem o sublime encadeamento de todas as espécies de vida do orbe.
“Do átomo até o arcanjo, que começou por ser átomo”, tudo vos deve ser sagrado, porque a mesma centelha da Vida Universal que dormita no mineral, bruxuleia no vegetal e entreabre os olhos no animal é aquela que vos incendeia a mente e conduz, em consciência maior, pelos caminhos infinitos do progresso.
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Como então poderíeis supor que o Deus de infinita misericórdia sancionasse a crueldade e a destruição injustificada de seus filhos menores, enclausurados temporariamente em estojos físicos de principiantes, como as criancinhas do jardim da infância do grande educandário dos mundos de matéria?
Seríeis capazes de trucidar crianças pequeninas para atender a um prazer de matar, somente porque não podem defender-se?
Pois o mesmo espanto e horror que essa idéia vos causa tomam os espíritos superiores quando estes assistem à carnificina diária que se comete na superfície do planeta para com os irmãos menores do homem — os animais.
Olhai o fundo de seus olhos mansos, sem a arrogância dos fortes e a indiferença dos egoístas, e vereis ali cintilando o reflexo de uma alma divina, filha do Criador que também é o Criador da vossa; lereis o apelo silencioso dessas vidas que tateiam nos labirintos da consciência como criancinhas aprendendo a andar, a vos dizer:
“Deixa-me viver para aprender a ser um dia como tu, que já foste outrora como eu”.
Não, espíritas, não devia caber a vós, jamais, o triste papel de verdugos dessas vidas inocentes.
Que outros, desconhecendo ainda o laço divino que une todas as criaturas matriculadas pelo Supremo Ser na escola da Vida, provindas de seu mesmo hálito criador, patrocinem indiferentes e de coração gélido a matança desses irmãos menores, para o nocivo consumo humano, tem pelo menos a triste lógica do egocentrismo: “Nada temos a ver com eles”.
Mas o espírita, que conhece o panorama esplendoroso que lhe foi descortinado com a Lei Evolutiva, e sabe (ou deve saber) que todas as formas de vida representam classes onde se matriculam as almas insipientes na escalada da perfeição, atrás de que desculpa se poderia esconder para dizer:
“Não te reconheço como irmão, mas tão somente como presa”?
Meus irmãos, a vossa consciência não pode mais dormitar nos velhos conceitos herdados da barbárie planetária, ou não podereis vos agasalhar no manto da lei do progresso, que cobra atitudes urgentes em vosso mundo, à beira da falência moral e material.
A escravidão, a tortura, a discriminação, a guerra, a lei do mais forte, o genocídio em nome da divindade também já foram considerados — e ainda o são, tristemente, em alguns redutos do planeta — códigos legítimos de conduta.
Hoje, entretanto, vossas consciências sensibilizadas repudiam com horror o que no ontem vos parecia perfeitamente aceitável (enquanto não era feito convosco, evidentemente).
Por que insistir então em continuar vos regendo pela velha lei do hábito, que aceita sem refletir os comportamentos impostos pelo egoísmo e a conveniência de alguns, sem avaliar atitudes à luz dos códigos superiores que já tendes a ventura de conhecer?
O espiritismo não foi legado pelo Alto à humanidade para perpetuar a tirania dos hábitos atrasados e nocivos que grampeiam a criatura, indefinidamente, à roda triste das reencarnações que se arrastam entre a doença, o sofrimento e a miséria moral da humanidade.
Deve ser o primeiro, e não o último, a adotar os princípios éticos e os códigos de conduta mais elevados.
É desairoso para vós que criaturas atéias e agnósticas, mas dotadas de nobres sentimentos (aliás, os únicos que significam passaportes válidos para a espiritualidade superior), demonstrem maior compaixão e sensibilidade para com as espécies animais do planeta, enquanto os cultores da Lei da Evolução sentem à mesa para se banquetear com os cadáveres sofridos daqueles que sabem constituírem os seus irmãos menores na escala evolutiva.
Que sentido têm os vossos apelos à misericórdia dos seres superiores, se os apelos silenciosos daqueles que rotulais “inferiores” não encontram guarida em vossos corações, cerrados à compaixão e ao respeito?
Acaso tendes a ingenuidade de supor que a Divindade Suprema descuida de gerir o mundo que criou, e que os gemidos de dor de seus filhos mais indefesos não comparecem ao tribunal da vida planetária, testemunhando contra a espécie humana e sua crueldade?
Inúteis serão os vossos apelos de paz, enquanto os cadáveres sangrentos de vossos irmãos menores quotidianamente atestarem que sois os mandantes da mais sanguinária das guerras, e a mais cruel, porque deflagrada contra indefesos sem o socorro da razão, por motivos fúteis, e tão somente em nome de um discutível prazer do paladar.
Jamais desfrutareis da paz sonhada para o planeta enquanto ele permanecer encharcado do sangue inocente daqueles que o Pai vos enviou para cuidar e proteger.
Só uma divindade injusta e cruel aceitaria conceder a bênção a uns em troca do holocausto de outros.
Ou será que ainda embalais a ilusão de que sois a única espécie merecedora do céu?
Espíritos lúcidos de todas as épocas já vos deram o exemplo de existências de sabedoria e equilíbrio, saúde e nobreza, distantes da ingestão de corpos animais.
Sábios médicos e nutricionistas conscientes já vos têm apontado o caminho da saúde e da libertação de um cortejo de males através da alimentação vegetariana, padroeira maior do equilíbrio e do bem-estar físico e psíquico do ser humano.
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“Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos seguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento.
Depois de ligeiro intervalo, o instrutor observou: Leia aqui a continuação do texto...
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