Entrevista com Divaldo 2009

Entrevista com Divaldo - 2009 

ADEPAssociação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal




ADEP/JDE – Como é que se deve dar o auto-passe, por exemplo, se eu estou necessitado, estou obsidiado, ou perturbado, se eu vou dar o auto-passe eu não me vou auto-perturbar na mesma?

Divaldo – Não, porque vai criar a condição necessária mediante a oração.

Para você poder aplicar-se o auto-passe, irá concentrar-se, orar, e enquanto realiza esse mister desvincula-se do psiquismo negativo e, nesse momento revigora-se.

As suas energias, como numa auto-hemoterapia, irão auxiliá-lo no refazimento.

No meu caso, porque estou sempre junto a muitas pessoas, quando me sinto indisposto, recorro a esse maravilhoso expediente autoterapêutico.

Noutras ocasiões, solicito a Nilson que me aplique a bioenergia, quando nos encontramos juntos, ocorrendo com ele o mesmo, o que nos ajuda a manter o equilíbrio e o bem-estar.

ADEP/JDE – (…) é no sentido dos ponteiros do relógio ou ao contrário?

Divaldo – No sentido dos ponteiros do relógio.

Após o que eu denominaria, embora com imprecisão, como sendo uma limpeza psíquica, concentro-me nos plexo coronário e cardíaco, logo conseguindo a recuperação anelada.

ADEP/JDE – Olhe Divaldo, se os espíritas são a minoria porque é que sofrem tanto o assédio dos Espíritos inferiores?

Divaldo – Porque aqueles Espíritos inimigos foram nossas vítimas, e vendo hoje o nosso esforço para melhorarmos moralmente, agridem-nos a fim de manter-nos na retaguarda onde se encontram.

Um número expressivo de espíritas, é constituído de cristãos que falimos e que geramos situações embaraçosas, infelicitando muitas vidas, de forma que essas vítimas tornaram-se nossos adversários e não nos desculpam o mal que lhes fizemos.

ADEP/JDE – Então não é pela grandeza, vá lá, da Doutrina Espírita mas sim por uma perseguição pessoal?

Divaldo – Exatamente.

Porque eles vêm para a cobrança e sabem que o Espiritismo representa tudo de libertador, e que, se nos afeiçoarmos à doutrina, servindo-a com abnegação eles nos perdem, entregando-se, desse modo ao infeliz tentame de prejudicar-nos.

ADEP/JDE – Com o avanço tecnológico destes últimos cem anos é esperado que a tecnologia no Além pelo menos esteja igual, ou superior, não é?

Se assim for, podemos dizer que as obsessões deixaram de ser pessoais, isto é, o obsessor andar atrás de outro e passar a haver obsessões eletrônicas?

Divaldo – Eles usam muitas técnicas e utilizam de recursos que antes não conhecíamos, portanto, não sabendo precatar-nos.

Desse modo, já os utilizavam, só que os ignorávamos, porque nos faltavam esclarecimentos próprios.

Muitos casos, por exemplo, de auto-obsessão decorrem de chips colocados no cérebro perispiritual, resultando na hipnose por uma voz monótona, repetitiva, levando o indivíduo a certos estados psicopatológicos com o tempo; outras vezes, eles utilizam a ressonância magnética.

Ao invés de ficarem ao lado, enviam ondas mentais sucessivas.

As mesmas vêm em nossa direção e se encontram resistência não nos afetam, mas isso raramente ocorre.

Com o tempo, porém, a sua insistência como que vai gastando o campo defensivo até sermos alcançados, passando a sentir-lhes as idéias infelizes, assim estabelecendo-se o vínculo que abre espaço ao intercâmbio doentio.

ADEP/JDE – E como é que os trabalhadores espíritas se podem preparar para combater essas obsessões, esses trabalhos?

É só confiar na equipe espiritual?

Divaldo – Não.

Têm que fazer o esforço de deter-se numa auto-análise a respeito da própria conduta.

Encontramos essa diretriz na resposta que os Mentores deram à questão de n° 919, conforme exarada em O Livro dos Espíritos, lutando, sem cessar para superar as más inclinações e fazer todo o bem possível.

Se, por exemplo, me dou conta de que estou muito interessado numa coisa que não me é normal e que me pode trazer danos, eu reflexiono que essa ocorrência pode ser uma inspiração negativa.

Então eu procuro diluí-la, substituindo esse tipo de pensamento por um outro edificante.

Os cuidados com a mente, as palavras e os atos devem ser constantes.

ADEP/JDE – Vigilância.

Divaldo – Vigilância, sim, sem cessar.

ADEP/JDE – Uma pergunta, Divaldo, Infante D. Henrique é o guia de Portugal, não é?

Porque é que ele se chama Helil?

Divaldo – Eu tenho a impressão que o nome procede de uma tradição do mundo espiritual, na condição de membro dos primeiros colaboradores de Jesus na construção das sociedades terrestres, sendo uma designação muito especial, e que não foi física, a ele dada, talvez, pelos Espíritos nobres.

ADEP/JDE – E o Infante D. Henrique não reencarnou desde que foi Infante D. Henrique?

Divaldo – Acredito que não.

Ele veio com a missão especial de alargar os horizontes do mundo e de desenhar para Portugal a missão do país dos navegantes mais notáveis de todos os tempos...

ADEP/JDE – Então era um Espírito muito evoluído.

Divaldo – Sem qualquer dúvida, sim.

ADEP/JDE – A Rainha Santa Isabel, desde que foi rainha também não voltou a encarnar?

Divaldo – Segundo a informação que tenho do mundo espiritual, não, porque ela atingiu um estado de completude.

A sua vida foi tão notável, que não deixou débitos morais para futuros resgates.

As emoções nobilitantes foram-lhe tão superiores que ela não precisou mais de retornar.

Espíritos desse nível podem retornar nestes ou nos dias do futuro, no período de regeneração, para promover a sociedade de maneira mais rápida, digamos que num salto quântico.

ADEP/JDE – Ela é o guia do movimento espírita?

Divaldo – Acredito que sim, mas não apenas do movimento espírita...

ADEP/JDE – Lá na organização do mundo espiritual cada país tem um guia?

São subordinados de quem?

É tipo presidente da república e cada cidade tem um governador?

Divaldo – Seria mais um conselho de administradores dos povos.

Cada um deles estaria vinculado a um povo sob a presidência de Jesus, como numa grande empresa, em que Jesus é o presidente e os outros são chefes de departamentos...

ADEP/JDE – Os Apóstolos estão reencarnados na Terra ou estão “santificados”?

Divaldo – Os Apóstolos continuam trabalhando.

Daquilo que sabemos, Judas teve a sua última reencarnação como Joana d’Arc, João Evangelista como Francisco d’Assis.

De alguns outros não temos informações confiáveis, porém eles continuam no Colégio Apostólico trabalhando pela construção do mundo novo sob a égide de Jesus.

ADEP/JDE – 2012 é um ano mágico? Segundo as tradições Maias e outras, parece que vão acontecer muitas coisas, terremotos, tsunamis.

Divaldo – Eu confesso que não acredito.

Porque é provável que os Maias hajam parado o seu calendário por qualquer circunstância que nos escapa.

A humanidade gosta muito de tragédias, de fenômenos físicos dolorosos, de apocalipses e desgraças.

Os Espíritos nobres afirmam que essas profecias não podem ter data fixa, porque dependem muito do livre-arbítrio da sociedade.

Se nós prosseguirmos em determinadas circunstâncias acontecerão tais ou quais ocorrências, mas se mudarmos para melhor acontecerão outras.

Então, o ano 2012 talvez esteja dentro desse cômputo das transformações naturais lentas, porque em todas as épocas temos tido maremotos, tsunamis e outros fenômenos sísmicos tão graves quanto esses que ora se encontram anunciados.

ADEP/JDE – A ciência vai descobrir o Espírito?

Divaldo – Já o descobriu em diversas ocasiões através de diversos cientistas, que optaram porém, em dar-lhe outra denominação.

Por exemplo, o Dr. Firsoff, inglês, declarou: «O espírito, para mim, é um ser de interação universal, semelhante à eletricidade e à gravidade, que pensa.»

Utilizando-se da palavra inglesa Mind, afirmou que o mesmo é constituído de mindons, de corpúsculos.

Portanto, um astrofísico dessa talha fazer tal afirmação, é a constatação da descoberta do Espírito.

O Dr. Rupert Scheldrak, que é um notável biólogo, autor dos campos "morfogenéticos", muito criticado na época (o que não lhe tira o valor de pesquisador honesto e respeitado por outros), quando apresentou a sua tese, também conseguiu constatar que existe no universo uma força oculta.

De igual maneira, diversos outros estudiosos lograram encontrar o Espírito.

ADEP/JDE – A transcomunicação instrumental praticamente não evoluiu desde os anos sessenta.

Quer dizer, há assim uns fatos, mas vá lá, não há uma coisa mais aprofundada. Isto deve-se a quê?

À falta de condições ético-morais da humanidade ou estão à espera de novas oportunidades?

Divaldo – Não, eu acredito que não.

Se bem observarmos, o fenômeno espírita veio até à TCI, só que usando os instrumentos da época: a mesinha, a ardósia, a cesta de vime.

Com o advento dos gravadores, da televisão, acreditou-se que se poderia mais facilmente detectar essa realidade nessa área, assim como na virtual.

Mas os passos até então conseguidos não foram muito expressivos.

Que eu saiba hoje são poucos os grupos que estão trabalhando em TCI com os resultados desejáveis, salvadas algumas nobres exceções.

ADEP/JDE – Divaldo, há tempos, se não me falha a memória, o Divaldo tinha apontado que por volta mais ou menos de 2050 poderia iniciar-se a época da Regeneração…

Divaldo – Sim, é verdade.

Nessa época já estaremos em um período avançado na condição de mundo de regeneração.

Penso, que esse, é também o conceito defendido pelo Espírito Emmanuel através de Francisco Cândido Xavier.

ADEP/JDE – A grande maioria da população não é espiritualista, ou se o é, é boca para fora, não é?

A guerra, o compadrio - (Significado: Proteção injusta ou ilícita, favorecimento.), tráfico de armas, tráfico de pessoas, tráfico de drogas, será a sensação que está tudo num caos.

Falta tão pouco tempo, os espíritas são tão pouquinhos, não vivem um bocado à margem da realidade?

Será que Deus tem outros planos mais assertivos para mudar?

Divaldo – Acredito que sim.

Tenho certeza que as reencarnações, conforme vem ocorrendo, serão massivas e o número de Espíritos nobres que se reencarnarão é muito grande.

Teremos uma espécie de Renascença da beleza, do amor e da verdade...

ADEP/JDE – Nessa altura, não é?

Divaldo – Nessa altura, sim, nesses anos próximos.

A partir de 2025 a 2050 teremos o momento da grande transição e, como os Espíritos maus, segundo as tradições, não encontrarão campo vibratório para reencarnar na Terra, irão para planos inferiores.

Haverá uma mudança em breve, graças às gerações que formarão a Era Nova.

ADEP/JDE – A Igreja Católica vai acabar?

Divaldo – Não acredito.

Como organização acredito que se adaptará aos novos métodos como vem acontecendo através da História.

ADEP/JDE – Emmanuel estará com nove anos, segundo dizem.

Ele vai ser espírita?

Tem uma missão fora do Espiritismo?

Divaldo – Confesso que, a esse respeito, tenho poucas ou quase nenhumas informações que mereçam confiança.

A considerar-se como verdadeiras, acredito que o nobre Espírito desempenhará um papel de alta relevância na sociedade do porvir.

ADEP/JDE - A Joanna d’Ângelis segundo lhe disse vai reencarnar por volta de 2015.

Vai ser no Brasil?

Divaldo – Na oportunidade em que abordou o tema, ela não estabeleceu uma data, informando-me que estava sendo programada para renascer no Brasil.

Esclareceu que, terminada a tarefa que desenhou para realizar orientando-me, logo que ocorra a minha desencarnação, ela estará de retorno...

ADEP/JDE – Ela disse que vinha ser espírita?

Divaldo – Ela foi religiosa católica, nas próximas anteriores reencarnações, no entanto, nos últimos duzentos anos no Além estudou muito o Espiritismo, fez parte da equipe de o Consolador, e pretende vir na condição de espírita.

ADEP/JDE – (risos). Olhe, não sente um friozinho na barriga por ela estar voltando e você ter de partir primeiro?

Divaldo – Não, pelo contrário, sinto-me jubiloso, porque ela constatará como é difícil a existência na Terra...

ADEP/JDE – Tem conhecimento de outros Espíritos nobres que estejam voltando, para além dela?

Divaldo – Os Espíritos amigos me esclarecem que várias Entidades superiores que estiveram na Terra nos períodos passados estão preparando-se para retornar, quais estrelas do Céu que cairão sobre o planeta, para fazerem a grande mudança para mundo de regeneração, adotando o comportamento espírita.

ADEP/JDE – Quem é que o vai substituir na condição de “Paulo de Tarso” da atualidade ? Raul Teixeira?

Divaldo – José Raul Teixeira é um grande trabalhador, um verdadeiro missionário da seara espírita.

Eu acredito, porém, que cada um de nós tem um tipo de tarefa.

Desse modo, cada qual encerra o seu ciclo de atividades e a Divindade envia novos trabalhadores bem equipados para darem prosseguimento à construção do Bem.

ADEP/JDE – O que é que os Espíritos lhe dizem sobre a cura do cancro, do sida, do Alzheimer? Estão aí com a genética?

Divaldo – Informam-me que, por enquanto, essas doenças ainda são uma necessidade para o nosso processo de auto-iluminação.

ADEP/JDE – Porque é que as pessoas têm ansiedade sem a querer ter, e sem ter razões para isso?

Divaldo – Muitas dessas aflições procedem de existências pretéritas que se impõem como necessidade de libertação.

Desse modo, a culpa, ínsita no inconsciente do indivíduo, produz-lhe reações emocionais, que impulsionam aos distúrbios de ansiedade, assim como de outras denominações.

ADEP/JDE – Quem foi Maria, Mãe de Jesus? Ela voltou a encarnar?

Divaldo – A Mãe de Jesus é um Espírito de alta estirpe, que foi elegida para recebê-lO na Terra.

Não acredito que ela haja retornado ao proscênio terrestre, reencarnando-se.

ADEP/JDE – Ela é endeusada pelas religiões ou é mesmo um Espírito muito evoluído?

DivaldoO endeusamento é fruto da ignorância, das superstições das massas.

Nada obstante, trata-se de um Espírito muito elevado.

Eu estive na Turquia, na casa onde ela teria vivido os seus últimos dias, e confesso que foi um dos ambientes psíquicos mais agradáveis que eu já vivenciei.

Oportunamente, eu visitei a Gruta da Natividade, o local do Calvário, a Cave de Lázaro, conforme asseveram as tradições, mas em nenhum desses recintos eu experimentei as emoções dulçurosas que senti naquele recanto de paz...

Aquela região impressionou-me profundamente, como se permanecesse impregnada pelos fluidos dos antigos tempos...

Para ser elegida como a mãe de Jesus não podia ser um Espírito qualquer, e que veio nessa missão única, não mais tendo retornado em corpo físico.

ADEP/JDE – E o Pai de Jesus?

Divaldo – Também foi um homem extraordinário, isso eu sei.

E o tenho em alto conceito, em razão da sua renúncia e humildade, apagando-se, quanto possível, como enunciou João Baptista: «É necessário que eu diminua para que Ele cresça».

ADEP/JDE – Mas também terá deixado de reencarnar na Terra?

Divaldo – Penso, que sim.

ADEP/JDE – As notícias veiculadas nos meios de comunicação (eu não sabia disto) informam que, na América, já se faz uma operação que consiste numa pequena rede num cabo perto da axila, debaixo da pele, isto sobre a depressão.

Depois uma nova incisão no cérebro onde é colocado um arame que irá provocar um estímulo elétrico ao nervo vago.

Mediante este tratamento a depressão desaparece.

A questão é a seguinte: como é que se pode analisar à luz da Doutrina Espírita se está ligada a processos obsessivos ou a espíritos?

Divaldo – Caso isso seja verdade, porque eu também desconheço a técnica, ocorre que, no problema cármico a pessoa já merece a libertação do transtorno, conforme sucede com tantas outras enfermidades.

Todavia, se o paciente ainda não possua créditos morais para a libertação, o processo terapêutico poderá produzir estímulos para a produção da serotonina, da noradrenalina, o que ajudará na melhora da depressão, mas não, penso, na conquista da saúde integral.

Passará a apresentar outros distúrbios de conduta, outros tipos de problemáticas afligentes, porque, para as Divinas Leis não importa como a pessoa resgate os seus débitos, mas que os resgate.

ADEP/JDE – Duas últimas: Barack Obama é um enviado de Deus?

Divaldo – Eu diria que ele veio numa grande missão para resgatar o seu povo que se encontrava equivocado, politicamente, acreditando-se senhores do mundo, como ocorrera no passado com os romanos...

Tornou-se necessário que viesse um Espírito sereno e não belicoso para colocar certos limites e favorecer com a humildade de reconhecer os limites a que todos estamos submetidos.

ADEP/JDE – Está no nosso carma passarmos por uma guerra mundial, com tanto armamento militar?

Divaldo – Por incrível que pareça, o excesso de armas inibe a guerra, porque todos têm medo de iniciá-la, face aos danosos resultados que podem advir..

O Professor Pietro Ubaldi disse-me, faz muitos anos, quando estivemos juntos, que uma 3ª guerra mundial não seria factível, porque o vencedor tombaria sobre o vencido.

As armas de destruição em massa seriam de tal forma desastrosas, que os ventos contaminariam toda a Terra, e ninguém seria vencedor...

Desse modo, pessoalmente não creio numa 3ª guerra mundial, mas acredito que muitas dessas armas, quando superadas, são utilizadas em movimentos destrutivos locais, guerrilhas, terrorismo, agressividade...

ADEP/JDE – Uma última mensagem?

Divaldo Está na hora de todos nos abraçarmos e construirmos uma sociedade saudável, caracteriza pelo ideal que dignifique a presença do homem novo, do cristão autêntico; que esqueçamos mágoas e ressentimentos e nos recordemos que o amor é a única solução, conforme recomendaram Allan Kardec e Jesus.

Deveremos, nós, os espíritas, olhar o futuro com otimismo e trabalharmos para que o bem e a verdade sejam os sinais defluentes do amor na edificação da felicidade humana.

Entrevista concedida ao Jornal de Espiritismo (ADEP), em Portugal, 05/10/2009.


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